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A Santa Missa do Padre Pio em detalhes

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Mondadori Portfolio via Getty Images

Padre Pio of Pietrelcina celebrating Mass. San Giovanni Rotondo, May 1966 (Photo by Mondadori Portfolio via Getty Images)

Reportagem local - publicado em 03/01/18

Um trecho valioso de "Assim falou o Padre Pio", confira!
Senhor Padre, ama o Sacrifício da Missa?
Sim, porque Ela regenera o mundo.
Que glória dá a Deus a Missa?
Uma glória infinita.
Que devemos fazer durante a Missa?
Compadecer-nos e amar.
Senhor Padre, como devemos assistir à Santa Missa?
Como assistiram a Santíssima Virgem e as piedosas mulheres. Como assistiu S. João Evangelista ao Sacrifício Eucarístico e ao Sacrifício cruento da Cruz.
Senhor Padre, que benefícios recebemos ao assistir à Santa Missa?
Não se podem contar. Vê-los-ás no céu. Quando assistires à Santa Missa, renova a tua fé e medita na Vítima que se imola por ti à Divina Justiça. Não te afastes do altar sem derramar lágrimas de dor e de amor a Jesus, Crucificado por tua salvação. A Virgem Dolorosa acompanhar-te-á e será a tua doce inspiração.
Senhor Padre, o que é a sua Missa?
Uma união sagrada com a Paixão de Jesus. Minha responsabilidade é única no mundo. (Dizia isto a chorar.)
O que é que devo procurar na sua Santa Missa?
Todo o Calvário.
Senhor Padre, diga-me tudo o que sofre durante a Santa Missa.
Sofro tudo o que Jesus sofreu na sua Paixão, embora sem proporção, só o que pode fazê-lo uma criatura humana. E isto apesar de cada uma de minhas faltas e só por Sua bondade.
Senhor Padre, durante o Sacrifício divino o senhor padre carrega os nossos pecados?
Não posso deixar de fazê-lo, já que é uma parte do Santo Sacrifício.
Considera-se a si mesmo um pecador?
Não o sei, mas temo que assim seja.
Eu já o vi a tremer ao subir aos degraus do altar. Por quê? Pelo que tem de sofrer?
Não pelo que tenho de sofrer, mas pelo que tenho de oferecer.
Em que momento da Missa é que sofre mais?
Na Consagração e na Comunhão.
Senhor Padre, esta manhã na Missa, ao ler a história de Esaú, que vendeu os direitos de sua primogenitura, os seus olhos encheram-se de lágrimas.
Parece-te pouco desprezar o dom de Deus!?
Ao ler o Evangelho, porque é que chorou quando leu estas palavras: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue…”
Chora comigo de ternura!
Senhor Padre, porque é que chora quase sempre que lê o Evangelho na Missa?
A nós parece-nos que não tem importância que um Deus fale às suas criaturas e elas O contradigam e O ofendam continuamente com a sua ingratidão e incredulidade.
A Sua Missa, senhor Padre, é um sacrifício cruento?
Herege!
Perdão, senhor Padre, queria dizer que na Missa o Sacrifício de Jesus não é cruento, mas a sua participação em toda a Paixão o é. Engano-me?
Não, nisso não te enganas. Creio que tens toda a razão.
Quem é que lhe limpa o sangue durante a Missa?
Ninguém.
Senhor Padre, porque é que chora no Ofertório?
Queres saber o segredo? Pois bem: porque é o momento em que a alma se separa das coisas profanas.
Durante a sua Missa, senhor Padre, o povo faz um pouco de barulho…
Se estivesses no Calvário, não ouvirias gritos, blasfêmias, ruídos e ameaças? Havia um alvoroço enorme.
Não o distraem os ruídos?
Em nada.
Senhor Padre, por que é que sofre tanto na Consagração?
Não sejas maldoso… (Não quero que me perguntes isso…)
Senhor Padre, diga-me: por que é que sofre tanto na Consagração?
Porque nesse momento se produz realmente uma nova e admirável destruição e criação.
Senhor Padre, por que é que chora no altar e o que é que significam as palavras que pronuncia na Elevação? Pergunto por curiosidade, mas também porque quero repeti-las consigo.
Os segredos do Rei Supremo não se podem revelar nem profanar-se. Perguntas-me por que choro, mas eu não queria derramar essas pobres lagrimazinhas, mas sim torrentes de lágrimas. Não meditas neste grandioso mistério?
Senhor Padre, o senhor sofre, durante a Missa, a amargura do fel?
Sim, muito frequentemente…
Senhor Padre, como é que se pode estar de pé no Altar?
Como estava Jesus na Cruz.
No altar, o senhor Padre está pregado na Cruz, como Jesus no Calvário?
E ainda me perguntas?
Como é que o senhor Padre se acha?
Como Jesus no Calvário.
Senhor Padre, os carrascos deitaram a Cruz no chão para pregar os pregos em Jesus?
Evidentemente.
A si também lhos pregam?
E de que maneira!
Também deitam a Cruz no chão para si?
Sim, mas não devemos ter medo.
Senhor Padre, durante a Missa pronuncia as Sete Palavras que Jesus disse na Cruz?
Sim, indignamente, mas também as pronuncio.
E a quem é que diz: “Mulher, aí tens o teu filho”?
Digo assim para Ela: “Aqui tens os filhos do Teu Filho”.
Sofre a sede e o abandono de Jesus?
Sim.
Em que momento?
Depois da Consagração.
Até que momento?
Costuma ser até a Comunhão.
Diz que tem vergonha de dizer: “Procurei quem me consolasse e não encontrei”. Por quê?
Porque os nossos sofrimentos de verdadeiros culpados não são nada em comparação com os de Jesus.
Diante de quem sente vergonha?
Diante de Deus e da minha consciência.
Os Anjos do Senhor reconfortam-no no Altar em que se imola?
Pois… não o sinto.
Se não lhe vem o consolo até à alma durante o Santo Sacrifício, e o senhor Padre sofre, como Jesus, o abandono total, a nossa presença não serve para nada.
A utilidade é para vós. Por acaso foi inútil a presença da Virgem Dolorosa, de São João e das piedosas mulheres aos pés de Jesus agonizante?
O que é a Sagrada Comunhão?
É toda uma misericórdia interior e exterior, todo um abraço. Pede a Jesus que se deixe sentir sensivelmente.
Quando Jesus vem, visita só a alma?
O ser inteiro.
O que é que Jesus faz na Comunhão?
Deleita-se na sua criatura.
Quando Jesus se une a si na Santa Comunhão, o que é que quer que peçamos a Deus por si?
Que eu seja outro Jesus, todo Jesus e sempre Jesus.
Também sofre na Comunhão?
É o ponto culminante.
Depois da Comunhão, os seus sofrimentos continuam?
Sim, mas são sofrimentos de amor.
A quem se dirigiu o último olhar de Jesus agonizante?
À sua Mãe.
E o senhor Padre para quem olha?
Para os meus irmãos de exílio.
Morre na Santa Missa?
Misticamente, na Sagrada Comunhão.
É por excesso de amor ou de dor?
Por ambas as coisas, porém mais por amor.
Se morre na Comunhão, continua a ficar no Altar? Porquê?
Jesus morto permanecia pendente da Cruz no Calvário.
Senhor Padre, disse que a vítima morre na Comunhão. A colocam-no  nos braços de Nossa Senhora?
Nos de São Francisco.
Senhor Padre, Jesus desprega os braços da Cruz para o descansar?
Sou eu quem descansa n’Ele!
Quanto ama a Jesus?
O meu desejo é infinito, mas a verdade é que, infelizmente, tenho de dizer nada e causa-me pena.
Senhor Padre, porque é que o senhor chora ao pronunciar a última palavra do Evangelho de São João: “E vimos a sua glória como de Filho Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”?
Parece-te pouco? Se os Apóstolos, com os seus olhos de carne, viram essa glória, como será a que veremos no Filho de Deus, em Jesus, quando se manifestar no céu?
Que união vamos então ter com Jesus?
Eucaristia dá-nos uma idéia.
A Santíssima Virgem assiste à sua Missa?
Julgas que a Mãe não se interessa pelo seu Filho?
E os Anjos?
Em multidões.
Senhor Padre, quem é que está mais perto do Altar?
Todo o Paraíso.
Gostaria de celebrar mais de uma Missa por dia?
Se eu pudesse, não quereria descer do Altar.
Disseram-me que traz consigo o seu próprio Altar…
Sim, porque se realizam estas palavras do Apóstolo: “Eu trago no meu corpo os estigmas de Jesus”. “Estou cravado com Cristo na Cruz.” “Castigo o meu corpo, e o reduzo à escravidão…”
Nesse caso, não me engano quando digo que estou a ver Jesus Crucificado!
(Nenhuma resposta)
Senhor Padre, lembra-se de mim na Santa Missa?
Durante toda a Missa, desde o princípio até o fim, lembro-me de ti.
A Missa do PadrePio, nos seus primeiros anos, durava mais de duas horas. Foi sempre um êxtase de amor e de dor. O seu rosto estava inteiramente concentrado em Deus e cheio de lágrimas. Um dia, ao confessar-me, perguntei-lhe sobre este grande mistério:
Senhor Padre, quero fazer-lhe uma pergunta.
Diz-me, filho.
Queria perguntar-lhe o que é a Missa?
Por que me perguntas isto?
Para ouvi-la melhor, senhor Padre.
Filho, posso dizer-te o que é a minha Missa.
Pois é isso o que eu quero saber, senhor Padre.
Meu filho, estamos na Cruz, e a Missa é uma contínua agonia.
in Tradition Catolica, nº 141, nov. 98 citando “Assim Falou o PadrePio” (S. Giovanni Rotondo, Foggia, Itália, 1974) com o Imprimatur de D. Fanton, Bispo Auxiliar de Vicenza.
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