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Eles clonaram macacos. Veja por que devemos nos preocupar

BABY MONKEY

Mohd Khomani Mohd Sidik | CC BY 2.0

John Burger - publicado em 04/02/18

O experimento chinês suscita preocupações quanto à possibilidade de clonagem humana

O sucesso, relatado na China, na clonagem de dois macacos pode contribuir de alguma forma para a clonagem de seres humanos. Diante disso, a humanidade deve ficar vigilante, diz um bioeticista católico nos Estados Unidos.

A Academia Chinesa de Ciências em Xangai reportou a primeira vez que os primatas foram clonados com a técnica que produziu a ovelha Dolly há mais de 20 anos, de acordo com o New York Times:

Os macacos de cauda longa, chamados Zhong Zhong e Hua Hua, foram feitos de células de feto cultivadas em uma placa de Petri. Os clones são gêmeos idênticos e carregam o DNA do feto do macaco que originalmente forneceu as células, de acordo com um estudo publicado na revista Cell.

Com a primeira clonagem de primatas, estamos mais perto da clonagem de seres humanos “como jamais tivemos antes”, disse o Dr. Leonard Zon, diretor do programa de células-tronco no Boston Children’s Hospital.

“Tecnicamente, sim, isso poderia acontecer”, concordou John Brehany, Diretor de Relações Institucionais do National Catholic Bioethics Center.

“O fato de terem sido capazes de clonar um primata pode ter implicações para quem quiser clonar seres humanos”, disse.

Brehany afirmou em uma entrevista que o resultado é uma boa notícia para aqueles que fazem pesquisas em animais e tentam testar medicamentos.

“Você quer que a população de animais que você está estudando seja tão parecida quanto possível, de modo que sua técnica possa ser tão uniforme quanto possível, e quando os resultados fazem sentido, você está lidando com as poucas variáveis ​​possíveis”, disse.

Ele observou que os pesquisadores chineses insistem que a clonagem não foi feita com a pretensão de chegar a um feito semelhante entre os seres humanos, mas advertiu que, agora que esse obstáculo foi superado, os bioeticistas devem exercer ainda mais vigilância.

“Há uma barreira ética muito alta para produzir seres humanos”, observou. “Eu acho que é tecnicamente contra a lei e contra a ética da pesquisa da maioria das pessoas nos Estados Unidos, pelo menos a ética da pesquisa da maioria das instituições”.

Por outro lado, ele argumentou, é preciso questionar se o processo que levou à criação de Zhong Zhong e Hua Hua é uma forma ética de pesquisa em animais.

“Indiscutivelmente, se alguém que está tentando seguir a lei natural – respeitar a ordem da realidade – tem um senso de limites de princípios e orientações sobre o que pode ser feito com animais. Existem ativistas dos direitos dos animais que certamente exigem um alto grau de proteção para os animais na pesquisa científica. É preciso perguntar o que justificaria fazer isso”.

Com base na crença de que o homem recebeu a tarefa de administrar a criação, o ser humano tem “certa autoridade para usar animais e usar os recursos da terra para beneficiar os seres humanos, desde que não estejamos causando crueldade ou dor e, além disso, tendo uma boa razão”, disse ele.

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