Aleteia logoAleteia logoAleteia
Quinta-feira 21 Setembro |
São Tomé Tran Van Thien
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

As 15 doenças do chefe, a partir de um discurso do Papa Francisco

WEB-MAN-SLEEPING-COMPUTER-LAPTOP-Twinsterphoto-Shutterstock_358802156

Twinsterphoto/Shutterstock

Alfa y Omega - Aleteia Brasil - publicado em 18/07/17

O famoso discurso à Cúria, de 2014, adaptado ao mundo empresarial

Tomando como base um famoso discurso que o Papa Francisco fez à Cúria Romana em 2014, o professor Gary Hamel, da London Business School, fez uma adaptação para o mundo empresarial que apresenta as 15 doenças do líder. O resultado foi publicado pela revista Harvard Business Review. Eis a lista:

  1. A doença de se achar imortal, imune e indispensável, sem necessidade de avaliação regular. Uma equipe de liderança que não é autocrítica e não procurar melhorar é um corpo morto. Uma simples visita ao cemitério poderia nos ajudar a entender isto, colocando-nos diante do nome de tanta gente que se achou imortal, imune e indispensável. É a doença dos que se veem mandando nos outros e não servindo aos outros. É a patologia do poder, que brota de um complexo de superioridade, de um narcisismo que não deixa ver os outros, especialmente os mais necessitados. O antídoto para esta praga é a humildade; é dizer: “Não sou mais do que um servidor; só fiz o meu trabalho”.

  1. A doença do trabalho excessivo. Está presente naqueles que mergulham no trabalho e não se concedem um respiro. Negar-se o descanso necessário leva ao estresse e à agitação. O tempo de repouso, para aqueles que já fizeram o seu trabalho, é não apenas necessário como ainda obrigatório – e deveria ser levado a sério. Passar mais tempo com a família e respeitar os dias livres e as férias, além do mais, serve para recarregar as baterias.

  1. A doença da petrificação mental e emocional. Está presente nos líderes que têm o coração de pedra e o pescoço duro; naqueles que, ao longo da jornada, perdem a serenidade, se escondem atrás de uma pilha de papéis e não são compassivos. É perigoso perder a sensibilidade que nos permite chorar com os que choram e alegrar-nos com os que se alegram. O tempo passa e o nosso coração endurece, incapaz de amar as pessoas ao nosso redor. Ser líder significa ter sentimentos de humildade e desprendimento, de desapego e generosidade.

  1. A doença do excessivo planejamento e funcionalismo. Quando um chefe planeja tudo até o último detalhe e acha que tudo irá bem graças ao plano perfeito, ele costuma se reduzir à prisão do formalismo. É preciso preparar bem as coisas, mas sem cair na tentação de eliminar a espontaneidade e a capacidade de surpreender-se. Contraímos esta enfermidade porque é mais fácil e cômodo instalar-se num modo de pensar sedentário e fechado às mudanças.

  1. A doença de uma coordenação pobre. Quando o líder perde o senso de comunidade, o entorno inteiro perde o equilíbrio. Tudo vira uma orquestra que só produz barulho. Os membros não trabalham juntos e se perde o espírito de equipe.

  1. O “mal de Alzheimer” do chefe. Consiste em esquecer aqueles que nos nutriram, dirigiram e apoiaram na jornada. Esta doença se manifesta naqueles que perderam a lembrança dos seus encontros com os grandes líderes que os inspiraram; naqueles que estão completamente presos no momento presente, nas suas paixões, caprichos e obsessões; naqueles que constroem muros e rotinas ao seu redor e que se tornam, cada vez mais, escravos dos ídolos que construíram com as próprias mãos.

  1. A doença da esquizofrenia existencial. É a enfermidade dos que levam uma vida dupla, fruto da hipocrisia típica da mediocridade e do vazio emocional que nenhum título e nenhuma conquista pode preencher. É uma enfermidade que afeta com frequência os que não estão em contato habitual com seus clientes nem com seus empregados. Ela os isola em tarefas operativas, levando-os a perder o contato com a realidade e com as pessoas reais.

  1. A doença da rivalidade e da vanglória. Quando as aparências, as vantagens e os títulos se transformam em nosso primeiro objetivo de vida, esquecemos o nosso dever fundamental como líderes: “Nada façais por egoísmo ou presunção, mas em tudo estimai o próximo acima de vós mesmos”. Um líder deve levar em conta não somente o próprio interesse, mas também o dos outros.

  1. A doença da fofoca, da queixa e da murmuração. É uma doença grave, que começa com aparência inocente, talvez em breves conversas aqui e ali, mas vai tomando posse de uma pessoa e a transforma em semeadora de ervas daninhas – e, em muitos casos, em assassina a sangue frio do bom nome dos companheiros. É a enfermidade das pessoas covardes, que não têm a coragem de falar cara a cara, mas pelas costas dos outros. Guardemo-nos do terrorismo da fofoca!

  1. A doença da bajulação dos superiores. É a enfermidade dos que adulam o chefe na esperança de granjear os seus favores. São vítimas do carreirismo e do oportunismo. Honram mais os cargos de destaque do que a missão da organização. Pensam mais no que podem conseguir do que no que deveriam dar; pessoas de mente curta, infelizes e não raro inspiradas apenas pelo seu letal egoísmo. Esta doença afeta não apenas os líderes em relação aos seus superiores, mas também em relação aos seus subordinados, quando tentam obter a sua submissão, lealdade e dependência psicológica, provocando assim uma insana cumplicidade.

  1. A doença da indiferença aos outros. Ocorre quando o líder pensa apenas em si mesmo e perde a sinceridade e o calor das relações humanas genuínas. Acontece de muitas maneiras: quando a pessoa mais competente não coloca os seus conhecimentos a serviço dos companheiros com menos destrezas; quando sabe algo e o guarda para si mesma em vez de compartilhar de maneira proveitosa com os outros; quando, invejosa, se alegra com os fracassos dos outros em vez de ajudá-los e encorajá-los.

  1. A doença da “cara fechada”. Pode ser observada nas pessoas sombrias e austeras que acham que ser sério é mostrar melancolia e severidade, e que tratam os outros, em especial os subordinados, com rigor, aspereza e arrogância. Mostrar severidade e estéril pessimismo costuma ser sintoma de medo e insegurança. Um líder deve esforçar-se para ser cortês, sereno, entusiasta e alegre, uma pessoa que transmite alegria. Um líder nunca deveria perder o espírito alegre e cheio de humor que torna as pessoas amáveis mesmo nas situações difíceis. Como é beneficiosa uma boa dose de humor!

  1. A doença da cobiça. Ocorre quando um líder tenta preencher o seu vazio existencial acumulando bens materiais – não porque precise deles, mas para sentir-se seguro. O fato é que não poderemos levar conosco nenhum desses bens quando deixarmos este mundo, porque “a mortalha não tem bolsos” e porque os nossos tesouros materiais nunca poderão preencher esse vazio; pelo contrário, vão deixá-lo cada vez mais profundo e esfomeado. Acumular coisas é apenas carregar peso; torna o nosso caminhar inexoravelmente lento.

  1. A doença dos círculos fechados, que faz o pertencimento a um grupinho ser mais forte do que a partilha da própria identidade. Esta enfermidade também começa com boa intenção, mas, ao passar do tempo, escraviza e vira um câncer que ameaça a harmonia da organização e causa muitos danos, especialmente contra aqueles que consideramos de fora do círculo. Este “fogo amigo” é um grande perigo, um dano que vem de dentro. Como diz a Bíblia, “todo reino dividido contra si mesmo desmoronará”.

  1. A doença da extravagância e da exibição pessoal. Acontece quando um líder transforma o serviço em poder e o usa para ganhos materiais ou para adquirir mais poder ainda. É a pessoa que acumula poder insaciavelmente, difamando e desacreditando os outros para aparentar que é mais capaz do que os outros. Esta enfermidade é muito prejudicial porque leva a justificar qualquer coisa para garantir um objetivo, com frequência em nome da justiça ou da transparência. É o caso do líder que costumava chamar os jornalistas para contar e inventar coisas de seus colegas, apenas para sentir-se poderoso; no fim, só fez mal aos outros, à própria organização e a si mesmo.

Você é um líder sadio? Pergunte-se com objetividade:

– Eu me sinto superior àqueles que trabalham para mim?

– Há equilíbrio entre o meu trabalho e as outras áreas da minha vida?

– Substituo a intimidade humana verdadeira pela mera formalidade?

– Confio demais nos meus planos e não o suficiente na intuição e na flexibilidade?

– Passo pouco tempo construindo pontes?

– Reconheço devidamente a minha dívida para com meus mestres e mentores?

– Obtenho excessiva satisfação com vantagens e privilégios?

– Eu me isolo de clientes e empregados?

– Reconheço as conquistas dos outros?

– Mostro servilismo para com meus superiores?

– Coloco o meu próprio sucesso à frente do sucesso dos outros?

– Cultivo a alegria no meu entorno de trabalho?

– Sou egoísta na hora de compartilhar os prêmios e louvores?

– Cultivo os grupinhos ou a comunidade?

– Tenho um comportamento egocêntrico diante das pessoas ao meu redor?

Tags:
Papa FranciscoVirtudes
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia