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Abertura à vida: plena confiança em Deus

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Encontrando Alegria - publicado em 17/08/17

Será que realmente acreditamos em Jesus quando disse que nem sequer um mísero fio de cabelo cai da nossa cabeça sem que Deus o saiba e permita?

Não é novidade que eu e meu marido temos quatro filhos. Mas talvez seja novidade para quem nos acompanha há pouco tempo que somos abertos à vida, isto é, que não fazemos nenhum planejamento familiar, não adotamos controle algum de natalidade, nem artificial, nem natural. Em outras palavras, não, a fábrica não fechou, para horror dos parentes, amigos, inimigos, médicos e ativistas por um mundo melhor – todos aqueles que, graças a Deus, não pagam nossas contas.

E por falar em contas, ao contrário do que se possa pensar, nossa decisão não tem absolutamente nada a ver com questões financeiras. Não, nós não somos ricos – e não somos mesmo, diferentemente daqueles que dizem isso para posar de modestos e são hipócritas, pois têm todas as garantias possíveis para viver uma vida tranquila. “Mas minha nossa, que irresponsabilidade!”, muitos de vocês devem estar pensando, e, bem, este é um modo dever as coisas, mas não o nosso.

Nós somos cristãos e acreditamos que toda a vida é fruto da vontade de Deus. Sim, bem assim mesmo, bem “medieval” mesmo – como adoram xingar os modernosos, e como se isso fosse de fato um xingamento. Não achamos que a vida é um mero fato biológico, fruto da combinação de óvulo e espermatozóide pura e simplesmente. Admitir algo assim seria assumir uma visão mecanicista da criação, onde Deus teria apertado um botão de “start” lá no início dos tempos e depois largado tudo, deixando por nossa conta e risco todo o resto. Não pensamos assim.

Sabemos que Deus vive e age hoje, agora, neste instante e em todos os demais, em todos os lugares; acreditamos que se Ele não disser “faça-se a luz!”, vida alguma surge e se mantém, por mais jovem, saudável e fértil que se possa ser – quem não conhece pessoas que, mesmo sem problema orgânico algum, não conseguem engravidar? E quem não conhece ao menos um caso de vida que surgiu de quem menos se achava possível? – Sei que isso soa estranho – às vezes apavorante -, até mesmo entre cristãos, mas ou Deus governa nossas vidas por completo, incluindo nossos bolsos e corpos, ou lançamos mão de qualquer desculpa para nos considerarmos muito maduros e responsáveis, fugindo da plena entrega e confiança para a qual Ele não cessa de nos chamar.

Aos que repetem o chavão “botar filho no mundo é fácil; quero ver criá-los”, afirmo: de fato, seríamos os mais levianos e sem-vergonhas se, invocando a Deus sobre a geração de nossos filhos, não O invocássemos também para que nos desse todo amor, sabedoria e condições para bem criá-los. Abrir-se a receber todos os filhos que Ele nos enviar não é uma disposição satisfeita quando abrimos mão do anticoncepcional, da camisinha ou do MOB, deitamos, amamos e levantamos da cama: ali é só o começo de tudo, o início de uma jornada de santificação que deve conduzir à eternidade. Assim, acreditamos que a abertura à vida só é real quando nos dispomos a confiar o tanto que Ele espera que confiemos; só é real quando nos dispomos a servir o tanto que Ele deseja que sirvamos; só é real quando nos dispomos a morrer para nós mesmos o tanto que Ele deseja que nós morramos; e tais medidas só quem as sabe é Ele, não nós.  

Será que realmente acreditamos em Jesus quando disse que nem sequer um mísero fio de cabelo cai da nossa cabeça sem que Deus o saiba e permita? Se Ele é capaz de conhecer e zelar por coisa tão indiferente como um fio de cabelo, não o seria ainda muito mais pelas vidas que sopra nos ventres maternos e pelas nossas próprias vidas? Senhor, aumenta nossa fé!

(via Encontrando Alegria)

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