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Não se preocupe, baby: se eu cair, irei me levantar!

Small girl ride on a bicycle – crash – car accident © Emin Kuliyev / Shutterstock – pt

<a href="http://www.shutterstock.com/pic.mhtml?id=15659899&amp;src=id" target="_blank" />Small girl ride on a bicycle</a> © Emin Kuliyev / Shutterstock

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Obvious - publicado em 31/07/17

Reflexões sobre o senso de autoeficácia e sobre os tropeços na vida

Quando nascemos, muitos nos contam a vida como se ela seguisse um padrão preestabelecido. À princípio, a infância é desenhada como uma fase de descobertas e aprendizados, depois a adolescência é descrita como uma fase de escolhas, dificuldades e de novas experiências emocionais. Segue-se então a fase adulta dita como reduto do desenvolvimento profissional, através de um emprego, e aprimoramento afetivo, por meio de um relacionamento amoroso estável, com ou sem filhos e lá no fim da vida a velhice nos é apresentada como uma fase de descanso no qual colheremos os frutos de uma vida de trabalho.

Tudo parece bastante prático, quase compulsório, contudo não o é. Em absolutamente todas as fases de nossa vida passaremos por desafios que determinarão como cada fase vai ser para nós e será o nosso senso de autoeficácia que determinará como iremos encarar cada nova experiência que se apresentará em nossa vida.

Resumidamente, de acordo com o psicólogo canadense Albert Bandura, a autoeficácia é um termo que designa a convicção de uma pessoa em ser capaz de realizar uma tarefa, independente da condição na qual esteja.

Em suma nossa crença em nós e em nossas capacidades determinará nossas escolhas futuras. Seguiremos sempre caminhos nos quais nos sintamos capazes de realizar as metas as quais nos propusemos.

Na infância brincadeiras cognitivas nos ajudarão a entender nossa relação com o nosso corpo e nossas capacidades motoras. A escola também trabalhará de forma preponderante ao apontar e aprimorar nossas capacidades intelectuais agindo de forma muitas vezes comparativa.

Na adolescência o nosso senso na capacidade de realizar nos ajudará a escolher nossa carreira. Esse senso também determinará atividades livres escolhidas que dirão de nossas melhores habilidades. Nossa carreira e habilidades quase sempre nos farão rodeados por pessoas com aptidões afins em espaços nos quais nos sentimos confortáveis. Também experimentaremos nessa fase predileções sentimentais.

Pessoas com maior senso de autoeficácia acreditam no potencial que têm e enxergam os reveses da vida e as dificuldades como oportunidades de aprendizado. Quando confrontadas com um “não” tentam novamente de diferentes formas, são persistentes e não se dão por vencidas facilmente. Quando empenhadas em atividades físicas não tomam o cansaço como um ponto negativo.

Resumidamente a autoeficácia anda de mãos dadas com o otimismo, pois foca na superação de nossas metas e não nos reveses do caminho, nas perdas ou fracassos. A autoeficácia mora na capacidade de buscar soluções e enxergar problemas como desafios que levarão ao aprimoramento de nossas capacidades.

A ausência do sentido de autoeficácia muitas vezes desagua na ansiedade e na depressão. Ambos os estados se focam em pensamentos negativos contínuos, que muitas vezes se prendem à culpa, à ideia de incapacidade, à ideia de não merecimento e à autopunição inconsciente.

A velhice também resguarda muitos desafios, muitas vezes envoltos por perdas pessoais e de capacidades físicas. Como cada um de nós passará por cada desafio dependerá de nossa capacidade de acreditar em nós e em nossa disposição de concretizar metas independente das dificuldades que nos surjam.

Dúvidas acerca de nosso potencial minam nossa energia e trazem para nossa vida pensamentos derrotistas que podem fazer morada em nossa mente. Quando nos autossabotamos, duvidando de nossa força em superar as dificuldades, a desistência torna-se algo repetitivo e perigoso. O hábito de desistir pode ser um grande inimigo, pois abandonar um sonho, uma meta ou um propósito mina o aprendizado oferecido pela experiência.

Muitas vezes em nossa vida nos confrontamos com a ideia de que tropeçar e cair é algo vergonhoso e até mesmo inaceitável. Contudo essa não é uma visão otimista. Cair e levantar implica em aprender, em superar, em amadurecer, em testar nossos limites, em renascer, haja visto que depois de experiências marcantes somos levados à reflexão profunda acerca de nós e de tudo que nos cerca.

Quando alguém nos proclamar a fatalista frase, quase sempre emancipada em tom profético: “Guarda o que te falo, você vai cair” frase essa muitas vezes acompanhada de um “e você vai gritar pela minha ajuda”, “e você vai se arrepender de ter dito ou feito isso”, “e você vai desejar ter ido por outro caminho”, “e você vai rastejar implorando por mim”… tenhamos claro em nossa mente que tal parecer negativo crê não em nossas capacidades, tão pouco em nosso senso de superação, mas em nossa incapacidade de nos levantar depois de um tombo e nasce, miseravelmente, da ânsia pela derrota nossa.

Cabe a nós deixarmos tais pessoas e pareceres fatalistas em um reduto afastado de nossas expectativas, pois é certo que torcem pelo fim de nossos sonhos e trabalham para acentuar a ideia de nossa incapacidade em realizar.

Que todo esse azedume e negativismo não obtenham êxito em acrescentar mágoas e dificuldades à nossa vida que é sim desafiadora, contudo com a autoeficácia ao nosso lado, nunca fatalista!

Tendo em vista que cair é um ato passível para os caminhantes persistentes que buscam suas metas com afinco e otimismo, aviso que um tombo não assinala a certeza de que alguma previsão fatalista se concretizou. Pelo contrário, um tombo pode ser um marco para uma nova etapa em nossas vidas e quando de mãos dadas com a autoeficácia, quando cremos em nós, podemos cair dez vezes sim, mas com certeza seremos plenamente capazes de nos levantar onze!
(Obvious)

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