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Por que adultos e crianças estão mais ansiosos do que nunca

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Jim Schroeder - publicado em 25/07/17

5 razões que explicam por que estamos todos tão estressados

De todas as preocupações de saúde mental dos dias atuais, uma pesquisa sugere que, nos EUA, a ansiedade é a queixa psicológica número 1 em crianças e adultos.

E, sim, isso está superando muitos outros grandes problemas mentais. Por exemplo, The 2013 Global Disease Burden Study (O Estudo de Carga Global de Doenças de 2013) declarou que “os distúrbios mentais e de uso de substâncias são a principal causa de doenças não fatais em todo o mundo, com uma carga de doenças global que supera a do HIV/Aids, tuberculose, diabetes”. Devemos nos preocupar com as estatísticas. Especialmente quando você considera que o Instituto Nacional de Saúde Mental realizou amplas pesquisas em 2001 e 2003 de adultos selecionados aleatoriamente e descobriu que 46% dessas pessoas preencheram critérios para pelo menos uma doença mental em suas vidas.

E o fardo só parece piorar, já que estudos mais recentes indicam que as dificuldades psicológicas aumentaram significativamente ao longo do último meio século ou mais.

Mas, apesar de todos esses números assustadores, existem muitas maneiras pelas quais nossos filhos estão mais seguros do que nunca. Desde 1970, a mortalidade infantil diminuiu significativamente. Desde 1907, a taxa de mortalidade de crianças caiu quase 50 vezes. Nos últimos 40 anos, as taxas de crimes violentos contra crianças diminuíram mais de 60%.

Então, por que nós (adultos e crianças) estamos mais ansiosos do que nunca? Por que estamos sofrendo de preocupação grave e sofrimento mental? Eu pensei muito sobre esse paradoxo e acredito que existem cinco tendências sociais importantes que fornecem respostas para nosso estado de vida enervado:

A ameaça da mídia e dos dispositivos móveis

Uma infinidade de informações indica que o consumo de mídia e dispositivo móvel está fortemente correlacionado com muitas questões psicológicas, incluindo a ansiedade, mas as taxas de uso em ambas as áreas aumentaram apenas nas últimas décadas. Isso se traduz em uma realidade simples: quanto mais nossa juventude estiver ligada a uma tela, mais devemos nos preocupar.

Isto é especialmente verdadeiro com a exposição precoce à tela, já que os cérebros das crianças não possuem desenvolvimento neurológico e experiências de vida para amortecer as mensagens assustadoras e confusas que recebem através dela. Meu conselho? Não dê aos seus filhos pequenos os seus próprios dispositivos móveis (por mais tentador que seja para viagens de avião e passeios de carro) e certifique-se de que, pelo menos, dois dias por semana (além dos requisitos de lição de casa), eles ficarão sem tela.

Dificuldades para dormir

Evidências sugerem que os americanos estão dormindo 20% menos do que um século atrás. A pesquisa também descobriu que o sono está conectado a quase tudo. A ansiedade não é exceção. Aproximadamente 90% das pessoas com transtornos de ansiedade relatam problemas relacionados ao sono, e, sem dúvida, o sono e a ansiedade estão intimamente conectados. Se quisermos melhorar o sono de nossos filhos, devemos tirar todas as telas do quarto e garantir que as crianças vão para a cama às 21h. Isso fará uma grande diferença.

À medida que o corpo vai, a mente também vai

Nos Estados Unidos, a prevalência de obesidade pediátrica mais do que triplicou nas últimas quatro décadas. Nossos filhos estão comendo mais e se movimentando menos. Enquanto isso, os estudos consistentemente relacionaram a saúde mental com a ginástica, e parece que os alimentos processados são um dos culpados da saúde precária. Existem várias recomendações, mas três das mais importantes incluem o seguinte: Certifique-se de que seu filho bebe mais água do que qualquer outra bebida; 30 minutos de atividade física (apenas metade do recomendado); e pelo menos uma refeição por dia deve ser natural (uma fruta, por exemplo).

Assuntos de família

A boa notícia é que as taxas de divórcio se estabilizaram em grande parte nas últimas décadas, em comparação com um aumento significativo em meados dos anos 80. Mas, ao mesmo tempo, famílias de casais não casados continuam a aumentar drasticamente. Crianças nascidas de pais conviventes versus pais casados têm mais de 5 vezes maior risco de experimentar a separação de seus pais. Em 2000, de acordo com o US Census Bureau, 41% de todos os casais não casados incluíram uma criança menor de 18 anos. Em 1987, era 21%. Os estudos mostram repetidamente que as crianças que vivem em famílias conviventes são mais propensas a sofrer de dificuldades psicológicas, incluindo ansiedade. Este tópico não se presta a sugestões fáceis,mas sim aponta para a necessidade de todos os pais em considerar a importância das situações de vida e relacionamentos com a saúde mental de seus filhos.

“Não há medo no amor”

A fé, a espiritualidade e a religião têm sido uma fonte de enfrentamento e resiliência para muitas pessoas. Estudos em larga escala geralmente indicaram que a fé e um relacionamento forte com um poder superior estão associados com menos ansiedade, maior suporte social, maior estabilidade relacional, menor uso de substâncias e menos comportamentos negativos.

Aqui está a parte complicada: grande parte da associação positiva entre a religião e o ajuste psicológico parece dependente da fé durante a juventude, mas a pesquisa sugere que vamos a igreja mais do que antes. O atendimento regular da igreja e o envolvimento com organizações de serviços e grupos de jovens são duas chaves para reduzir a ansiedade em crianças.

Nós, como pais, ainda temos muita influência para combater esses cinco desafios. São necessárias decisões mundanas e corajosas para colocar a saúde e a estabilidade familiar em primeiro plano. Dizem que a frase “não tenha medo” é a frase mais repetida na Bíblia. Mas com as tendências de hoje não é tão fácil abraçar esse argumento. Porque se eu adicionasse mais um desafio a esta lista, seria a ansiedade dos pais. Se nós, como pais, estamos excessivamente ansiosos, nossos filhos provavelmente também estarão. Então, talvez a recomendação mais importante que eu poderia fazer é abordar a ansiedade dos adultos primeiro, então os pais podem ajudar melhor seus filhos a lidar com isso também.

Não tenho dúvidas de que você e eu não fomos concedidos para se preocupar com tudo. Lembro-me de Filipenses 4,6:

Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus”.

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