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A estação de trem escondida no Vaticano

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CPP/CIRIC

Vista dos Jardins do Vaticano, Roma, Itália

Arthur Herlin - I. Media - publicado em 26/07/17

Situada a apenas 200 metros da Basílica de São Pedro, a estação ferroviária do Vaticano só é usada uma vez por ano

Vaticano, Vaticano! Dois minutos de parada!

Inaugurada em 1933, a estação do Vaticano não funcionou muito, já que os papas só usaram o trem de forma excepcional. Tanto é que, hoje em dia, a estação abriga um centro comercial.

No fim da década de 1980 e durante 20 anos, a estação situada no sul do Vaticano, em meio a seus jardins, foi, no início, transformada em armazém para materiais e brinquedos. No Natal, os funcionários do Vaticano iam até lá para comprar presentes para as crianças. Durante um tempo, a estação também abrigou um pequeno museu de filatelia e de coleções de moedas. Mas, desde 2003, artigos de luxo sem impostos podem ser encontrados lá.

A única plataforma anexa a esta estação só é utilizada, desde então, para o transporte de mercadorias. Os únicos usuários que chegam à estação vaticana são crianças. Uma vez por ano, centenas de meninos e meninas são convidados a viajar de trem até a famosa estação. No último dia 3 de junho, o “trem das crianças” transportou quatrocentos pequenos procedentes de municípios afetados pelos tremores de terra na região central da Itália. Na ocasião, o Papa lhes disse: “O que vocês viveram é horrível; as calamidades ferem a alma. Mas o Senhor nos ajuda a recuperar”.

 “Estrada do inferno”

Na época em que o trem começava a se popularizar, o Papa Gregório XVI foi contra um projeto de estação de trem no Vaticano. Diz-se que ele se manifestou desta forma: “Estrada de ferro, estrada do inferno”. Por fim, o sucessor dele, Pio IX, abriu a via para a construção de conexões que uniram Roma com as cidades de Ancona e Bolonha, as quais, na época, faziam parte dos Estados Pontifícios. No entanto, a unificação da Itália em 1861 atrasou o projeto.

O primeiro papa que andou em um trem foi um papa morto. No dia 13 de abril de 1959, depois de sua canonização, o corpo de Pio X foi enviado a Veneza, cidade em que tinha sido bispo antes de assumir o trono de Pedro.

Em outubro de 1962, um papa em exercício fez o caminho da estação: era João XXIII, que decidiu sair de Roma para dirigir-se em peregrinação a Loreto e Assis a bordo de um trem emprestado pelo presidente italiano.

Em 1979, chega a vez de João Paulo II utilizar a estação em duas ocasiões. A primeira, simbolicamente, no dia do ferroviário. Ele se dirigiu à estação italiana de São Pedro que se encontra a uns cem metros de distância. A segunda vez foi em janeiro de 2002, quando o papa polonês embargou na estação de trem do Vaticano em direção a Assis, acompanhado por 200 líderes religiosos do mundo inteiro.

Bento XVI seguiu o exemplo de seu antecessor quando, em outubro de 2011, utilizou o trem para ir a um encontro inter-religioso em Assis.

As estradas de ferro da cidade não são eletrificadas. Por isso, o trem é puxado por uma locomotiva a diesel. O Papa Francisco ainda não utilizou o trem. Ele prefere o helicóptero.

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