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Pe. Amorth, um exorcista brincalhão: 3 de seus relatos engraçados favoritos

Exorcista italiano padre Gabriele Amorth

Unknown | Fair Use

Gelsomino Del Guercio - publicado em 26/09/17

Ele era certamente um tipo de exorcista que você não esperaria!

Implacável na luta contra Satanás, de olhar severo e de uma força e veemência que lhe valeram o reconhecimento como um dos maiores exorcistas do mundo, o pe. Gabriele Amorth era, ao mesmo tempo, um grande amigo do bom humor.

Ele mesmo compartilhou com a escritora Elisabetta Fezzi, autora da coletânea “Padre Amorth – A minha batalha com Deus contra Satanás”, vários episódios da sua vida que revelam um sacerdote simpático, leve e brincalhão.

O falso pregador

Conta o padre:

“Quando éramos universitários, ia acontecer em Assis um curso de exercícios espirituais. Um amigo, que era gordinho, chegou antes, se vestiu de padre e foi até o instituto das freiras onde nós ficaríamos alojados. Ele se apresentou como o pregador dos exercícios e foi muito bem recebido: tomou café e depois se despediu dizendo que ia dar uma voltinha pelo povoado. Algum tempo depois chegou o verdadeiro pregador, que, é claro, estava vestido como sacerdote, mas tinha um rosto bem jovem. As irmãs foram logo dizendo: ‘Olhe aqui, nós já fomos avisadas e sabemos que você é um estudante. Vá tirar essa batina’. É que o primeiro, que tinha sido bem convincente, ‘avisou’ que um dos estudantes tinha a ‘mania’ de se vestir de padre. No fim, tudo terminou em grandes risadas”.

O “secretário” do cardeal

O pe. Amorth gostava de observar o quanto as pessoas dão trela para títulos e cargos sem pararem para considerar as pessoas. Em um dos seus “experimentos”, ele conta que um amigo engenheiro tinha sido secretário do cardeal Lercaro no ano da consagração da Itália. “Com isso, eu tinha a minha ‘quinta coluna’ junto ao cardeal”, comenta o exorcista, prosseguindo:

“Era muito útil, porque, toda vez que eu precisava, telefonava para ele e ele logo me passava para Lercaro. Uma vez eu queria publicar um artigo no L’Osservatore Romano, mas me disseram que não. Então eu perguntei pelo diretor e quiseram saber quem eu era. Me apresentei como da secretaria do cardeal Lercaro, falaram com ele e imediatamente me confirmaram que iriam publicar o artigo o mais rápido possível. Quando eu dizia que era da secretaria de tal pessoa importante, todas as portas se abriam!”.

O “monsenhor Palerma”

Outro dos curiosos “experimentos” do pe. Amorth quanto às vaidades humanas foi o seguinte:

“Estava em Bolonha, tinha acabado de falar com o cardeal Lercaro e precisava voltar para Módena. Estava perto da igreja de São Pedro, ou seja, percebi que, a pé, não dava tempo de chegar à estação e pegar o trem. Então liguei para o jornal Avvenire d’Italia e falei: ‘Preciso que vocês me mandem um carro para ir até a estação, por favor. Estou aqui com o cardeal Lercaro’. Eles perguntaram: ‘Mas quem é que está falando?’. ‘Sou o monsenhor Cialtrone’. ‘Ah, monsenhor, oh, monsenhor, já estamos mandando, monsenhor!’”.

Nota da redação brasileira: em italiano, “cialtrone” quer dizer pateta, simplório, bobo, idiota… Teria sido como dizer “Sou o monsenhor Palerma”, ou algo que pudesse parecer um sobrenome embora fosse apenas um termo pejorativo. O pe. Amorth conclui o caso, com bom humor:

“As pessoas se preocupam com o título, não com o nome. Eu disse por brincadeira que era mons. Palerma, mas eles mandaram o carro imediatamente! As pessoas olham para as aparências, não para a substância! O motorista foi logo me acomodando: ‘Bem-vindo, monsenhor; sente-se, monsenhor’… O nome já tinha sumido, mas o ‘título’ permanecia”.

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