O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, atrás de Estados Unidos e China
A população carcerária do Brasil dobrou entre 2005 e 2016 e a taxa de ocupação das prisões chegou a 197%, com dois presos – e até quatro em certos estados – por vaga disponível, indicou nesta sexta-feira (8) um relatório do Ministério da Justiça.
Em junho de 2016, quando o estudo foi elaborado, havia 726.712 presos para uma capacidade carcerária de 368.049, enquanto em 2005, quando foi feito o primeiro relatório sobre o tema, havia 361.400 presos.
O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, atrás de Estados Unidos e China, e à frente da Rússia.
A superlotação nas penitenciárias, muitas vezes antigas e insalubres, piora a cada ano. No fim de 2014, a taxa de ocupação era de 167%, com uma falta de 250.318 vagas; em junho de 2016 chegou a 197%, com uma falta de 336.491 vagas.
Do total de presos, 5,8% eram mulheres e 40% estavam à espera de julgamento.
A maior superpopulação carcerária é registrada no Amazonas, com uma taxa de ocupação de 484,5%.
Nesse contexto, uma onda de rebeliões e atrozes ajustes de contas entre presos de facções rivais deixou em janeiro 140 mortos em prisões no norte e nordeste do país.
Em resposta a essa situação, o governo adotou uma série de medidas de urgência que vão desde a separação de presos de diferentes facções até a construção de novas penitenciárias em todos os estados.
(AFP)