Ser capaz de viver a vida com alegria é um dom, uma graça que você deve pedir a Deus todas as manhãsEu gosto de festas. Gosto que contem comigo para celebrar a alegria. Gosto de aproveitar a vida quando ela se enche de luzes. Gosto de ser convidado para uma festa. Adoro rir e me divertir.
Às vezes, temo ver a frivolidade na alegria. Não é a mesma coisa. Jesus não me fala sobre uma festa frívola. Mas de uma alegria profunda, verdadeira. Sua festa é a festa eterna, em que não há acaso. Seu reino não acaba. Nunca.
Eu gosto dessa alegria que perdura e não se apaga. Ninguém pode com ela. Por isso quero aprender a rir nos momentos difíceis. A alegria compartilhada se multiplica. E os momentos difíceis levados com alegria mudam o mundo.
Meu coração fica maior quando eu rio. E as rugas no rosto aparecem. Porque eu rio. Rio com suavidade. Ou com gargalhadas. Rio de mim mesmo. Da vida. Dos fracassos.
Eu gosto de estar com quem também ri. As pessoas tristes, amargas, pusilânimes me irritam. Não quero ser assim. Quero fazer os outros rirem. Quero rir por dentro. Não somente como um disfarce.
Conheço muitas pessoas adeptas ao drama e à melancolia. Elas não me fazem rir. Mas sei que não é culpa delas. Quisera eu transformar sua amargura em boas risadas. Ao lado dela, meu sorriso se congela. E nos meus lábios faltam as brincadeiras. Eu não rio, não sorrio. E não sei como fazer para transformar lágrimas em sorrisos. Não quero inventar nada novo. As piadas não surtem efeito.
Como é difícil alegrar as pessoas que não querem viver com alegria. Definitivamente, eu gosto de festas. E da alegria de Jesus. As bodas me aguardam no fim do caminho. Uma festa plena. É o que Deus quer.
Tenho medo só de não saber o que deixa Deus feliz. Seriam minhas piadas e brincadeiras? Será que ele ri com meu humor? Será que ele gosta dos meus planos? Pode ser que eu tenha outras alegrias, diferentes das Dele. Não sei.
Quisera eu ser capaz de viver feliz onde quer que Deus me coloque. Viver feliz e com um coração aberto a tudo. Aconteça o que acontecer. Feliz na fome e na fartura. Na escassez e na abundância. Nas lágrimas e nos sorrisos. Porque há lágrimas alegres. E sorrisos que podem ser tristes. E eu quero que meu sorriso seja sempre alegre. E quero que minhas lágrimas se vistam de alegria.
Gostaria de ser assim sempre. Igualmente feliz na secura do deserto e na frescura da tempestade. Creio que me falta a capacidade de aproveitar o hoje tal como ele vem. O momento presente e sagrado que Deus me presenteia. Bom ou mau. Não importa.
Viver alegre na festa e na tribulação. No sucesso e no fracasso. Este coração que se adapta à vida e não vive se queixando ou exigindo. Igualmente feliz em tudo. Igualmente festivo. Aqui e agora. Amanhã, em outro lugar.
Sem medo de perder a segurança que agora me sustenta. Feliz na abundância. Feliz na escassez. Com uma alegria de festa profunda, que se expressa em meu rosto, em meu corpo.
Tenho direito à festa, à alegria. É um direito do homem, como afirmou J. Kentenich: “A natureza humana não pode existir sem a alegria que lhe corresponde. Portanto, é falso e errôneo quando se diz aqui e ali que a alegria não é mais que um gole de champanhe, que poucos mortais podem adquirir. Não é verdade. Todos os seres humanos têm o direito inalienável à alegria. Por isso, a instinto de alegria deve ser satisfeito de alguma maneira, pois, ao contrário, a natureza humana pode adoecer, pode sofrer uma queda irreparável” [1].
Eu tenho direito à alegria. E, por isso, creio que seja muito importante a minha missão de alegrar os corações. Viver alegre em todos os momentos, para transmitir uma forma distinta de viver a vida. Tenho direito à festa.
E quero ser capaz de alegrar os que vivem perto de mim. A alegria contagia (e se ensina). Ser capaz de viver a vida com alegria é um dom, uma graça que quero pedir a Deus todas as manhãs. Para mim. Para todos.
[1] J. Kentenich, Las Fuentes de la Alegría