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O surpreendente simbolismo dos cães na arte cristã

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Philip Kosloski - publicado em 22/08/17
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Até Deus já foi associado a um cão de caça que resgata as almas desgarradas!Os cães já eram vistos como “o melhor amigo do homem” milhares de anos atrás. Podemos encontrá-los em episódios da própria Bíblia, como o do cão fiel de Tobias (cf. Tobias 5,16).

Entretanto, assim como ocorre hoje em dia, o mundo antigo também mencionava os cães de forma negativa em certas circunstâncias, mais ou menos como nos casos em que alguém é chamado de “cachorro” ou “vira-latas” em tom depreciativo ou condenatório.

Apesar dessas contradições, a arte medieval atribuía com frequência à figura do cachorro um papel positivo, como as suas clássicas características de vigilância e fidelidade. Por exemplo, um cão representado ao lado de uma mulher casada costumava simbolizar a sua fidelidade matrimonial – aliás, a fidelidade era um valor tão associado aos cães que um dos nomes mais comuns para os cachorros de estimação era “Fido”, da raiz latina que significa “fiel”, “confiança”, “confiar”.

Outras vezes, os cães eram associados à cura em virtude das propriedades atribuídas à sua lambida, que sanaria ferimentos. São Roque, muito invocado no século XIV como intercessor contra a peste que assolava o continente europeu, era retratado, por exemplo, junto ao seu cachorro.

Estátua de São Roque em Praga, na República Tcheca

Mais tarde, o cão preto e branco se tornou uma espécie de símbolo da ordem dominicana ou, diretamente, do seu fundador, São Domingos, em parte devido a um trocadilho entre a palavra “dominicanos” e a frase latina “Dómini canes”, que quer dizer “cães do Senhor”, no sentido de guardiães do cristianismo. Além disso, um popular relato sobre a vida de São Domingos dizia que a mãe dele teria tido um sonho em que dava à luz um cachorro com uma tocha na boca, e que ele incendiaria o mundo – evocando a missão evangelizadora que, fielmente, São Domingos de fato exerceu.

Deus mesmo chegou a ser representado como um zeloso cão fiel na obra do poeta inglês Francis Thompson, conhecido pelo poema “The Hound of Heaven” (“O Cão de Caça do Paraíso”): ele retrata Deus como um cão caçador em constante busca das almas rebeldes e desgarradas, para resgatá-las do descaminho e reuni-las ao rebanho.

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otsphoto/Shutterstock

O dia em que os cães farejadores detectaram Alguém vivo no Sacrário!

Foi em 1995, durante a viagem apostólica do papa São João Paulo II aos Estados Unidos, dentro de uma capela “vazia”…

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