Ele trabalhava num hospital quando foi acusado de insultar MaoméUm jovem cristão de 16 anos, que trabalhava num hospital do Paquistão, foi preso sob acusações de ter feito “observações depreciativas” a respeito de Maomé, a quem os muçulmanos veneram como o maior dos profetas.
Segundo a agência AP, a polícia paquistanesa confirmou que o adolescente foi detido por acusações de blasfêmia e transferido “para sua própria segurança”. A prisão ocorreu na cidade de Kharian, na província do Punjab Oriental.
O Paquistão adota severas leis “anti-blasfêmia”, que preveem punições rigorosas a qualquer pessoa que insulte Alá, o islã, o alcorão, Maomé e outras personalidades religiosas. As sentenças podem incluir de chibatadas até a pena de morte.
Organizações de defesa de direitos humanos denunciam há anos que esta lei costuma ser amplamente manipulada para atender a interesses pessoais, o que inclui vinganças de todo tipo, inclusive contra outros muçulmanos. É frequente que a minoria cristã no país seja alvo de acusações de blasfêmia, contra as quais é quase impossível defender-se. Os abusos são facilitados porque até testemunhos sem provas são aceitos pelos tribunais.
O caso de maior repercussão mundial envolvendo as leis paquistanesas anti-blasfêmia é o de Asia Bibi, mãe cristã acusada de insultar o profeta Maomé em 2010. Ela está no corredor da morte e aguarda, presa, o julgamento de um recurso.