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Por que é impossível ser mãe e amiga dos seus filhos

MOTHER AND DAUGHTER

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Luz Ivonne Ream - publicado em 15/04/18

Isso serve também para o pai: nossos filhos já têm muitos amigos, mas eles só têm um pai e uma mãe

“Os pais podem decidir ser amigos de seus filhos, mas precisam estar cientes de que estão deixando-os órfãos”. – Francisco Kovacs

É moda entre alguns pais e mães pensar que são “mais legais” porque podem ser amigos de seus filhos.

Às vezes, você até os vê se vestindo no mesmo estilo ou agindo da mesma forma, entre outras coisas, de modo que nem os filhos nem os amigos de seus filhos achariam que são pais “chatos”.

Desta forma, eles pensam que estão ganhando seu lugar e a confiança de seus filhos. Que atitude perigosa!

A psicóloga Alicia Banderas é bastante decisiva nesse ponto: “Os pais não podem ser amigos de seus filhos porque [os amigos] não são capazes de estabelecer dois aspectos fundamentais: estabelecer limites e dizer ‘não’”.

Esse comportamento, de agir como igual, não é apropriado.

Nossos filhos precisam de alguém em sua vida que lhes dê segurança e mostre as regras. Diga adeus à sua amizade íntima. Limites claros são necessários para fornecer limites úteis.

Os pais têm que corrigir seus filhos com amor e muita paciência. Temos que estar lá para guiá-los, educá-los e apoiá-los; não para sermos seus amigos. Temos que ser seu ponto de referência e seu limite.

Confiança não é o mesmo que amizade.

É claro que precisamos formar um relacionamento de amor sábio com nossos filhos, onde oferecemos a eles o melhor de nós mesmos para que eles atinjam seu potencial. Precisamos ter uma comunicação aberta com eles para que eles conversem conosco, compartilhem suas preocupações, medos e tudo o que têm em seu coração.

Precisamos ser capazes de ouvir para que possam nos contar seus segredos mais íntimos e possam compartilhar todas as coisas que estão incomodando, sabendo as consequências para o bem ou para o mal que essas coisas possam ter.

(Continua na próxima página)

Nós, pais, – com muita inteligência, amor e paciência – temos que fazer com que nossos filhos nos admirem de tal maneira que possamos desenvolver sua total confiança em nós. É assim que nos tornaremos a pessoa com quem eles sempre podem compartilhar coisas. Mas isso não significa que devamos ser amigos. A linha de respeito e autoridade não deve ser ultrapassada.

A presença de um pai ou mãe não pode ser comparada com a figura de um amigo. Os pais são muito mais do que isso, e nós temos que modelar isso para eles repetidamente, para que eles encontrem segurança em nós.

As crianças precisam do ponto de referência do pai e da autoridade de uma mãe. Elas precisam confiar nos pais que lhes dão paz e certeza, que as fazem sentir que mesmo que cometam um grande erro, seus pais estarão lá de maneira incondicional para guiá-las, protegê-las, segurá-las e ajudá-las a consertar o que quer que seja que precisa ser corrigido.

Se mudarmos esse relacionamento pai/mãe para nos tornarmos meros amigos, estaremos deixando nossos filhos sem aquela referência de autoridade que eles precisam para crescer de maneira independente, saudável, segura e feliz.

O relacionamento com um amigo é casual e íntimo, mas o relacionamento com os pais deve ter um tom diferente. Isso não significa que não deva ser, como mencionei antes, amoroso, próximo, terno, aberto, flexível, gentil, cordial, honesto e comunicativo.

Pais, precisamos redescobrir nosso valor como pessoas que dão segurança a nossos filhos, que precisam de limites amorosos para seu próprio bem. Vamos nos lembrar de que somos um ponto de referência para eles, que sempre estaremos acima deles de alguma forma, e não no mesmo nível.

Então, vamos ser mais pais e menos amigos dos nossos filhos!

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