O Vaticano reúne na ONU países e organizações de ajuda para criar um apelo comum
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É inaceitável deter crianças pelo único “crime” (falso) de serem imigrantes, asseguraram países e instituições internacionais convocados pelo Vaticano na ONU para criar uma voz comum.
De fato, as consequências físicas e psicológicas da detenção de menores nessas circunstâncias são enormes: da ansiedade ao pesadelo, da depressão às dificuldades de desenvolvimento.
E o pior é que a detenção de menores não ajuda a gerenciar a migração nem é uma medida de proteção para ninguém.
Em vista desta descoberta, a Santa Sé encoraja o Pacto Mundial sobre Migração, que apresenta a exigência de acabar com a detenção de menores como um dos pontos mais urgentes (Holyseemission.org).
Para atingir esse objetivo, o representante do Papa junto das Nações Unidas, o Arcebispo Bernardito Auza, convocou em 21 de fevereiro, na sede das Nações Unidas em Nova York, uma mesa redonda com entidades relacionadas à migrações internacionais, como a Organização Internacional para as Migrações (OIM), Caritas, as agências das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) ou para os refugiados (ACNUR).
Muitos países se juntaram à reunião, para qual também foi convidada o network Aleteia.org, oferecendo seu apoio e reflexão. Entre eles, estavam os representantes da União Europeia, Alemanha, Brasil e Uganda.
Não há um documento conclusivo do evento, mas uma constatação: não existem crianças migrantes ou crianças não migrantes, as crianças são crianças e isso é suficiente. Seus direitos devem ser respeitados.
No ato, diferentes especialistas ofereceram números eloquentes:
- 50 milhões de crianças atravessaram fronteiras;
- 28 milhões de crianças foram deslocadas à força, escapando da violência e da insegurança;
- Em alguns países, uma criança pode ser detida por até 190 dias, meio ano de sua vida;
- Embora os menores de idade sejam acompanhados por suas famílias, correm o risco de serem sequestrados por gangues de traficantes e serem explorados;
- Quando chegam aos países de destino, enfrentam deportação e detenções forçadas;
- Mais de 100 países continuam detendo menores baseados em seu status de família migratória.
Preocupação do Papa Francisco
O Papa Francisco considera que essas crianças são “invisíveis e sem voz”, sem documentação, “escondidas aos olhos do mundo” (Cf. Mensagem para o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados 2017).
Monsenhor Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas, disse que a migração e a situação das crianças é uma das prioridades da agenda vaticana.
O padre jesuíta Michael Czerny, subsecretário da Seção para os Migrantes e os Refugiados da Santa Sé do Departamento de Promoção de Desenvolvimento Integral Humano (Migrants-refugees.va) propôs três soluções:
- Estar atento às melhores práticas para encontrar canais legais para o reagrupamento familiar.
- Criar mecanismos de regularização que permitam às crianças viver com seus pais.
- Oferecer oportunidades educacionais e de emprego aos mais jovens.
O padre Czerny explicou que a preocupação do Papa com o problema dos migrantes é tão forte que a seção para os migrantes do Vaticano é dirigida diretamente pelo próprio Francisco, um caso único no Vaticano.