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5 anos de Papa Francisco e 5 fatos de enorme importância deste pontificado

PAPIEŻ PRZYTULA CHOREGO MĘŻCZYZNĘ

© ANSA/CLAUDIO PERI

O Papa acaricia Vinicio Riva, italiano com raríssima doença que lhe deformou o corpo. Vinicio, muito emocionado, declarou que "o Papa não teve medo de me abraçar e eu pude sentir o seu amor"

Reportagem local - publicado em 13/03/18

Em 13 de março de 2013 foi eleito o Papa "do fim do mundo"

Em 13 de março de 2013, o cardeal Jorge Mario Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, foi eleito sucessor de São Pedro e se tornou o primeiro Papa nascido na América Latina, bem como o primeiro jesuíta e o primeiro a adotar o nome de Francisco – o que logo foi vastamente interpretado como todo um “programa” de pontificado inspirado no Santo Pobrezinho de Assis, com características como a simplicidade, o desprendimento, a fraternidade e o louvor a Deus também por meio da Sua criação. Em seu primeiro discurso, quando abençoou os fiéis e pediu a bênção deles, Francisco se apresentou como um Papa que os cardeais foram buscar “no fim do mundo”, tanto no sentido geográfico quanto, principalmente, no sentido simbólico.

PAPIEŻ FRANCISZEK, KONKLAWE
VINCENZO PINTO / AFP

Nestes 5 anos desde a eleição, recordemos juntos 5 aspectos destacados do pontificado de Francisco:

1 – Reformas institucionais

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© OSSERVATORE ROMANO | AFP

Entre os seus primeiros atos de governo, Francisco criou um conselho de 9 cardeais, conhecido como C9, para reformar a Cúria Romana, focando, em particular, na transparência financeira do Vaticano e, sobretudo, no combate aos casos de abusos sexuais, morais e de poder por parte de membros corruptos do clero. Ele deu continuidade, para isto, a importantes iniciativas já empreendidas pelo Papa Bento XVI em relação a esses mesmos desafios.

2 – Viagens às “periferias da existência”

A primeira viagem do novo Papa foi dentro da Itália, em 8 de julho de 2013: Francisco viajou à ilha de Lampedusa, cenário-símbolo da crise dos migrantes que se arriscam em travessias inseguras e frequentemente mortais pelo Mar Mediterrâneo, tentando fugir da miséria e da guerra em seus países de origem. A visita se tornou símbolo do próprio pontificado de Francisco, que procura constantemente ressaltar o chamado missionário cristão a ir até as “periferias da existência” e promover a “cultura do encontro“, em contraste com a cultura do descarte e da morte em que somos pressionados a sobreviver.

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Le Pape François à Lampedusa, le 8 juillet 2013 © ALESSANDRA TARANTINO / POOL / AFP

A primeira viagem internacional foi ao Brasil, no final do mesmo mês, para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, já agendada pelo Papa Bento. Francisco também visitou, durante esta viagem, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no Estado de São Paulo.

O Papa fez viagens apostólicas a todos os continentes, com destaque a países considerados subdesenvolvidos, geopoliticamente periféricos e assolados por graves conflitos sociais e contextos históricos dramáticos, como a República Centro-Africana, Mianmar, a Bósnia-Herzegovina, a Bolívia, o Paraguai, Uganda, a Albânia, Bangladesh e Cuba, além de países e regiões de maioria não católica, tais como a Coreia do Sul, a Turquia, a Terra Santa, o Egito, a Suécia, o Azerbaijão, entre outros.

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FILIPPO MONTEFORTE I AFP

Também visitou países de grande tradição católica: Portugal, México, Polônia e Colômbia são alguns exemplos. Na sua viagem às Filipinas, em janeiro de 2015, a Santa Missa em Manila contou com a participação de 6 milhões de pessoas, entrando para a história como o evento que reuniu a maior multidão já registrada oficialmente em todo o planeta.

3 – Jubileu Extraordinário da Misericórdia

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AFP/ALBERTO PIZZOLI

Francisco o convocou em abril de 2015, objetivando que a Igreja passe a dar mais ênfase à sua missão de testemunhar a misericórdia de Deus e que todos “sejamos misericordiosos como o Pai”.

O Ano Santo começou em 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, e se estendeu até 20 de novembro de 2016.

Ao longo do Jubileu, um dos aspectos que o Papa Francisco mais destacou foi a importância de vivermos a misericórdia na prática e não apenas de palavra. Ele enfatizou que precisamos nos deixar ser “misericordiados” pelo Senhor, isto é, acolhidos pelo Seu amor inclusive com as nossas misérias. Nessa dinâmica miséria-misericórdia, ele concretizou a iniciativa das “Sextas-Feiras da Misericórdia”, uma série de visitas-surpresa que acabaram se tornando momentos dentre os mais emocionantes, significativos e objetivos do Jubileu. Saiba mais aqui.

4 – Novo tom, mas doutrina preservada

O Papa destacou a necessidade de ouvir mais, compreender mais e acolher melhor aqueles que não vivem em perfeita harmonia com a doutrina católica, tais como os casais divorciados em segunda união e as pessoas em uniões homossexuais, mas, ao mesmo tempo, reafirmou tudo o que a Igreja ensina sobre a natureza, as finalidades e a indissolubilidade do matrimônio.

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© Antoine Mekary / ALETEIA

Da mesma forma, reiterando conteúdos fundamentais da fé católica como a Eucaristia, a confissão sacramental, a natureza do sacerdócio, a veneração a Maria e aos santos, ele também promoveu as relações com os crentes em outras religiões, incluindo, por exemplo, encontros com autoridades muçulmanas, judias e ortodoxas. Particularmente relevante foi o encontro, realizado em Havana, com o patriarca ortodoxo Kirill, de Moscou e de toda a Rússia, o primeiro em toda a história entre um Papa e o líder da ortodoxia russa.

Também reforçou a obrigação moral da Igreja de participar de soluções efetivas para problemas que impactam a humanidade inteira, como a crise dos refugiados e migrantes, a preservação do meio ambiente e a busca de modelos econômicos mais justos. Graças a isso, foi ora elogiado e ora criticado tanto por setores ideológicos de direita quanto de esquerda, que rotulam discursos e atos de Francisco aplicando-lhe as etiquetas ideológicas a que costumam reduzir a Doutrina Social da Igreja e as diretrizes do Concílio Vaticano II.

5 – Canonizações emblemáticas

O Papa Francisco canonizou santos de imensa relevância na história e na espiritualidade da Igreja, como o Papa João Paulo II, o Papa João XXIII, a Madre Teresa de Calcutá, o casal francês Louis Martin e Zélie Guérin Martin, pais de ninguém menos que Santa Teresinha do Menino Jesus, e os irmãozinhos Francisco e Jacinta Marto, videntes de Nossa Senhora em Fátima.

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© VINCENZO PINTO / AFP

Ele também elevou aos altares figuras de grande importância local, como o padre José de Anchieta, no Brasil, os 30 Protomártires do Rio Grande do Norte, também no Brasil, o frade missionário Junípero Serra, nos Estados Unidos, e o menino mártir da “guerra cristera” mexicana, José Luis Sánchez del Río.

Entre outros santos canonizados por ele também estão a mística Ângela de Foligno, que viveu no século XIII e que estava beatificada desde 1693, e Pedro Fabro, o primeiro padre e teólogo jesuíta, companheiro de Santo Inácio de Loyola e São Francisco Xavier.

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© VINCENZO PINTO / AFP

Tags:
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