Para ele, tudo é um “velho truque unilateralista”
“Pretendem fazer o mundo acreditar que na Venezuela há uma crise humanitária. Um velho truque unilateralista”, disse ele durante um discurso em Genebra, conforme informado pela agência AFP.
Arreaza fez menção, mas sem citação direita, à Colômbia, onde o presidente Juan Manuel Santos denuncia a crise humanitária do país vizinho que, segundo números de seu governo, levou 500.000 venezuelanos a atravessarem a fronteira.
O chanceler também criticou o que chamou de “relatórios sem fundamento” do Alto Comissariado das Nações Unidas, assim como os especialistas da ONU que “publicam diagnósticos a partir de fontes insólitas, sem jamais terem visitado a Venezuela”.
A situação na Venezuela, onde a população sofre as consequências de uma enorme inflação e da escassez de alimentos e medicamentos, além de uma epidemia de violência que a coloca entre os países mais inseguros do planeta, vem sendo objeto de controvérsias entre o governo de Caracas e vários países e instituições internacionais.
Nesta segunda-feira, os chanceleres da União Europeia (UE) debatem a situação de uma Venezuela em “horas críticas”, nas palavras da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
Arreaza também citou as eleições presidenciais convocadas para 22 de abril, nas quais Nicolás Maduro aspira à reeleição. A coalizão de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) decidiu não participar no pleito por considerá-lo fraudulento. No entanto, o chanceler afirmou: “Teremos eleições livres, soberanas, transparentes, em 22 de abril”.
A ideia de “transparência democrática” afirmada por ele não é, nem de longe, o que vem sendo exaustivamente denunciado por dezenas ou até centenas de organizações nacionais e internacionais. O governo chavista, porém, tem insistido em negar os fatos que são registrados e comprovados com fotos e vídeos pelos próprios venezuelanos. O regime de Maduro vem procurando eliminar os seus críticos e opositores com ameaças de prisão ou com a prisão de fato, o que tem se aplicado inclusive a bispos católicos que estão denunciando abertamente a grave crise humanitária que o chanceler pretende negar.