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É possível “amar para sempre” neste mundo?

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Photo by Everton Vila on Unsplash

Carlos Padilla Esteban - publicado em 03/01/18

O amor de José e Maria é a referência que nos anima

Hoje, penso em todas as famílias que têm como modelo a Sagrada Família. Penso no ideal e no quão distantes estamos da realidade. Vejo José e Maria em Belém. José observa Maria. Ela se cala, comovida. Deus chegou em suas mãos, na carne de um menino. O sim que eles pronunciaram se tornou realidade. José olha Maria. Quanto ele a ama!

Observo a intimidade que existe entre eles. A cumplicidade cheia de ternura. Observo os medos que os fazem duvidar. Observo os sonhos guardados na alma. Vejo José preocupado com cada detalhe. Observo Maria acalmando José quando ele se preocupa demasiadamente com as coisas que não dão certo. Maria sorri. José a abriga. Ela se sente amada e cuidada.

Os dois velam o Menino. Cuidam de Jesus em Belém. Os dois fogem com Jesus para o Egito. Em sonho, compreendem tudo. Educam Jesus em Nazaré, quando podem regressar para a casa. Anos de silêncio até Jesus crescer na alma e no corpo, fortalecer-se.

Quanta renúncia escondida em anos de caminho oculto! O amor sempre renuncia aos próprios planos pelo outro. José e Maria renunciaram a tantas coisas para seguir o plano de Deus. Sabiam que Deus cuidaria deles a vida toda. Consagraram sua vida a esse Menino, que é Deus, que é homem, que é o maior tesouro. Esse mesmo Deus que hoje toca a terra e chega à minha vida.

José acreditou ao ver Maria acreditar. Maria é o lugar de José. Seu lar sagrado. Sua segurança mais verdadeira. Maria observa José. Alegra-se por Deus ter-lhe dado um homem para cuidar de seus passos. Um homem justo, fiel. Sente-se amada por ele. O amor entre eles constrói uma casa. É o pilar mais sólido. O mais necessário. Esse amor matrimonial é tão sagrado…

Porém, ao mesmo tempo sei que o amor matrimonial é frágil. O amor de José e Maria é a referência que nos anima. Um amor que parece impossível na Terra. Mas, para Deus, não há nada impossível. Um amor que todo coração deseja. Assim quer ser o amor dos esposos. Um amor humano e frágil, que sonha ser um amor santo.

Todos os matrimônios são chamados à santidade, como comenta o P. Kentenich. Deus convida o homem a ser santo neste caminho particular. A vida matrimonial é um caminho para santidade. O amor matrimonial é algo sagrado. Há muitos casais que vivem muito santamente e são o testemunho mais próximo do amor que Deus tem para nós. Um reflexo do amor trinitário. Oxalá houvesse cada vez mais casais santos ou, pelo menos, que lutam todos os dias para levar uma vida santa.

Deus me convida para amar santamente. Observo o amor entre os esposos e vejo que é um caminho para o céu. O caminho mais direto que Deus pensou para eles.

Mas, muitas vezes, acontece que a família não é uma escola de santidade. E o amor entre os esposos se enfraquece, esfria e deixa de expressar aquela ternura profunda. Começam as tensões, as distâncias, o desamor. Desaparece aquele amor generoso com que sempre sonharam. Aquele amor forte, que há de ser o fundamento de tudo. O amor deixa de ser expresso em gestos.

Faz falta o amor que se alimenta da renúncia e da generosidade. Um amor que não mede e aceita a assimetria como estilo de vida. Um amor que descanse no amor que Deus tem para conosco.

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