Pode não ser fácil, pois, “diante da glória de Deus, as palavras desaparecem: não sabemos o que dizer”… (e eis o “segredo”: não precisa dizer nada!)Durante a homilia da Santa Missa que celebrou no dia 5 deste mês, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco destacou a Primeira Leitura do dia (1Re 8,1-7.9-13): o rei Salomão convocava o povo a subir até o templo levando a Arca da Aliança do Senhor. Era um caminho ladeira acima, um subir durante o qual se carregava a própria história, “a memória da eleição”. Uma aliança simples: “Eu amo você e você me ama” – o primeiro e o segundo mandamentos, amar a Deus e amar ao próximo. Quando a arca foi introduzida no santuário e os sacerdotes saíram do lugar santo, a nuvem encheu o templo do Senhor e o povo entrou em adoração.
Refletiu o Papa:
“Dos sacrifícios ao silêncio; à adoração… Tantas vezes eu penso que nós não ensinamos o nosso povo a adorar. Sim, ensinamos a rezar, a cantar, a louvar a Deus, mas a adorar…
A oração de adoração nos prostra sem nos prostrar: a prostração da adoração nos dá nobreza e grandeza. Aproveito, hoje, com tantos párocos de recente nomeação, para dizer: ensinem o povo a adorar em silêncio. Adorar!
Mas só podemos conseguir com a memória de termos sido eleitos, de termos dentro do coração uma promessa que nos impulsiona a seguir, e com a aliança nas mãos e no coração. E sempre em caminho: caminho difícil, caminho em subida, mas em caminho rumo à adoração”.
O Papa Francisco observou ainda que, diante da glória de Deus, as palavras desaparecem: não sabemos o que dizer. Salomão, durante a adoração, consegue dizer somente duas palavras:
“Escuta e perdoa”.
Este é, ao final da homilia, o convite de Francisco: adorar em silêncio, conscientes da história que trazemos, e pedir a Deus:
“Escuta e perdoa”.