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O terço que “enfrentou” uma bala e salvou um combatente da Guerra das Malvinas

ROSARY
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Esteban Pittaro - publicado em 04/04/18
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Um acontecimento que merece ser chamado de milagroso Essa história circula de boca em boca, está estampada em alguns livros argentinos e, agora, foi confirmada à Aleteia por uma testemunha presencial.

A Guerra das Malvinas, que aconteceu – como definiu Borges – “em um tempo que não podemos entender”, já estava na reta final.

A batalha do Monte de las Dos Hermanas é cheia de histórias de valentia de ambos os lados. Foi documentada com precisão tanto pelos britânicos, quanto pelos argentinos. Em 8 de junho, na linha de frente da guarda do Monte Dos Hermanas, estavam o sargento Mario “Perro” Cisnero e o primeiro-tenente Jorge Vizoso Posse. O comando que eles integravam aguardava notícias das forças britânicas.

Naquele momento, uma granada explodiu sobre Cisnero, tirando a vida dele e ferindo gravemente Vizoso. Rapidamente, ao ver que os britânicos se aproximavam, Vizoso fingiu estar morto. Jogando-se sobre o corpo do companheiro, ele rezou: “Invoquei o Senhor e meu grito chegou até os seus ouvidos! Livra-me de todo mal, não temerei nenhum mal, pois Tu estás comigo”.

Ao passarem para o outro lado para certificarem-se da morte dos argentinos, os soldados ingleses dispararam novamente uma rajada de fuzil. Incrivelmente, apenas uma bala atingiu Vizoso, enquanto as outras foram para o chão, a milímetros de seu corpo. Vizoso, semiconsciente, pode fingir durante mais alguns instantes, inclusive não reagiu a um chute que um soldado britânico lhe deu. Quando a tropa europeia estava se protegendo do ataque de outros argentinos, Vizoso pegou um fuzil e disparou contra os inimigos.

Em poucos instantes, apareceram outros argentinos e ingleses, e o campo de batalha ficou cheio de homens, numa demonstração de coragem e destreza que ambos os exércitos reconheceram. Vizoso, embora ferido, estava lá.

Terminada a batalha, após a retirada das tropas, Vizoso recebeu os primeiros socorros de um companheiro. Ao examiná-lo, disse que somente uma bala tinha perfurado o corpo dele: entrou pelo ombro direito e saiu pelo pescoço, sem atingir a coluna ou algum outro órgão vital.

Mas isso não foi tudo. Na trajetória, a bala se fundiu com uma das contas do terço que Vizoso, assim como a maioria dos soldados argentinos, usava junto ao corpo. Também não havia perigo de hemorragia, pois a bala tinha cauterizado a ferida.

Foi um milagre, embora, como disse a testemunha que confirmou essa história à Aleteia, os tempos de guerra não permitiam que as pessoas parassem para refletir sobre o ocorrido. A guerra continuaria por mais alguns dias…

Muitos rosários foram rezados na Guerra das Malvinas. Incontáveis. Em inglês e espanhol. Muitos por aqueles que, do céu, nos lembram que guerras não devem se repetir. E outros por aqueles que não perderam suas vidas em circunstâncias que merecem ser chamadas de “milagrosas”.

 

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