Empresário que já foi engraxate constrói centro que vai atender 500 idosos de graça no RS
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Muitos brasileiros têm histórias lindas de superação para contar, como Maurício Gehlen, que inaugura um Centro de Convivência para Idosos (CCI), que construiu e manterá com seu próprio dinheiro.
Até agora ele já investiu mais de 5 milhões de reais, mas afirma que não é isso que importa: “O importante não é o que você investe, mas o retorno social deste investimento. Os nossos idosos querem ser valorizados, se sentirem úteis e se socializar”.
Nascido na cidade de Sarandi, no Rio Grande do Sul, a família de Maurício chegou a passar muita dificuldade. Quando era criança seus pais, Alzeno e Noêmia, alugaram um restaurante prestes a fechar as portas e passaram a tomar conta do lugar: “Meu pai atendia na lanchonete, minha mãe ficava na cozinha e tinha uma pessoa para ajudar a servir. E só tinha um quarto. Dormíamos todos – meus pais, minha irmã Beatriz e eu – no mesmo quarto”.
Nesta época ele tinha entre 7 e 8 anos e depois de alguns anos, a família conseguiu se estabilizar e não corria mais o risco de passar fome, como chegaram a ficar. Quando Maurício tinha 11 anos, começou a ajudar o pai, mas logo percebeu que era bom em negócios e começou a vender sorvetes: “Entre os 11 e 14 anos, depois da escola ajudava papai, era engraxate à tarde e à noite ajudava no restaurante novamente. Depois arrumei uma caixa de isopor e fui vender sorvetes”.
Quando tinha apenas 14 anos, saiu de Sarandi e foi estudar em Novo Hamburgo. Sempre muito dedicado, se formou em Química e começou a trabalhar em indústrias de processamento de mandioca. Começou como consultor de uma indústria, depois teve a sua e finalmente achou um parceiro que aceitou investir numa fórmula de amido modificado de mandioca para pão-de-queijo. O produto ainda não existia no mercado e hoje a empresa, Podium Alimentos, é a líder nacional deste mercado, dominando 25% dele.
Mas mesmo ganhando dinheiro, ele jamais esqueceu os mais necessitados e sempre se viu envolvido em trabalhos voluntários e ajudava constantemente as entidades beneficentes de sua cidade. Em 2010 ele começou a pensar seriamente em fundar sua própria instituição. Por que ele escolheu ajudar os idosos? Ele explica: “É até uma forma de homenagear meus pais, que morreram em 2004, num acidente de carro. É uma forma de expressar minha gratidão a eles. Como os perdi e não posso dar atenção a eles, que partiram cedo, farei isto com outros idosos”.
Seu Centro vai atender gratuitamente cerca de 600 pessoas acima de 60 anos com atividades recreativas, educativas, oficinas e cursos, dentre as quais computação, culinária, artesanato, dança, sala de jogos, vôlei, ginástica, alongamento, pilates, musculação e hidroginástica. Para as caminhadas, o empresário construiu uma pista no entorno de um jardim japonês, com flores, árvores e folhagem tradicionais; terá também um lago com carpas.
Mais do que uma história de superação, ele mostra que a partir de uma história de vida difícil, porém bem sucedida, é possível transformar e ajudar uma comunidade inteira.
(via RPA. Com informações de DiarioRS. Fotos: divulgação ACIAP)