O acesso ao aplicativo Telegram e à rede social Instagram de celulares voltou a ser restrito no Irã, neste domingo (31), depois de três dias de manifestações contra o governo por todo país – informaram várias agências de notícias iranianas.
“Os dirigentes encarregados da segurança decidiram bloquear provisoriamente o Telegram e o Instagram”, afirmou o site da televisão estatal citando uma “fonte informada”.
As autoridades acusam grupos “contrarrevolucionários” estabelecidos no exterior de recorrer às redes sociais, especialmente o Telegram, para convocar a população a ir às ruas e a usar coquetéis Molotov e armas de fogo.
“Ontem à tarde, alguns elementos contrarrevolucionários utilizaram as redes sociais para ensinar as pessoas a usarem armas de fogo e coquetéis Molotov”, declarou à televisão estatal o ministro das Telecomunicações, Mohamad Javad Azari.
Ele advertiu que “o Conselho Supremo de Segurança Nacional tomará medidas se a contrarrevolução tentar utilizar as redes sociais para provocar distúrbios”.
No sábado, o ministro acusou um canal da rede encriptada Telegram de encorajar um “levantamento armado”.
O cofundador do serviço de mensagens instantâneas Pavel Durov anunciou posteriormente o fechamento no Telegram da rede Amadnews – que tem quase 1,4 milhão de inscritos – por ter incitado a “violência”.
Mas imediatamente apareceram outros canais no Telegram, em particular o sedaimardom, que em algumas horas conseguiu mais de 700.000 inscritos, chamando as pessoas a se manifestarem difundindo vídeos de protestos.
“As autoridades iranianas bloquearam o acesso ao Telegram para a maioria dos iranianos após nos recusarmos a fechar (voz do povo) e outros canais que chamam a manifestações pacíficas”, reagiu Pavel.
(AFP)