Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sábado 02 Dezembro |
São Cromácio de Aquileia
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Papa volta à América Latina, mas evita a Argentina

twagxg2dusbojgqcd5q_uai6uig3onibjimeloyqfqz5quyyd7xwwqtbvyihhmdge4ia5r089twinmyz_05er00mkxs.jpg

ALBERTO PIZZOLI

Agências de Notícias - publicado em 14/01/18

Em quase cinco anos de pontificado, Francisco visitou boa parte dos países que cercam sua natal Argentina

O papa Francisco volta na segunda-feira (15), pela sexta vez, à América Latina, mas evita de novo seu país natal, a Argentina, um gesto significativo que gera muitos questionamentos.

“Em todas as viagens, ele corre o risco de ser manipulado. Mas, na Argentina, o risco é mais elevado”, explica à AFP o historiador italiano Gianni La Bella, da Comunidade de São Egídio, conhecida como um braço diplomático do Vaticano em mais de 60 países.

O primeiro papa latino-americano da história, em quase cinco anos de pontificado visitou boa parte dos países que cercam sua natal Argentina, começando pelo Brasil, Paraguai, Bolívia, México e passando por Cuba, Equador e Colômbia.

Em todos, com exceção do Uruguai, que ainda não visitou, fez apelos à reconciliação, paz e diálogo, ofereceu seus bons ofícios e propiciou acordos.

No entanto, muitos observadores, tanto no Vaticano como na Argentina, consideram que suas mensagens têm um peso distinto em seu país, onde são interpretadas como intervenções políticas e verdadeiras alfinetadas contra as medidas neoliberais do presidente Mauricio Macri, como a controvertida recente lei de previdência.

“Acho que Francisco teme que a forte polarização que a Argentina vive vai impedi-lo de desenvolver sua função pastoral”, assegura La Bella, que acompanhou Francisco em sua delicada visita de setembro passado à Colômbia, país devastado por mais de 50 anos de conflito armado.

Gustavo Vera, um dos ativistas sociais mais ligados a Jorge Mario Bergoglio antes de ele fosse eleito papa, defende que o pontífice “sempre foi um partidário da cultura do encontro, da cultura do diálogo, da cultura de buscar os pontos em comum para poder trabalhar em longo prazo em benefício da comunidade”.

“Acho que a Argentina ainda não amadureceu para uma situação de consenso, de diálogo, de gerar políticas de Estado de verdade”, acrescentou.

– Unindo ou dividindo –

A exclusão da Argentina em suas viagens parece ser uma decisão bem pessoal do papa.

“Trata-se de não ser um fator que gere divisão, oportunismo, sectarismo. Acho que ele está deixando para o final. Acho que Francisco vai vir a seu querido país, a sua querida pátria, quando sentir que é um fator que une, um fator que gera condições de diálogo, condições de consenso”, assegura Vera.

A vaticanista italiana Franca Giansoldati enumerou recentemente as várias possíveis razões pelas quais Francisco não se decide a visitar sua terra, onde provavelmente seria recebido por verdadeiras multidões.

“Para evitar o risco de ser usado pelo atual governo com o qual não compartilha sua política social, para evitar privilegiar sua pátria em relação a outras nações porque, como papa, quer assumir um papel universal, para evitar a nostalgia e o desejo de voltar aos lugares amados e queridos”, resumiu.

Em pelo menos cinco ocasiões oficiais, os bispos argentinos convidaram Francisco a visitar sua terra.

Apesar disso, a Argentina de novo não foi incluída em sua agenda para 2018, segundo antecipou o porta-voz do Vaticano.

“O mundo é maior que a Argentina e é preciso se dividir. Deixo nas mãos do Senhor que Ele me indique a data”, explicou o papa no ano passado.

O fato de Francisco descartar tão taxativamente uma visita à Argentina gera rios de especulações, divide as pessoas e alimenta a mídia.

“Certamente tem seus motivos ou conhece muito bem a situação do país para não vir. Acho que é uma espécie de castigo para o governo Macri, que merece isso”, afirma Julián, um aposentado argentino de de 65 anos.

(AFP)

Tags:
PapaViagem
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia