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Caros assexuais, pangêneros, trans-humanos, inter*fêmeas e outros mais de 50 rótulos

Ideologia de gênero

© Public Domain

Francisco Vêneto - publicado em 24/10/17

Uma inusitada e politicamente correta saudação parlamentar e a pergunta que ela sugere: faz sentido?

Em 2014, o Facebook disponibilizou para os perfis dos seus usuários a possibilidade de escolher entre nada menos que 56 “identidades sexuais” em vez de “apenas” os “tradicionais” feminino e masculino.

A lista foi obra do Facebook Diversity, um departamento da empresa de Mark Zuckerberg criado para “analisar, interpretar e promover a diversidade social, cultural, política e religiosa em geral“. Os critérios usados vieram dos “Princípios de Yogyakarta“, uma regulação internacional adotada pela ONU em 2006 para promover a ideologia de gênero.

A novidade, liberada inicialmente só para os perfis em inglês americano, oferecia as seguintes variações:

Agender
Androgyne
Androgynous
Bigender
Cis
Cis Female
Cis Male
Cis Man
Cis Woman
Cisgender
Cisgender Female
Cisgender Male
Cisgender Man
Cisgender Woman
Female to Male
FTM
Gender Fluid
Gender Nonconforming
Gender Questioning
Gender Variant
Genderqueer
Intersex
Male to Female
MTF
Neither
Neutrois
Non-binary
Other
Pangender
Trans
Trans Female
Trans Male
Trans Man
Trans Person
Trans Woman
Trans*
Trans* Female
Trans* Male
Trans* Man
Trans* Person
Trans* Woman
Transfeminine
Transgender
Transgender Female
Transgender Male
Transgender Man
Transgender Person
Transgender Woman
Transmasculine
Transsexual
Transsexual Female
Transsexual Male
Transsexual Man
Transsexual Person
Transsexual Woman
Two-spirit

Não é possível afirmar que a iniciativa dita “inclusiva” tenha sido isenta de motivações mercadológicas: uma categorização mais “específica” do chamado “gênero” permite desbastar melhor os públicos-alvo das campanhas publicitárias, valorizando a oferta de publicidade social na plataforma. O Facebook Data Science, aliás, aproveitou a semana de São Valentim daquele ano, correspondente ao dia dos namorados em grande parte dos países, para fazer uma série de pesquisas sobre “amor”, “formação de pares nas redes sociais” e “dinâmicas da união entre pessoas de diferentes religiões”, por exemplo.

O Facebook, em suma, se alinhou às ideologias que os tempos trazem consigo. Seria interessante, porém, que a empresa divulgasse mais detalhadamente os dados científicos e estatísticos que teria usado para embasar os seus alegados “estudos sobre as formas de amor”, como, por exemplo básico, a quantidade real de pessoas que adotaram cada um dos 54 “novos gêneros” que vão além do biológico.

Aplicação prática?

O uso de tantos prefixos e sufixos para rotular pessoas que dizem não querer ser rotuladas foi empregado por um deputado alemão como forma de questionamento prático da sua aplicabilidade (e sensatez). Steffen Königer é do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), tachado pela grande mídia como de “extrema-direita populista” – qualificativos que, de resto, são distribuídos a esmo e vastamente para qualquer um que questione os dogmas da ideologia de gênero (juntamente com mimosidades como “fascista” e “nazista”, pouco importando que o seu significado real seja outro).

O deputado começou o seu discurso com as protocolares saudações, acrescidas das variações ideológicas:

“Caro senhor presidente da câmara, senhoras e senhores, caros homossexuais, caras lésbicas, caros andróginos, caros bigêneros…”

E não parou até listar dezenas de “identidades de gênero”. A inusitada e politicamente correta saudação levou mais de dois minutos e, em dado momento, o presidente da assembleia resolveu interrompê-lo:

“O senhor vai permitir que lhe façam perguntas?”

Königer respondeu:

“Ainda não terminei a minha introdução, senhor presidente. Desculpe-me”.

Com as pessoas presentes aos risos, ele deu continuidade aos cumprimentos e, ao terminá-los, declarou a posição de seu partido:

“A AfD rejeita a sua proposta. Obrigado”.

Depois da sessão, Steffen Königer declarou ao jornal Junge Freiheit que a sua intenção era ilustrar o resultado de se aceitar a catalogação de tantos assim chamados “gêneros”:

“Eu poderia ter lido 100 ou mais ainda, mas teria sido entediante”.

O deputado tinha enunciado mais de 50 dos chamados “novos gêneros” já reconhecidos na tribuna e disse ter usado a lista oferecida pelo Facebook no preenchimento dos perfis de usuário.

Vários vídeos com a saudação estão disponíveis no YouTube. Este traz legendas em português:

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