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Gritos de alegria marcam primeira missa de Natal na Mossul livre do EI

KIRKOUK-MASS-2

Fraternité en Irak

Messe à la cathédrale de Kirkouk, en Irak.

Agências de Notícias - publicado em 24/12/17

Esta missa, a primeira na cidade desde maio de 2014, "marca o retorno da vida a Mossul"

A alegria voltou a Mossul este ano, na primeira missa de Natal após a expulsão dos extremistas do Estado Islâmico. Pouco importa que os enfeites da igreja de São Paulo sejam modestos e que haja blindados no exterior. No lado de dentro, o clima é de festa.

Cinco meses depois da “libertação” da segunda cidade mais populosa do Iraque, a missa começou com a execução do hino nacional, seguido do ‘zagrouta’ (grito com o qual as mulheres expressam alegria).

Em meio à multidão, Hossam Abud, de 48 anos, em cadeira de rodas, está contente em assistir à missa pela primeira vez desde que retornou a Mossul no começo do mês. Quando o grupo Estado Islâmico (EI) ocupou a cidade, em junho de 2014, ele se refugiou no vizinho Curdistão iraquiano.

Esta missa, a primeira na cidade desde maio de 2014, “marca o retorno da vida a Mossul”, assegura.

“Com esta missa, enviamos uma mensagem de paz e de amor porque Cristo é o mensageiro da paz e sem paz não há vida”, explica à AFP o patriarca da igreja católica caldeia, monsenhor Louis Sako, que celebrou o culto.

– ‘Todos irmãos’ –

Farqad Malko también voltou há um mês do Curdistão. Para ela, é uma mensagem dirigida ao EI: “com esta celebração, dizemos-lhes que todos os moradores de Mossul são irmãos, seja qual for sua religião, sua etnia e apesar de todos os anos e dos sofrimentos que lhes infligiram”.

Estar aqui é “uma alegria imensa”, disse em meio a canções natalinas, as primeiras entoadas desde dezembro de 2013.

Nos últimos dias, voluntários repararam os danos na igreja de São Paulo, a única ainda aberta na cidade, e instalaram cortinas brancas e vermelhas para ocultar as marcas da guerra.

Entre velas, pinheiros e lençóis brancos para tapar os buracos nas vidraças danificadas em combates e explosões, os moradores muçulmanos acompanharam neste dia os fiéis cristãos. Também estiveram presentes autoridades locais e comandos militares.

Em frente à igreja, havia uma imponente mobilização de forças de segurança, assim como nos cruzamentos por onde se chega a este templo, situado na parte leste da cidade, a menos destruída pela guerrilha urbana.

Blindados e veículos militares posicionados nos arredores da igreja e a foto de um “mártir” cristão de Mossul, assassinado pelos extremistas islâmicos, relembram os fiéis os três anos de ocupação do grupo radical, autor de uma infinidade de atrocidades e atentados.

Durante este período, os jihadistas perseguiram as minorias religiosas, em particular os yazidis e os cristãos caldeus e siríacos da planície de Nínive (província da qual Mossul é capital), o que desencadeou um êxodo em massa.

– ‘Incentivar a volta’ –

Agora, “é preciso reconstruir as igrejas destruídas na cidade para incentivar a volta dos cristãos”, afirma Abud, cuja família foi uma das últimas cristãs a partir.

Desde a invasão do Iraque, liderada pelos americanos em 2003, as autoridades locais estimam que cerca de 90% da população cristã tenha fugido de Mossul.

Quando os jihadistas chegaram, restavam apenas 2.000 famílias cristãs, segundo a associação Fraternidade no Iraque.

Agora que os jihadistas foram expulsos, “os cristãos deslocados no Iraque ou refugiados fora do país devem voltar rapidamente”, afirma o monsenhor Sako, líder da principal igreja cristã no Iraque. E “desempenhar um papel ativo na reconstrução”.

Segundo Durid Tobia, assessor do governo para assuntos cristãos, “entre 70 e 80 famílias cristãs voltaram a Mossul e outras o farão em breve”.

Mina Ramez, de 20 anos, voltou para casa com sua família há dois meses. Justo a tempo para o começo das aulas na universidade.

“É nossa terra, são nossas casas, e faremos o que pudermos com nossos irmãos de todas as religiões para reconstruir Mossul”, afirma à AFP.”Não abandonaremos nunca a terra que nos viu nascer”.

A presença cristã em Mossul remonta ao século IV.

(AFP)

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