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Como lidar com a saudade dos filhos que estão longe

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Canção Nova - publicado em 14/11/17
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Deixar ir faz parte da vida Saudade, sentimento tão falado e cantado em prosa e verso, que vai nascendo devagarinho no coração daqueles que amam.

Sinto saudade de muitas coisas, situações e pessoas. Hoje, no entanto, vou contar-lhes a minha vivência em relação à saudade de uma filha que saiu de casa para estudar.

Nesse momento, passam-se flashes de situações que vivemos juntas: a gravidez tranquila, o nascimento, dor que explode em alegria , a ansiedade da mãe desajeitada dos primeiros meses, os primeiros passos, as crises de bronquite, o primeiro dia no maternal, o nascimento da irmã, as mudanças de casa e de cidade, as brigas com a irmã, seu carinho com os pais e avós, a primeira menstruação, as festas com os amigos, o primeiro namorado, a orientação vocacional, os vestibulares, a espera do resultado, o “enfim passei”, a arrumação das coisas, o dia da partida.

Deixar ir faz parte da vida

Como bons pais, fomos levá-la e deixamos milhares de recomendações. Já ao entrar no carro, para voltar para casa, olhei para trás e… cadê ela? Pensei: tudo bem, é só por um tempo. A viagem foi calada. Creio que o pai, assim como eu, veio rezando para Deus não nos desamparar neste momento, para protegê-la, e todas aquelas orações que pais que amam sabem fazer.

Cheguei em casa e o mesmo ritmo de vida continuou, isto é, uma correria. Mas, em alguns momentos, passando por seu quarto, vendo uma peça de roupa sua, a falta na mesa para o almoço, encontrando com suas colegas, a lembrança vinha tão forte, que parecia como um soco no estômago. Eu pensava: “Como ela está? Será que comeu? Está dormindo bem? Não ficou doente? E a rinite alérgica? Está gostando do curso, da casa, das colegas?”.

Preocupação é diferente de saudade

Nas conversas pelo telefone, tudo era respondido, mas, dentro de mim, ficava uma tristeza tão grande depois que desligava o telefone. Então, compreendi que era saudade, e que precisava diferenciá-la das preocupações. A preocupação sempre existiu e sempre vai existir, e só é aliviada quando se tem confiança em Deus. A saudade, no entanto, deixa um buraco no coração; é como se algo faltasse e nada nem ninguém diferente dessa pessoa pudesse preencher. O lugar dela está ali e é só ela quem cabe naquele espaço.

Compreender isso me ajudou a lidar com a saudade, pois entendi que quem ama sofre muito mais de saudade, mas o amor que sente é maior que tudo, maior que a dor da separação a até maior que a morte. Então, se sofro por amor, este próprio amor preenche o espaço deixado pela falta.

Muitas vezes, eu me questiono: “Porque deixei que ela se fosse?” Penso que essa era a decisão certa, pois eu não poderia prender aquela que criei para ser livre, para realizar a missão a ela destinada, para ser aquilo que deve ser.

Os anos se passaram, e hoje faço um balanço: sou mais mãe, ela é mais filha, estamos mais maduras, aprendemos uma com a outra e Deus está realizando uma oração que faço todos os dias para minhas filhas: que elas sejam felizes!

 

Via Canção Nova