O Papa reforçou hoje o alerta contra as notícias falsas e manipuladas que se espalham feito praga pelas redes sociaisO Papa Francisco alertou nesta quarta-feira contra o mal das “fake news“, um termo da moda para se referir às notícias falsas que são divulgadas de propósito, visando manipular a opinião pública.
O pontífice convidou jornalistas e internautas a rejeitarem e desmascararem as “táticas de serpente“, que fomentam a divisão para servir a interesses políticos e econômicos.
Pedindo o retorno da “dignidade do jornalismo”, o Papa declarou:
“Notícias falsas são um sinal de atitudes intolerantes e hipersensíveis e levam apenas a difusão de arrogância e ódio. Esse é o resultado final da mentira”.
A declaração faz parte do documento intitulado “A verdade o libertará – notícias falsas e jornalismo para a paz”, lançado em preparação para o Dia Mundial das Comunicações Sociais da Igreja Católica, a ser celebrado em 13 de maio.
Condenando o “uso manipulativo de redes sociais” e de outras formas de comunicação, o Papa escreveu:
“Difundir notícias falsas pode servir para atingir objetivos específicos, influenciar decisões políticas e servir a interesses econômicos”.
Ele observa, com seu habitual recurso a exemplos visuais, que as fake news já começaram quando Eva, seduzida pelas informações falsas divulgadas pelo demônio em forma de serpente, foi tentada, no Éden, a comer dos frutos da árvore proibida. Referindo-se ao diabo, Francisco disse:
“A estratégia desse inteligente ‘pai da mentira’ é precisamente a imitação, essa forma de sedução traiçoeira e perigosa que se insinua no coração com argumentos falsos e atrativos”.
O próprio Papa é vítima frequente de boatos, manipulações e notícias truncadas e já se pronunciou em outras ocasiões sobre a responsabilidade que os jornalistas devem exercer ao informarem o público. Antes de ser eleito pontífice, ele já era conhecido por sua relação distante da mídia.