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Guarda Suíça está “preparada” para eventual ameaça terrorista

Topshots – Swiss Guard Oath of Loyalty Ceremony, May 06, 2016

© Antoine Mekary / ALETEIA

Les nouveaux gardes suisses lors de leur prestation de serment au Vatican le 6 mai 2016

Aleteia Brasil - I. Media - publicado em 24/08/17

Comandante afirma que aumentou o tempo de formação por causa do risco de atentados em Roma

“Estamos ‘preparados’ para enfrentar a ameaça terrorista”, declarou o comandante da Guarda Suíça, Christoph Graf, durante a assembleia geral da corporação nos dias 19 e 20 de agosto, de acordo com o site suíço cath.ch.

Até hoje, nem a Itália, nem o Vaticano foram alvos dos atentados terroristas do Estado Islâmico, mas “talvez seja paenas uma questão de tempo para que um atentado aconteça em Roma”, destacou o chefe da guarda.

Diante do risco, a corporação militar que faz a segurança pessoal do sucessor de Pedro está intensificando sua preparação. O tempo de formação dos homens foi duplicado, passando de dois para quatro meses, segundo o cath.ch. A formação inclui principalmente aulas de tiro e segurança pessoal.

Ao longo do processo de entrada na corporação, cuja duração mínima é de 26 meses, os recrutas da Guarda Suíça se comprometem a proteger e servir ao Soberano Pontífice até o último sacrifício. Eles fazem o juramento sempre no dia 6 de maio, em memória do fato ocorrido em 1527, quando 147 guardas suíços morreram pelas mãos dos soldados de Carlos V, protegendo a tumba de São Pedro e o papa Clemente VII (1523-1534).

História e missão

A Guarda Suíça Pontifícia foi formada a pedido do papa Júlio II, em 1503. Cerca de 150 nobres suíços reconhecidamente corajosos se transferiram a Roma para atender à solicitação de proteção feita pelo pontífice. Na época, a Guarda Suíça era um importante grupo de soldados mercenários que podiam ser contratados pelas potências europeias em troca de pagamento. Desde o século XIX, porém, eles servem apenas à Santa Sé.

Sua missão inclui a guarda do papa durante as visitas de autoridades estrangeiras, o acompanhamento em viagens internacionais e a prestação à paisana de serviços de segurança em eventos multitudinários, quando os guardas se misturam ao povo, mas equipados com armamento variado e com modernos dispositivos de comunicação.

A entrada de novos guardas à corporação acontece no começo de maio, quando os recrutas prestam juramento diante do papa, levantando a mão direita e mantendo abertos os três dedos do meio, em alusão à Santíssima Trindade.

O papa Francisco e os guardas suíços

Em maio de 2015, durante o juramento dos novos soldados, o papa Francisco declarou que a sua relação pessoal com a Guarda Suíça Pontifícia é “uma amizade particular, baseada no amor de Cristo”. Francisco citou o exemplo de Santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas, que tinha sido soldado em sua juventude: quando compôs os Exercícios Espirituais, Santo Inácio falou do “chamado de Cristo Rei” a edificar o seu Reino, um Reino que Cristo quer construir “com a colaboração de pessoas decididas e valentes”.

Santo Inácio compara o mundo com dois acampamentos militares – e somente dois: um tem a bandeira de Cristo; o outro tem a bandeira de Satanás. “Para o cristão, a escolha é clara: a bandeira de Cristo”, enfatiza o papa, complementando: “Um soldado de Cristo participa da vida do seu Senhor. Este é um chamado para vocês também: assumir as preocupações de Cristo, ser companheiros dele”.

O guarda suíço tenta seguir a Cristo, ama a Igreja e é um cristão de fé genuína, declarou Francisco, incentivando-os: “Levem sempre com vocês um pequeno Evangelho para ler nos momentos tranquilos”. O papa também destacou para os soldados a importância da oração pessoal, do rosário e do serviço aos pobres, doentes e necessitados. Por fim, Francisco recordou que os guardas suíços “são um manifesto da Santa Sé”: eles devem testemunhar aos peregrinos o “amor maior” que surge da amizade com Cristo, mediante o seu serviço generoso, profissional e gentil.

Curiosidades

– O inconfundível uniforme dos guardas suíços é feito de malha de cetim nas cores azul-real, amarelo-ouro e vermelho-sangue. O traje teria sido desenhado a Michelangelo, o célebre artista que também pintou o esplêndido teto da Capela Sistina.

– Só podem fazer parte da Guarda Suíça homens católicos, com diploma profissional ou ensino médio concluído, com idade entre 18 e 30 anos e altura mínima de 1,74m. Não podem ser casados, com exceção dos cabos, sargentos e oficiais. Eles também precisam ter feito treinamento militar no exército suíço, não ter registo criminal e ser de reputação social impecável.

– O tempo de serviço de um membro da Guarda Suíça é normalmente de dois anos, que podem ser renovados até um máximo de vinte.

– A língua oficial da Guarda Suíça é o alemão.

– O lema da Guarda Suíça, em latim, é “Àcriter et fidèliter” (“Com coragem e fidelidade”).

– Seus padroeiros são três: São Martinho, São Sebastião e São Nicolau von Flüe.

– A bandeira da Guarda Suíça contém o emblema pessoal do papa; assim, a corporação é a única do mundo cuja bandeira é alterada com cada novo chefe de Estado.

– A vida cotidiana dos guardas inclui também celebrações litúrgicas, com capela própria onde o capelão do exército pontifício oficia.

– Em setembro de 1943, os nazistas ocuparam Roma e passaram a patrulhar a cidade até a Praça de São Pedro, mas não ousaram invadir o Vaticano. A guarda contava apenas com 60 homens, podendo apenas resistir simbolicamente em caso de ataque. Além disso, o papa Pio XII tinha dado ordens para que a Guarda Suíça não derramasse sangue em sua defesa.

– A Guarda Suíça é responsável pela segurança do papa e dos edifícios pontifícios, mas não do Estado do Vaticano como tal. A Gendarmaria do Estado da Cidade do Vaticano é que se encarrega do policiamento e da segurança da Cidade-Estado, responsabilizando-se pela ordem pública, pelos controles de fronteira e de tráfego, pela investigação criminal e pelas demais funções próprias da polícia.

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PapaTerrorismo
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