Aleteia logoAleteia logoAleteia
Segunda-feira 20 Março |
São Martinho de Braga
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Líder de Mianmar denuncia ‘desinformação’ sobre crise dos rohingyas

DISPLACED ROHINGYA MUSLIMS

Foreign and Commonwealth Office | CC

Agências de Notícias - publicado em 07/09/17

A líder de fato de Mianmar, Aung San Suu Kyi, denunciou nesta quarta-feira (6) um “grande iceberg de desinformação” que, segundo ela, dá uma visão equivocada da crise dos muçulmanos rohingyas, situação que deixa a ONU em alerta.

Este foi o primeiro comentário oficial da vencedora do Nobel da Paz desde o início da crise, no fim de agosto. Suu Kyi tem sido muito criticada no exterior por seu silêncio sobre o destino da minoria rohingya. Milhares de pessoas fugiram para o vizinho Bangladesh.

A compaixão internacional em relação aos muçulmanos rohingyas é resultado de um “enorme iceberg de desinformação criado para gerar problemas entre as diferentes comunidades e promover os interesses dos terroristas”, afirmou Suu Kyi durante uma conversa por telefone com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, segundo uma transcrição divulgada por sua assessoria de comunicação.

Em várias ocasiões, Erdogan condenou a resposta do governo birmanês à crise e chegou a mencionar um “genocídio no estado de Rakhine”, na região noroeste de Mianmar.

Aung San Suu Kyi, que sempre defendeu a ação do Exército, rebateu a acusação e afirmou que seu país faz “o necessário para proteger os direitos de todos os habitantes”.

“Sabemos muito melhor do que terceiros o que significa estarmos privados de direitos e de proteção democrática”, completou, em uma referência a seus anos de luta contra a junta militar birmanesa, que a deixou por muitos anos em prisão domiciliar.

– Milhares de refugiados –

A violência explodiu em 25 de agosto, quando os rebeldes do Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA, na sigla em inglês), que afirmam defender a minoria muçulmana, atacaram dezenas de delegacias de polícia.

O Exército birmanês reagiu com uma grande operação em Rakhine, uma área pobre e remota do país, o que obrigou a fuga de dezenas de milhares de pessoas.

De acordo com o Exército de Mianmar, o balanço é de 400 mortos, quase todos muçulmanos.

Até o ano passado os rohingyas não haviam recorrido à luta armada, uma situação que mudou em outubro com os primeiros ataques do ARSA.

Segundo as organizações humanitárias, 125.000 refugiados entraram em Bangladesh desde 25 de agosto, e milhares de pessoas estariam a caminho do país vizinho, algumas delas bloqueadas na fronteira.

Nesta quarta-feira, ao menos cinco crianças morreram no naufrágio de uma embarcação de rohingyas que fugiam de Mianmar, segundo a Guarda Costeira de Bangladesh.

De acordo com o guarda de fronteira Aloysius Sangma, pelo menos três barcos repletos de refugiados rohingyas afundaram no rio Naf, que estabelece a fronteira entre Bangladesh e o extremo sudeste de Mianmar.

Considerados estrangeiros em Mianmar, onde mais de 90% da população é budista, os rohingyas — quase um milhão de pessoas – são considerados apátridas, apesar da presença de algumas famílias há várias gerações no país.

Eles não têm acesso ao mercado de trabalho, às escolas, nem aos hospitais. O avanço do nacionalismo budista nos últimos anos aumentou a hostilidade.

A situação torna o silêncio de Aung San Suu Kyi inaceitável no exterior.

Alguns analistas consideram que ela é impotente diante do auge dos budistas extremistas e de um Exército que continua muito forte, inclusive politicamente, em um país que durante 50 anos foi uma ditadura militar.

Depois de investigar uma crise de violência anterior, a ONU denunciou uma grande operação de repressão “generalizada e sistemática”, realizada essencialmente pelo Exército contra os rohingyas.

A ONU considerou que a repressão teve como consequência uma “limpeza étnica” e, “muito provavelmente”, crimes contra a humanidade.

(AFP)

Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia