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Religião e moda: o MET Gala 2018 promete ser polêmico

MET
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Adriana Bello - publicado em 10/08/17
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Um tapete vermelho que, sem dúvida, dará muito pano pra manga Não tem nada de novo no fato de religião e moda se mesclarem (que o diga a cantora Madonna). Alguns estilistas fazem isso com muito bom gosto e respeito (como Dolce & Gabanna), outros fazem suas interpretações criativas que, na minha opinião, às vezes caem no ridículo e até mesmo na blasfêmia.

Porém, o certo é que a maioria destes casos de moda e religião foram vistos nas passarelas, não em tapetes vermelhos ou museus, onde os poucos casos se resumem a artistas querendo zombar das autoridades eclesiásticas, como é o caso de Nicki Minaj, no Grammy de 2012, que estava vestida de vermelho e acompanhada por um homem disfarçado de Papa.

Segundo o diário WWD (Women’s Wear Daily), o Museu Metropolitano de Nova York quer que a próxima edição do MET Gala tenha uma inspiração “religiosa”, algo não só polêmico, mas, para mim, potencialmente interessante. Para quem não sabe (não se preocupe, eu também não sabia até 10 anos atrás), o MET Gala é baile de gala beneficente, em que é lançada a exposição de moda anual mais importante do museu. O baile acontece no Costume Institute, que desde 2014 passou a receber o nome de Anna Wintour (em homenagem à editora da Vogue americana, organizadora do evento há anos).

JENNIFER LOPEZ

Sky cinema – Shutterstock

Reconhecimento da importância da religião

O código de vestimenta da festa de gala, que se caracteriza por ser rígido e exigente, é considerado quase como o Óscar da moda e sempre está diretamente relacionado à temática da exposição. Ou seja: a influência da religião na moda será o eixo central de tudo, reconhecendo formalmente a importância do catolicismo, do judaísmo, do islã e de outras crenças neste âmbito sociocultural que, embora seja considerado superficial por alguns (eu não me incluo), faz parte do nosso dia a dia.

Como estamos falando do evento do ano que vem (o deste ano aconteceu há pouco mais de três meses), ainda não há muita informação, nem sequer confirmação da direção do museu. No entanto, só a temática (muito provável) está gerando bastante ruído nas redes sociais. Por isso, provavelmente seja um dos tapetes mais controversos e debatidos de 2018 (basta só lembrar dos comentários sobre o look de Kate Perry no MET Gala de 2013).

Particularmente, eu gostaria muito que isso realmente acontecesse, pois creio que pode ser uma excelente oportunidade para dar à religião o valor que ela merece na sociedade sob outra perspectiva. Estou certa que muitas celebridades, estilistas e modelos têm uma fé e, por isso, prefiro apostar no positivo e crer que eles farão seus trabalhos de maneira respeitosa e, sobretudo, com significado. Na verdade, creio que se há algo que a moda e a religião têm em comum (guardando as devidas distâncias) é a enorme capacidade de cada uma para transmitir mensagens.

RED CARPET

Krabikus – Shutterstock

Além disso, deixando de lado o show do tapete vermelho, o MET é uma instituição muito respeitada. Por isso, acredito que a exposição poderá ser muito interessante, principalmente porque contará com assessores especialistas nas duas áreas.

Não nego que certamente existirão looks que, na busca pela popularidade e pelas primeiras páginas, cairão na imoralidade. Mas tomara que sejam as exceções, não a regra.