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Padre que acompanhava família de Alfie é impedido de continuar no hospital

Padre Gabriele Brusco e Alfie Evans

Alfie's Army

Reportagem local - publicado em 26/04/18

Os pais de Alfie, que tinham lhe pedido várias vezes para “colocar a mão na cabeça dele e rezar por ele”, nem sequer puderam se despedir

O pe. Gabriele Brusco é o sacerdote italiano que acompanha a família do bebê Alfie Evans nesta provação brutal, mas, ao mesmo tempo, rodeada de intenso amor, esperança e fé.

Acompanha e continuará acompanhando – só que, aparentemente, agora precisará fazê-lo à distância.

Desde ontem à noite, a sua entrada no quarto do bebê está barrada. Parece que algo mudou drasticamente ao longo da tarde. Até então, ele tinha sido uma presença reconfortante e esperançadora junto à família Evans.

Durante o dia, o padre havia feito declarações ao Tg2000, programa de notícias da TV2000 da Itália, explicando que “na terça [24] o Alfie estava muito melhor; hoje um pouco menos, mas é necessário considerar que ele está cansado porque não foi alimentado durante várias horas”.

O sacerdote prosseguiu:

“Quando foi desconectado, Alfie praticamente deveria morrer. Eles deram 6 horas de prazo no sistema inglês para a sua morte. Mas ele não morreu. Por isso, foram obrigados a administrar a sua alimentação e hidratação. Agora o Alfie está bem, mas está fraco, porque durante vários meses não esteve acostumado a respirar por si mesmo, usando o respirador artificial”.

Ele contou que os pais de Alfie lhe pediram várias vezes para “colocar a sua mão na cabeça do menino e rezar por ele”.

O pe. Gabriele Brusco relatou também alguns elementos bem menos edificantes do cenário em torno a Alfie:

“Na área de reanimação, onde poucas pessoas podem entrar, encontrei em alguns dias cerca de 10 a 15 policiais no corredor e também dentro da pequena área onde está o quarto dele. Há muitos ursinhos de pelúcia, cruzes e terços. Antes também havia um sofá, que foi retirado ontem à noite, e o pai dele, Thomas, teve que dormir no chão”.

Hospital “blindado”

Após a maciça operação policial de ontem à tarde, imediatamente após a sentença que rejeitou o último recurso dos Evans, parece ter sido posto em marcha um plano de isolamento policial do núcleo familiar.

O enviado especial de Aleteia Itália a Liverpool, Giovanni Marcotullio, relata:

A pergunta que todos me fazem desde ontem à noite é, claro, “como está o Alfie?”. A resposta é simples: não sei, não se sabe. Todos nós vimos a fotografia linda e comovente postada essa noite pela mamãe, Kate, mas, além desse sorriso reconfortante e tranquilizador (parece uma sugestão de risus paschalis, e os olhos ficam marejados…), tudo permanece misterioso. Ele está sendo alimentado? Está sendo hidratado? Acho que sim, mas espero poder ser mais assertivo durante esta jornada. O que sei é que, ontem à noite, os pais conseguiram descansar algumas horas, após o dia surreal. Uma notícia séria, que eu esperava não ter que dar, mas que agora não posso calar, diz respeito ao padre Gabriele, que, na noite passada, foi barrado no Hospital Alder Hey. O cabo de guerra entre o padre e o hospital já durava tempo, e, ontem de manhã (enquanto me afastavam do andar de Alfie e começavam a revistar os familiares que entravam no quarto), tentaram mandá-lo embora do local. No final da manhã, uma importante cobertura diplomática parecia ter sido obtida para o padre legionário de Cristo, e parecia que o direito dos pais de Alfie à assistência espiritual havia sido protegido. Mas, à tarde, algo mudou. E, à noite, o padre Gabriele foi chamado de volta a Londres pelo seu pároco – é claro que, embora com profunda tristeza, o padre obedeceu.

O padre Gabriele nem sequer foi autorizado a se despedir de Tom, Kate e Alfie, que estavam literalmente trancados no quarto. E, desde ontem à noite, nem mesmo outros membros da família, ainda que revistados, puderam ter acesso ao quarto.

Quando o padre pediu permissão para entrar, o funcionário do hospital respondeu: “Sim, é verdade, o senhor normalmente deveria poder entrar, mas hoje eles me deram a orientação de não deixá-lo passar. Sinto muito“.

Entrincheirada no quarto, a família soube por telefone que tinha perdido até o seu assistente espiritual.

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