Esta iniciativa, implantada (e praticada) pelo Papa Francisco, pode transformar profundamente a sua vida (e a de muita gente)Na semana passada, muita gente se emocionou com a visita-surpresa que o Papa Francisco fez a uma das quatro unidades do Hospital Infantil Bambino Gesù, a maior entidade pediátrica da Europa, gerida pelo Vaticano na Itália. Esta visita foi mais uma concretização de uma iniciativa criada pelo próprio Papa durante o último Jubileu da Misericórdia (8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016): as “Sextas-Feiras da Misericórdia”.
Ao longo do Jubileu, um dos aspectos que o Papa Francisco mais destacou foi a importância de vivermos a misericórdia na prática e não apenas de palavra. Primeiramente, precisamos nos deixar ser “misericordiados” pelo Senhor, isto é, acolhidos pelo Seu amor inclusive com as nossas misérias; e, como fruto dessa experiência pessoal da misericórdia divina, abrir o nosso próprio olhar e o nosso coração ao próximo, que, assim como nós, também é cheio de misérias e precisa ser acolhido tanto por Deus quanto pelos outros. Desse olhar misericordioso brotam as 14 obras de misericórdia, que Cristo pediu que todos nós pratiquemos: as 7 obras de misericórdia corporal e as 7 obras de misericórdia espiritual:
PARA RECORDAR QUAIS SÃO AS 14 OBRAS DE MISERICÓRDIA, CLIQUE AQUI
Nessa dinâmica miséria-misericórdia, o Papa Francisco concretizou a iniciativa das “Sextas-Feiras da Misericórdia”, uma série de visitas-surpresa que acabaram se tornando momentos dentre os mais emocionantes, significativos e objetivos do Jubileu.
Para nos inspirarmos a praticar a misericórdia neste novo ano de 2018, repassaremos a seguir algumas das visitas feitas pelo Papa nas suas Sextas-Feiras da Misericórdia:
Dezembro 2015: a “Porta Santa da Caridade” num albergue para pessoas sem teto
Dez dias depois de ter aberto a Porta Santa da Basílica de São Pedro, o Papa foi até um albergue dirigido pela Cáritas e celebrou uma missa com 200 pessoas, entre sem-teto atendidos pela instituição, funcionários e voluntários. Ele abriu lá dentro a “Porta Santa da Caridade”, a primeira Porta Santa da história da Igreja que não fica numa grande catedral ou basílica: era uma simples porta, repleta de simbolismo, no meio de pessoas necessitadas.
Janeiro 2016: pacientes em estado vegetativo
O Papa visitou uma clínica para doentes em estado vegetativo e um lar para idosos, em clara chamada de atenção para a dignidade de toda vida humana, inclusive nas situações de fragilidade – em que muitas pessoas são abandonadas ou ignoradas.
Fevereiro 2016: dependentes químicos em recuperação
Em Castelgandolfo, onde se localiza a tradicional residência pontifícia de verão a cujo uso Francisco renunciou, ele visitou uma comunidade na qual são tratados jovens em luta contra a dependência química.
Março 2016: o lava-pés com refugiados
Na Quinta-Feira Santa, o Papa foi ao centro de acolhimento de refugiados de Castelnuovo di Porto, que hospedava 900 pessoas de cerca de 20 países, e, durante a tradicional Celebração da Ceia do Senhor, lavou os pés de doze refugiados, entre eles um hindu e três muçulmanos.
Abril 2016: campo de refugiados de Lesbos, Grécia
Desta visita emblemática, durante a qual foi acompanhado pelo patriarca Bartolomeu e pelo arcebispo Hieronimos, Francisco voltou a Roma levando consigo no avião três famílias de refugiados sírios, que foram acolhidas na Itália.
Maio 2016: pessoas com deficiências mentais
Em Ciampino, arredores de Roma, o Papa visitou a comunidade “Il Chicco” (“O Grão”, em italiano), onde vivem 18 pessoas com problemas mentais. Ele lanchou com os membros e voluntários da comunidade, ouviu testemunhos e visitou as oficinas onde cada um deles, de acordo com suas próprias capacidades, faz trabalhos manuais.
Junho 2016: sacerdotes idosos e enfermos
Francisco foi a duas comunidades que acolhem padres idosos e doentes: a casa Monte Tabor, onde moram oito sacerdotes enfermos, e a casa São Caetano, onde vivem 21 padres idosos da diocese de Roma.
Julho 2016: um hospital pediátrico e o campo de concentração de Auschwitz
Durante a Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia, o Papa foi até um hospital que atende todos os anos milhares de crianças com diversos desafios de saúde. Ele também fez uma visita silenciosa ao campo de concentração nazista de Auschwitz, que hoje é mantido como museu.
Agosto 2016: vítimas da prostituição
Francisco visitou a Comunidade Papa João XXIII, que acolhe mulheres libertadas da prostituição forçada. A maioria vem dos Bálcãs e da África. Todas sofreram brutalidades físicas e agora vivem sob proteção, pois escaparam de seus captores. O Papa disse às jovens: “Peço perdão por todos os católicos e fiéis que exploraram, abusaram e violentaram vocês”.
Setembro 2016: UTI neonatal e unidade para doentes de câncer em fase terminal
O Papa voltou a enfatizar o valor da vida humana em suas horas de maior fragilidade, tanto no início quanto no fim: desta vez, ele visitou uma UTI neonatal e uma unidade de tratamento de pacientes de câncer em estágio terminal. Francisco abraçou, consolou e deu forças, em especial, aos pais dos bebês enfermos.
Outubro 2016: orfanato em Roma
O Santo Padre visitou a Vila SOS de Roma. Trata-se de uma estrutura formada por 5 casas, em cada uma das quais vivem no máximo 6 meninos e meninas de até 12 anos, acompanhados por uma responsável que é chamada de “mãe SOS”. As crianças mostraram ao Papa o jardim e o parquinho, além dos seus quartos e brinquedos.
Novembro 2016: famílias de sacerdotes que deixaram o ministério
Francisco foi até um apartamento romano em que estavam reunidas sete famílias formadas por homens que deixaram o ministério sacerdotal e dedicou parte da tarde a conhecê-los e ouvir a sua história.
Inspiração para você
Certamente existem pessoas perto de você que ficarão muito felizes em receber uma visita marcada pela escuta, pelas palavras de carinho, pelo abraço fraterno, pela oração de um Pai-Nosso ou de uma Ave-Maria… Pode ser um orfanato, um asilo de idosos, um hospital, uma associação beneficente, uma entidade para pessoas com algum tipo de deficiência, ou simplesmente um vizinho idoso, uma família carente, uma pessoa nova no bairro…
Pense um pouco. Quem você vai visitar na sua próxima Sexta-Feira da Misericórdia?