“A teologia de algumas décadas atrás o abandonou porque não o considerava à altura do mundo racionalista” Volta a realizar-se em Roma a única experiência desse tipo no mundo: um curso de exorcismo e oração de libertação, organizado pelo Instituto Sacerdos do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, em parceria com o Grupo de Estudos e Informação Sócio-Religiosa de Bolonha.
Esta XIII edição será realizada entre os dias 16 e 21 de abril. A participação é extremamente reservada: apenas padres com comprovada necessidade de atualização são admitidos. Os trabalhos serão realizados a portas fechadas.
A história do curso
O sacerdote espanhol Pedro Barrajón, professor de teologia no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, explica sobre o curso:
“Quinze anos atrás, alguns sacerdotes que frequentaram nosso instituto nos pediram para aprender mais sobre exorcismo e oração de libertação. Eles se sentiram despreparados. Naquele momento nasceu a ideia de oferecer uma visão séria, científica, teológica e interdisciplinar. Temos que dizer a verdade: o mundo do exorcismo não é um campo fácil. A teologia de algumas décadas atrás o abandonou porque não o considerava à altura do mundo racionalista de hoje. É importante: todo padre deve ter um acompanhamento. Deve ser formado para lidar com casos específicos. Fazer um exorcismo não é um ato de magia”.
Ministério de caridade e misericórdia
O padre Barrajón considera que todo sacerdote deveria estar pronto para receber o ministério de exorcista se o bispo lhe pedisse, mesmo que não gostasse:
“Eu entendo, não é fascinante à primeira vista. Mas nunca devemos esquecer: é um ministério de caridade e misericórdia. Útil especialmente neste período histórico em que o recurso ao exorcista triplicou. Na Itália, os dados recentes, aproximados, indicam que as pessoas envolvidas seriam pelo menos meio milhão”.
Aleteia entrevista um exorcista na Itália
Na XI edição do mesmo curso de “Exorcismo e Oração de Libertação”, realizado em 2016 em Roma, Aleteia conversou com um dos palestrantes, o pe. César Truqui, mexicano, exorcista na diocese de Chur, na Suíça.
Ele fala do tipo de mal que é enfrentado em um exorcismo, das sensações que o exorcista experimenta, do porquê de se perguntar ao diabo qual é o seu nome, dos sinais de possessão, do fato de que a grande maioria dos supostos casos de possessão não são autênticos, da dificuldade de livrar uma pessoa que efetivamente tenha sido possuída, da diferença entre exorcismo e oração de libertação, do medo e de vários casos concretos que ele mesmo presenciou e vivenciou.
A entrevista na íntegra pode ser lida neste artigo: Entrevista exclusiva com um padre exorcista