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Boletim dos Cientistas Atômicos: faltam “2 minutos para o fim do mundo”

Relógio do Juízo Final

Shutterstock / Ronnie Chua

Reportagem local - publicado em 26/01/18

Desde 1947, "Relógio do Juízo Final" mede risco de catástrofe que destrua a humanidade – e o risco estaria hoje repetindo a máxima histórica de 1953

Cientistas da Universidade de Chicago criaram em 1945 o Boletim dos Cientistas Atômicos (The Bulletin of the Atomic Scientists). Esses cientistas já tinham participado do Manhattan Project, ajudando a desenvolver as primeiras armas nucleares. Em 1947, o grupo desenvolveu o assim chamado “Relógio do Juízo Final“, metodologia usada até hoje (por eles próprios) para medir os riscos de que alguma catástrofe iminente possa destruir a humanidade. Quanto mais próximos da meia-noite estiverem os ponteiros do relógio, maior o risco do “fim do mundo”, segundo esses cientistas.

E, tomando por base a atualização do boletim que eles fizeram nesta semana, a atual situação do mundo não é boa: 2018 está empatado com 1953 como o ano em que os ponteiros chegaram mais perto da meia-noite, posicionados em 23h58.

A razão apontada pelos cientistas, em 1953, foram os primeiros testes da bomba de hidrogênio, realizados pela União Soviética e pelos Estados Unidos.

No caso de 2018, a presidente e diretora geral do Boletim, Rachel Bronson, destacou os riscos de conflito entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, bem como o que chamou de “minimização” dos efeitos do assim denominado “aquecimento global“, um processo que é tratado como fato inegável por uma parte da comunidade científica, enquanto é fortemente contestado por outra.

Em janeiro de 2016, o Boletim dos Cientistas Atômicos tinha mantido o relógio em 3 minutos para a meia-noite, o mesmo “horário” do ano anterior. Embora não tivesse havido uma piora, a situação do planeta inspirava preocupações causadas pelo conjunto de fatores que o grupo descreveu como “mudanças climáticas severas”, “ressurgimento do perigo das armas nucleares”, “aumento das ameaças cibernéticas” e o pico de ataques terroristas perpetrados por bandos como o Estado Islâmico, a Al-Qaeda, o Boko Haram, o Taliban, o Al-Shabaab, a Frente Nusra, entre outros.

Em 2017, o grupo responsável por atualizar o “Relógio do Juízo Final” adiantou os ponteiros em 30 segundos, citando, entre vários outros motivos, a Rússia e os Estados Unidos como “fatores” críticos para a piora do cenário global devido a decisões  de seus governos, chefiados por Vladimir Putin e Donald Trump, que intensificariam as tensões internacionais.

O ano mais distante do “apocalipse”, segundo o Boletim, foi 1991. Graças ao fim oficial da Guerra Fria, o relógio apontava 17 minutos para a meia-noite em janeiro naquele ano – apesar da Guerra do Golfo em pleno andamento…

No site do Boletim dos Cientistas Atômicos, uma linha do tempo apresenta todos os ajustes já feitos nos famigerados ponteiros do “relógio do fim do mundo”.

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