Aleteia logoAleteia logoAleteia
Domingo 01 Outubro |
São Bavão de Gand
Aleteia logo
Espiritualidade
separateurCreated with Sketch.

Fatal maledicência: o pecado sobre o qual ninguém fala

478162845

Getty Images/Imagezoo

Greg Kandra - publicado em 28/07/17

É mais fácil pensar o pior dos outros do que o melhor, mas o que essa “falsa alegria” traz para nossas almas e sociedade?

Sempre me lembro do quão inteligente Satanás pode ser.

Considere, por exemplo, um pecado pouco nocivo que parece ter criado raízes e cresceu na era da mídia social: a maledicência. Tenho visto isso cada vez mais. Ninguém realmente fala sobre isso ou sobre o dano que inflige – mesmo o papa tendo sublinhado, muitas vezes, o mal inerente do primo próximo desse pecado, a fofoca.

Então, qual é o problema?

Em primeiro lugar, o catecismo ensina que a maledicência é um pecado contra o oitavo mandamento:

  1. O respeito pela reputação das pessoas proíbe toda e qualquer atitude ou palavra susceptíveis de lhes causar um dano injusto. Torna-se culpado:

– de juízo temerário, aquele que, mesmo tacitamente, admite como verdadeiro, sem prova suficiente, um defeito moral do próximo;
– de maledicência, aquele que, sem motivo objetivamente válido, revela os defeitos e as faltas de outrem a pessoas que os ignoram;
– de calúnia, aquele que, por afirmações contrárias à verdade, prejudica a reputação dos outros e dá ocasião a falsos juízos a seu respeito.

  1. Para evitar o juízo temerário, cada um procurará interpretar em sentido favorável, tanto quanto possível, os pensamentos, as palavras e os atos do seu próximo:

«Todo o bom cristão deve estar mais pronto a interpretar favoravelmente a opinião ou afirmação obscura do próximo do que a condená-la. Se de modo nenhum a pode aprovar, interrogue-se sobre como é que ele a compreende: se ele pensa ou compreende menos rectamente, corrija-o com benevolência; e se isso não basta, tentem-se todos os meios oportunos para que, compreendendo-a bem, ele regresse do erro são e salvo».

  1. A maledicência e a calúnia destroema reputação e a honra do próximo. Ora, a honra é o testemunho social prestado à dignidade humana e todos gozam do direito natural à honra do seu nome, à boa reputação e ao respeito. Por isso, a maledicência e a calúnia lesam as virtudes da justiça e da caridade.

E a mídia, somos lembrados, têm uma responsabilidade especial:

  1. A informação mediática está ao serviço do bem comum. A sociedade tem direito a uma informação fundada na verdade, na liberdade, na justiça e na solidariedade.

«O uso reto deste direito requer que a comunicação seja, quanto ao objecto, sempre verídica, e quanto ao respeito pelas exigências da justiça e da caridade, completa; quanto ao modo, que seja honesta e conveniente, quer dizer, que na obtenção e difusão das notícias, observe absolutamente as leis morais, os direitos e a dignidade do homem».

  1. «Também neste domínio é necessário que todos os membros da sociedade cumpram os seus deveres de justiça e de verdade. Devem utilizar os meios de comunicação social no sentido de concorrer para a formação e difusão de um recta opinião pública».

 A solidariedade é consequência duma comunicação verdadeira e justa e da livre circulação das ideias que favorecem o conhecimento e o respeito pelos outros.

  1. Pela própria natureza da sua profissão na imprensa, os seus responsáveis têm a obrigação, na difusão da informação, de servir a verdade sem ofender a caridade. Esforçar-se-ão por respeitar, com igual cuidado, a natureza dos factos e os limites do juízo crítico em relação às pessoas. Devem evitar ceder à difamação.

Ninguém melhor que Pe. John A. Hardon, SJ, para falar sobre o pecado da maledicência:

“A boa reputação de uma pessoa pertence a ela, e nós não podemos feri-la, revelando, sem proporcional grave razão, a verdade do que sabemos sobre ela.

Maledicência é, portanto, um pecado contra a justiça, porque priva um homem ou uma mulher do que eles normalmente valorizam mais do que riquezas. Sócrates declarou que a maneira de conseguir a boa reputação reside no esforço em ser aquilo que se deseja parecer, destacando o esforço necessário para adquirir um bom nome. Tudo isso, mais até do que a riqueza acumulada, pode ser destruído por um único ato criminoso de maledicência.

A gravidade do pecado cometido irá resultar principalmente da gravidade da falha ou limitação divulgados. Mas, também, vai depender da dignidade da pessoa prejudicada e os danos causados ​​a ela e aos outros, revelando algo que está oculto e cuja divulgação rebaixa (se não arruinar) sua posição aos olhos do público.

Não muito diferente da restituição do roubo, maledicência exige reparação, tanto quanto possível, à reputação da pessoa ferida. Muitas vezes, tal reparação é quase impossível de fazer, ou por causa do número de pessoas informadas, ou da complexidade da situação. Mas isso apenas sublinha a advertência das Escrituras para que “cuide bem do seu próprio nome, pois ele acompanhará você mais do que mil tesouros de ouro. Mesmo a vida feliz tem seus dias contados, porém o bom nome permanece para sempre” (Eclo 41,12-13).”

Vale a pena perguntar-nos se temos, conscientemente ou não, sido culpados de maledicência. Temos intencionalmente tirado o bom nome de alguém? Temos procurado prejudicar a reputação de alguém (mesmo que pensemos que ela mereça)? Temos nos entretido com a falsa alegria da fofoca?

Tags:
FofocamentiramoralPecadoValoresVerdade
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia