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Conselho de uma mãe imperfeita

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A soma de todos os afetos - publicado em 29/09/17
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Se você tem filhos pequenos, leia issoAntes mesmo de pegarmos nosso tão sonhado “Positivo”, recebemos incontáveis conselhos e dicas “infalíveis” de como sobreviver à maternidade. Depois que o bebê nasce, então…todo mundo é expert em criação de filhos, menos você. Todo mundo sabe o que fazer para acalmá-lo numa crise intensa de choro, menos você.

Todo mundo parece saber o que é melhor para ele, exceto…você.

A melhor hora pro banho; a melhor maneira de fazer dormir. Nos ensinam até o que devemos ou não comer. Nos dão conselhos para o casamento não ir por água abaixo, nos dão conselhos para conciliarmos Maternidade X Carreira, nos ensinam a amamentar, nos incentivam a perder peso o mais rápido possível e a sempre que der, tirar um tempo para o casal.

Tenho decorado na mente alguns desses conselhos maravilhosos que prometem resolver todos os nossos problemas. E tentei colocar o máximo possível em prática na época que as minhas meninas nasceram.

A única coisa que eu não ouvi, de ninguém, foi: “PENSE EM VOCÊ”.

Ninguém me ensinou que para o meu casamento não afundar, eu deveria pensar em MIM, em primeiro lugar! Nem me disse que para o meu bebê estar TRANQUILO, *EU* deveria me tranquilizar, primeiro. Ninguém sequer me perguntou se EU queria realmente perder peso e se eu tinha tanta pressa pra isso.

A sociedade quer nos ensinar a ser mãe, profissional e esposa nota 10, mas não ensina que pra isso acontecer, é necessário se PRIORIZAR.

Nos dizem que todo nosso tempo será do bebê, para aproveitarmos e dormimos o máximo que pudermos na gravidez, para evitarmos nossas comidas preferidas, para mantermos o cabelo mais curto pois é mais prático, e nossa sensualidade ativada para o marido “não sentir falta”.

Mas anulam completamente um fato importantíssimo: A FALTA QUE NOS CAUSAMOS DE NÓS MESMAS.

Então, pera lá: Quer dizer que quando meu filho nascer, eu vou ganhar superpoderes, é isso?! Vou perder o sono, o cansaço, a vontade de comer, vou me multiplicar e ser 10 ao mesmo tempo, para dar conta do marido, do filho, dos parentes chatos, do sexo, da casa… Mas…e DE MIM? Quem dará conta?

Quem dará conta que eu estiver exausta, chorando e berrando feito uma louca dentro de casa? Quem dará conta quando eu começar a me questionar o “PORQUÊ” de ter querido ter filhos?! Quem dará conta quando a minha autoestima estiver no pé e meu nível de stress estiver nas nuvens? Quem dará conta das minhas unhas roídas, do meu cabelo preso há 5 dias, das minhas olheiras roxas?!

Quem dará conta da minha saúde mental e física abalada, do medo e do pânico que me invadem a alma e que quase me paralisam de medo?

Quem dará conta de me comprar calcinhas novas e me tirar o cheiro de leite?

Embora seja lindo e romântico dizer que mães viram super-heroínas, a verdade amiga, é que esses poderes não surgem instantaneamente, nem instintivamente, como pintam por aí. Esses “poderes” da maternidade só aparecerão quando você estiver, de fato, EMPODERADA. Empoderada do seu novo papel no mundo. E isso só acontece quando nos ouvimos! Quando temos TEMPO para nos redescobrirmos pós-parto, pós-casamento, pós-maternidade.

Não fique pelos cantos se culpando por não ter mais libido, por não estar satisfazendo todas as vontades do parceiro, pois eu aposto que você não está satisfazendo nem as suas próprias.

Então, me permitem um conselho bem “dazesquerda” de uma mãe imperfeita?

PENSE EM VOCÊ ACIMA DE TUDO. Porque mais ninguém no mundo fará isso! Pelo contrário, parece que o mundo se esquece das mães…

Te soa egoísta ou utópico? Como uma mãe vai pensar em si mesma antes de pensar nos filhos?! É que pensando em você, se priorizando, não anulando todas as suas vontades, você elevará seus índices de serotonina, endorfina, que eleva a autoestima, que nos deixa confiantes, e tal confiança nos devolve o amor próprio, que nos dá tesão, tesão pelo parceiro e tesão DE VIDA que é o mais importante! O tesão nos dá FELICIDADE, motivação, empenho, e felizes nós driblamos os problemas muito melhor.

Uma mãe infeliz não pode criar filhos felizes. A equação não fecha.

Então, antes de se doar absurdamente e absolutamente para quem quer que seja, guarde um pouquinho de si para casos de emergência.

E lembre-se que você não virou o Hulk, nem a Mulher Maravilha; portanto, mesmo que queira, não pode carregar o mundo nos ombros, lamento te dizer!

Comece a abandonar as culpas que pesam tanto e se preocupe mais consigo ao invés de escutar tanto a opinião alheia.

Seu filho não vai te achar uma mãe relapsa porque você vai à academia ou ao curso de bolos decorados. Ele não vai crescer te odiando porque teve que passar algumas tardes na casa dos avós ou tios…mas ele não se perdoará nunca por achar que a sua chegada a este mundo tornou sua mãe frustrada e triste.

Esteja bem e eles estarão ÓTIMOS!

 

(via A soma de todos os afetos)