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Como entender o que o Deus quer?

Woman In Prayer – pt

Eric Tornlov

Angelo Bellon O.P. - publicado em 25/07/17

Quando existe vocação à vida religiosa, a pessoa sente alegria ao imaginar-se vivendo este caminho de santidade

Pergunta

Caro Padre Angelo:

Sou uma garota de vinte e (…) anos e acompanho assiduamente o seu lindo site, encontrando sempre interessantes assuntos de reflexão e respostas abrangentes para as perguntas mais diversificadas.

Resolvi lhe escrever porque não sei mais como fazer para livrar-me de um distúrbio espiritual que me aflige há anos. Em 2005, após uma adolescência problemática, me reaproximei de Deus (de quem tinha me distanciando no início da adolescência), e já são muitos anos que participo cotidianamente da santa Missa e rezo o terço. Confesso-me com frequência, pelo menos uma vez a cada dois meses.

Mas ainda me sinto inquieta: embora eu tenha uma vida normal aos olhos dos outros e seja considerada uma garota tranquila e radiante como poucas, na verdade, frequentemente desejo morrer, sofro de crises de choro e insatisfação porque não sei o que fazer na vida… Em breve começarei a trabalhar, um bom lugar de trabalho inerente aos estudos que fiz e ainda sinto sempre que esta não é a minha estrada, que tem alguma coisa que não entendo na minha vida, e não consigo entender se isso significa uma possibilidade vocacional à vida religiosa (não me sinto chamada ao matrimônio e, de fato, nunca tive um namorado), ou ao contrário, seja uma estranha forma de depressão…

As crises são frequentes, mas breves, e quando passam me esqueço um pouco, até a próxima chegar… Rezar, ir à Missa e participar da adoração eucarística, infelizmente ainda parecem não ter me libertado. O que posso fazer para entender o que o Senhor quer de mim? Porque às vezes não sei se esta minha situação possa depender do fato de eu talvez não estar fazendo aquilo que o Senhor gostaria de mim…

Muito obrigada pela atenção.

Resposta do sacerdote

Caríssima:

1. A vocação, para que seja tal, não pode apoiar-se somente no fato do não sentir-se plenamente satisfeito pela via de condução da vida. Poderia ser um início, mas sozinho, é um início muito pobre.

2. De fato, a vocação se baseia antes de tudo em uma atração real por um certo tipo de vida. Quando existe vocação, se sente alegria somente no pensamento de se ver realizado por aquela estrada. Enfim, a vocação se baseia na disposição natural e de graça que permitem dizer: esta é a minha estrada.

3. Pode ser que a fragilidade psicológica que você traz seja devido ao vazio da vida cristã que marcou alguns anos da sua adolescência. Por isso, confio que a perseverança nas práticas religiosas que vive lhe conduzirá sempre mais e com maior serenidade cada situação da sua vida.

4. Do momento que vive na graça, te aconselho a desfrutar da presença do Senhor na sua alma. É o tesouro mais lindo que você possui. Esta união lhe permite viver suavemente cada evento que lhe pode acontecer no progresso da sua vida cristã. São Paulo nos lembra que “tudo coopera para o bem dos que temem a Deus” (Rm 8, 28). Em tudo aquilo que lhe acontece de belo, ou de feito, deve colher o projeto de bem da parte de Deus. A consciência de que o Senhor, ao menos por um instante, quis ou permitiu que se encontre em uma determinada situação, deveria ser suficiente para distanciar qualquer pensamento de depressão.

5. Você me disse que vai à Missa todos os dias. A Missa faz a cada dia a oferta de si mesma. Esta oferta, você a renova na oração do santo terço. Assim, transfere a oferta que faz de si mesma no concreto das suas ações: seja em toda parte e sempre “um sacrifício perene agradável a Deus”. Seja um sacrifício de adoração da sua vontade, um sacrifício de agradecimento e de louvor pelos seus benefícios, um sacrifício de oferta em expiação dos seus pecados e os do mundo inteiro, um sacrifício de súplica por você mesma e por todos.

6. Quanto aos pensamentos de tristeza, busque afastá-los da sua mente assim que os encontrar. O mínimo que se pode dizer é que não vêm de Deus. Se você os permite entrar, fica dependente deles. Tenha sempre presente o princípio que Dom Bosco dava aos jovens: “Tudo aquilo que perturba e leva a paz embora não vem de Deus”. O pensamento da vocação, de modo algum pode ser acompanhado de similar pensamento triste.

7. Se me permite dar um conselho: intensifique a Confissão. Para uma garota que vai à Missa todos os dias e que reza cotidianamente o santo terço, a Confissão pelo menos quinzenal seria de grande vantagem.

Deus a abençoe!
Padre Angelo

Tags:
ConfissãoDeusTerçoVidaVocação
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