Nem o “último desejo” dos pais do bebê foi atendido pelo hospital europeuCharlie Gard faleceu nesta sexta-feira, 28 de julho, após seus pais decidirem poucos dias atrás finalizar a longa batalha judicial travada a fim de possibilitar um tratamento experimental ao filho.
“Nosso lindo menino se foi. Nós estamos muito orgulhosos de você, Charlie”, expressou a mãe de Charlie, Connie Yates.
Charlie Gard, que completaria um ano no próximo dia 4 de agosto, foi internado em setembro de 2016 no hospital Great Ormond Street de Londres (Reino Unido). No centro médico, foi diagnosticado com síndrome de esgotamento mitocondrial, uma doença genética rara que causa a fraqueza muscular progressiva e pode provocar a morte no primeiro ano de vida.
Seus pais conseguiram arrecadar mais de um milhão de dólares para levá-lo aos Estados Unidos, a fim de receber um tratamento experimental. Entretanto, o hospital britânico evitou esta decisão e, após uma extensa batalha judicial, obteve a permissão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos para desligar os aparelhos de Charlie.
Os pais de Charlie, Chris Gard e Connie Yates, então, solicitaram que o bebê pudesse ser levado para morrer em casa e que os aparelhos fossem desligados apenas daqui a uma semana. Porém, não foram atendidos.
“O hospital rejeitou nosso último desejo”, declarou Connie. “Queríamos apenas estar em paz com nosso filho, sem hospital, sem advogado, sem imprensa. Apenas um momento com Charlie, longe de todo o resto, para dizermos adeus com o todo o amor possível”.
De acordo com o hospital, não teria como montar o equipamento necessário para dar o suporte a Charlie em casa e que se tentassem fazer isso, poderia ser caótico para o bebê. Assim, decidiram a transferência do menino para uma casa de cuidados paliativos, onde seus aparelhos seriam desligados.
No último dia 24 de julho, após o anúncio dos pais de Charlie de que finalizariam a batalha judicial e deixariam seu “filho ir e que esteja com os anjos”, o Papa Francisco expressou sua proximidade as pais e ao bebê e pediu orações para que pudessem “encontrar consolo e o amor de Deus”.
No início do mês, o Pontífice já havia manifestado que acompanhava “com afeto e emoção o caso do pequeno Charlie Gard” e tinha pedido que a vontade dos pais do bebê fosse respeitada.
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