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Coalizão da Arábia Saudita pede cessar-fogo no Iêmen

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Agências de Notícias - publicado em 30/01/18

A coalizão liderada pela Arábia Saudita que intervém militarmente no Iêmen desde 2015 pediu nesta terça-feira o cessar-fogo imediato na cidade de Áden (sul), onde se enfrentam há três dias as tropas governamentais e as forças separatistas do sul.

O palácio presidencial da segunda cidade do país se encontra cercado pelos rebeldes huthis.

A situação é extremamente tensa depois de confrontos que deixaram ao menos 36 mortos.

As forças governamentais se mostraram dispostas a recuar em Áden ante o pedido do cessar-fogo da coalizão árabe.

O ministério do Interior iemenita, citado pela agência governamental Saba, disse ter instruído todas suas unidades a cessar as hostilidades de forma imediata, esperando que os rebeldes respondam de forma positiva a isso.

Em seu comunicado, a coalizão afirmou, além disso, que tomará todas as medidas necessárias para restabelecer a segurança em Áden, onde o governo se refugiou quando os rebeldes huthis o expulsou da capital em 2014.

Até agora, os principais integrantes da coalizão – Emirados Árabes e Arábia Saudita – não interviram militarmente em Áden para por fim aos combates.

Na noite de segunda, o presidente iemenita Abd Rabo Mansur Hadi, refugiado em Riad, presidiu uma reunião com seus assessores e dirigentes políticos, que repudiaram “o golpe dos separatistas e as ações separatistas em Áden”, segundo a Saba.

– 36 mortos –

Os combates com tanques e artilharia, que explodiram no domingo entre separatistas do sul, partidários da independência, e o governo do presidente Hadi, agregam nova dimensão a um conflito iniciado há três anos neste país pobre da Península Arábica.

“Os enfrentamentos deixaram 36 mortos e 185 feridos em dois dias”, informou na noite de segunda-feira o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) no Twitter. Um balanço anterior de fontes de segurança reportou 24 mortos, entre civis e combatentes.

O Iêmen do Sul era um Estado independente antes de sua fusão com o Norte em 1990, e o movimento separatista permaneceu muito poderoso.

A crise iniciada no domingo em Áden deu uma nova dimensão a um conflito extremamente complexo que se arrasta há três anos.

Os separatistas eram aliados do governo, mas a situação tornou-se tensa em abril de 2017, quando Hadi demitiu o governador de Áden, Aidarus al-Zubaidi, que formou no mês seguinte um Conselho Transitório do Sul, uma autoridade paralela dominada por separatistas.

Este Conselho lançou um ultimato na semana passada a Hadi exigindo a saída do primeiro-ministro Ahmed ben Dagher e “mudanças no governo”, acusado de “corrupção”.

O ultimato expirou na manhã de domingo e os combates eclodiram imediatamente. A sede do governo e outras instalações foram tomadas pelos separatistas, de acordo com fontes militares.

Na noite desta segunda, os combates se intensificaram, segundo fontes de segurança. As forças separatistas estavam a apenas 1 km do palácio presidencial e teriam tomado o controle de dois campos militares ao norte do aeroporto.

O mediador da ONU no Iêmen, Ismail Ould Sheikh Ahmed, também pediu “um retorno à calma e ao diálogo”, acrescentando que a ONU está “sempre disposta a ajudar a resolver disputas”.

O emissário, que deve deixar o cargo em fevereiro, não conseguiu promover um cessar-fogo ou solução duradoura para o conflito.

Fontes da segurança disseram à AFP que os separatistas estavam convocando reforços para Áden das províncias de Abyan (sul) e Marib (centro).

Segundo fontes militares, os separatistas capturaram 210 soldados, mas libertaram em seguida 70 após mediações tribais. As forças de Hadi capturaram 30 separatistas.

(AFP)

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