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Se a África é rica, por que metade da sua população é pobre?

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Aleteia Espanha - publicado em 19/09/17

Organizações católicas denunciam a grave situação

Diversas organizações católicas alertam sobre o cenário de fome, guerras e catástrofes no continente africano, mostrando sua destacada presença em cada um dos países em conflito.

A Cáritas tem um vínculo especial com este continente, repleto de esperança, e aposta em “continuar avançando no trabalho de cooperação fraterna com sua Igreja e suas Cáritas nacionais”.

Representantes desta ONG explicam que o continente africano, no qual se encontram alguns dos países mais pobres do mundo, é atualmente cenário recorrente de fomes, guerras e catástrofes; e dão o exemplo das realidades problemáticas do Magreb (Mauritânia, Marrocos e Tunísia), a fome no Sahel (Senegal, Mali, Burkina Faso, Níger e Chade) e no Chifre da África (Etiópia, Sudão, Sudão do Sul, Eritreia, Somália, Quênia e Djibouti), as guerras do centro do continente (Congo-Brazzaville, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Uganda, Ruanda e Burundi) e África Austral (Moçambique e Angola).

A Cáritas centra seu trabalho tanto na atenção de urgência aos atingidos como no apoio a processos de reabilitação e prevenção de novos desastres; explica também que, neste momento de crise, é necessário colocar as pessoas no centro de todas as ações de cooperação fraterna com a Igreja e as Cáritas do continente.

O crescimento econômico se reflete nas pessoas

Manos Unidas investiu mais de 12,5 milhões de euros no último ano e denuncia, no Dia da África, as necessidades das pessoas que vivem neste continente.

“Ainda que as análises macroeconômicas garantam que, no último ano, a África cresceu 5,1%, isso não se reflete na sociedade”, afirma a ONG católica.

Entre os dados mostrados, explica-se que 50% dos africanos vive abaixo da linha da pobreza e mais de 200 milhões de africanos (um terço da população) sofre de insegurança alimentar.

Segundo Manos Unidas, os progressos e disparidades se complementam; na educação, aumenta a escolarização, mas não se garante a qualidade; o acesso à água continua sendo impossível para muitos e as desigualdades de gênero continuam sendo enormes, porque o fato de ser mulher, nascer em uma família pobre, rural e em uma área de conflito supõe viver uma vida indigna para a mulher africana.

Com relação à situação política, Manos Unidas mostra que os governos democráticos “ainda estão longe de serem alcançados e, nos 14 votações importantes feitas no último ano, houve denúncias de corrupção e vários conflitos violentos ligados a processos eleitorais (Costa do Marfim), ruptura de acordos (Sudão e Sudão do Sul) ou violência sectária e étnica (Nigéria e Somália)”.

Outros dos conflitos que preocupam Manos Unidas são os vinculados ao controle dos recursos naturais (República Democrática do Congo, Etiópia, Nigéria, Guiné), o crime organizado e o fundamentalismo religioso (Argélia, Somália, Quênia, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria).

Vítimas da guerra

Na organização Misiones Salesianas, trabalha-se pela reconciliação e pela paz por meio da educação. Seus organizadores destacam, para o Dia da África, que este “é um continente vítima das guerras, dos enfrentamentos e da fome”.

Pablo Souto, responsável pela área de comunicação de Misiones Salesianas, explica como os missionários trabalham em situações de insegurança: “Muitos foram embora, mas nós ficamos ao lado da população, acompanhando-a e ajudando no que for possível, apesar das dificuldades”.

O trabalho realizado neste momento está centrado na reconciliação dos povos por meio da educação, e no trabalho com crianças e jovens, vítimas mais vulneráveis da violência e da pobreza. Souto destaca: “Devemos nos afastar dos interesses nacionais e econômicos, para que os povos da África possam progredir”.

“A África é um continente com grandes riquezas naturais, mas a população não se beneficia delas. Isso é que o devemos mudar”, conclui Souto.

(Alvaro Real)

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