“Eu não pedi nada, e tu me fizeste. Eu ainda não tinha saído à luz, e tu me viste”Houve um tempo em que eu não existia, e tu me criaste .
Eu não pedi nada, e tu me fizeste.
Eu ainda não tinha saído à luz, e tu me viste.
Eu não tinha aparecido, e tu compadeceste de mim.
Ainda não tinha te invocado, e te ocupaste de mim.
Não tinha feito nenhum sinal com a mão, e me viste.
Não tinha articulado nenhum som, e me compreendeste.
Ainda não tinha suspirado, e já me escutaste.
Mesmo sabendo o que eu ia ser, não me depreciaste.
Tendo considerado, com seu olhar precavido,
as faltas que eu cometo por ser pecador,
me modelaste.
E, agora que me criaste,
que me salvaste
e que me curaste a ferida do pecado
não me percas para sempre!
Atada, paralisada e
encurvada como uma mulher que sofre,
minha miserável alma fica impotente para endereçar-se a ti.
Sob o peso do pecado, olha para o chão.
Inclina-te até mim, tu, Misericordioso,
até essa pobre árvore pensante que caiu.
Faz-me florescer novamente
em beleza e esplendor
segundo as palavras divinas do santo profeta.
A ti, Protetor,
peço que deixes sobre mim um olhar
surgido da solicitude teu amor indizível…
e do nada criarás em mim a mesma luz.
Por Gregori de Narek, monge e poeta armênio
Oração originalmente publicado por Oleada Joven