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Ter uma caridade que não se habitua à injustiça como se fosse algo natural

PAPIEŻ FRANCISZEK I POLSKA CHOINKA

CPP / Polaris/East News

Vatican News - publicado em 25/12/17

Papa: “Nesta noite de Natal, em que nasce Jesus, reconheçamos Deus em todas as situações onde O julgamos ausente”

A Basílica Vaticana ficou pequena na noite deste domingo (24/12) para acolher os fiéis na missa da vigília de Natal presidida pelo Papa Francisco.

Telões instalados na Praça São Pedro possibilitaram a participação, apesar do frio, de milhares de pessoas.

A homilia do Papa, inspirada do Evangelho de Lucas, começou com a reflexão sobre aquela narração simples do acontecimento que mudou para sempre a nossa história. Tudo, naquela noite, na manjedoura, se tornava fonte de esperança: Maria deu à Luz”.

Francisco recordou a trajetória de Maria e José, obrigados a partir  deixando os parentes, sua casa, sua terra, numa viagem nada confortável nem fácil para um casal jovem que estava para ter um bebê: foram forçados a deixar a sua terra. E o pior, quando chegaram   a Belém, sentiram era uma terra onde não havia lugar para eles.

“Mas foi precisamente lá, naquela realidade que se revelava um desafio, que Maria nos presenteou com o Emanuel, lá acende-se a centelha revolucionária da ternura de Deus. Em Belém, criou-se uma pequena abertura para aqueles que perderam a terra, a pátria, os sonhos; mesmo para aqueles que sucumbiram à asfixia produzida por uma vida fechada”.

Nos passos de José e Maria, escondem-se tantos passos

O Papa Francisco lembrou aquela realidade confrontando-a com os fatos do presente: “Nos passos de José e Maria, vemos hoje as pegadas de famílias inteiras que são obrigadas a partir,  milhões de pessoas que não escolhem partir, mas são obrigadas a separar-se dos seus entes queridos, são expulsas da sua terra”.

Afirmando que “em muitos casos, esta partida está carregada de esperança, carregada de futuro”; ressaltou que “em tantos outros, a partida tem apenas um nome: sobrevivência”.

“Sobreviver aos Herodes de turno, que, para impor o seu poder e aumentar as suas riquezas, não têm problema algum em derramar sangue inocente.”

“Maria e José, para quem não havia lugar, são os primeiros a abraçar Aquele que nos vem dar a todos o documento de cidadania; Aquele que, na sua pobreza e pequenez, denuncia e mostra que o verdadeiro poder e a autêntica liberdade são os que honram e socorrem a fragilidade do mais fraco”, reiterou Francisco.

Pastores não observavam as prescrições rituais de purificação religiosa

Descrevendo ainda o contexto daquela época em Belém, o Papa mencionou a figura dos pastores, homens e mulheres que viviam à margem da sociedade, eram considerados impuros pela cor de sua pele, as roupas, o odor, o modo de falar, a origem: neles tudo gerava desconfiança. Mas foi a eles que o anjo anunciou o nascimento do Salvador, eles foram os primeiros destinatários da Boa Notícia.

A fé nos impele a abrir espaço a uma nova imaginação social

“Eis a alegria que somos convidados a partilhar, celebrar e anunciar nesta noite. A alegria com que Deus, na sua infinita misericórdia, nos abraçou a nós, pagãos, pecadores e estrangeiros, e nos impele a fazer o mesmo”.

“Nesta noite de Natal, em que nasce Jesus, reconheçamos Deus em todas as situações onde O julgamos ausente”.

“Ele está no visitante indiscreto, muitas vezes irreconhecível, que caminha pelas nossas cidades, pelos nossos bairros, viajando nos nossos transportes públicos, batendo às nossas portas.”

E como pedido final da homilia, disse:

“Não tenhamos medo de experimentar novas formas de relacionamento; Natal é tempo para transformar a força do medo em força da caridade, em força para uma nova imaginação da caridade. A caridade que não se habitua à injustiça como se fosse algo natural, mas tem a coragem, no meio de tensões e conflitos, de se fazer «casa do pão», terra de hospitalidade”.

Deus vem ao nosso encontro para nos tornar protagonistas da vida que nos rodeia

Citando a primeira homilia do Pontificado de São João Paulo II, Francisco exortou: «Não tenham medo! Abram, ou, escancarem as portas a Cristo».

“Menino pequenino de Belém, pedimo-Vos que o vosso choro nos desperte da nossa indiferença, abra os olhos perante quem sofre. A vossa ternura desperte a nossa sensibilidade e nos faça sentir convidados a reconhecer-Vos em todos aqueles que chegam às nossas cidades, às nossas histórias, às nossas vidas. Que a vossa ternura revolucionária nos persuada a sentir-nos convidados a cuidar da esperança e da ternura do nosso povo”, concluiu.

(Rádio Vaticano)

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