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Uma carta para o “eu” do passado

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Obvious - publicado em 29/04/18

Se eu não posso mudar o que já foi, pelo menos posso conversar com a pessoa que fui em algum momento da vida

Eu sempre sonhei em viajar no tempo. Mas assim né, no meu tempo. Poder percorrer minha timeline vez ou outra e contar umas verdades, evitar umas mentiras, dispensar alguns tropeços. E pude constatar agora é que, se ainda me resta alguma veia de escritora, ela me permite escrever para você, eu do passado.

Te escrevo para dizer que os momentos em que você mentiu, tropeçou e disse umas verdades na hora errada, tá tudo certo! Você continua fazendo isso no futuro. Vai por mim, tá tudo bem!

Arrependimentos? Tenho vários! E gostaria que você evitasse cada um deles. Mas talvez eu não fosse eu, se você fizesse isso. Tem uma parada chamada Paradoxo do Avô..um lance louco de viagem no tempo e que eu descobri dia desses. Ia alterar tudo o que somos então, melhor deixar como está.

Poderia te pedir pra ter mais paciência, ser menos ansiosa. Mas essa tal de ansiedade foi a nossa professora mais rígida e imensamente cruel, porém a mais honesta. A ansiedade te consome naquilo que você acha que irá acontecer. E por isso ela é verdadeira. Porque expõe sua fragilidade e fraqueza diante da realidade: você não tem controle de nada.

Mas continue achando aí que você tem controle. Vai ver você tem até um pouco! Mais do que imagina e muito menos do que gostaria, sabe como é?

Vão ter vezes que você irá achar que é o fim. E vai ser mesmo. Fim de tantas crenças bobas e infantis que você já teve. Ah e você vai achar que está cheia de razão! Pode ter certeza, vai estar coberta de enganos. Aliás #fikadika

Mas apesar de tudo, eu gosto de você, sabe? Você é mais magra (#spoiler), você tem garra e também tem atitude. Herdei de você aquela preguicinha marota e digamos, um talento especial para arrumar desavenças. Vai ver é da idade, me perdoe. Mas adoro quando te encontro num lance de olhar, e revejo nossa coragem, nosso desapego, nossa vontade. Adoro ver isso em você!

Morro de vergonha dos nosso textos revoltados, e da habilidade pra pagar os maiores micos que você tinha (e tem!). Mas sorrio sozinha de lembrar quantas vezes você me fez rir sem nenhum motivo.

Confesso que vivo tentando te desconstruir quando falo de você! Te conto em mil pedaços cor de rosa, sendo que eu sei que você não é nada disso. As vezes maldigo você pros outros e boto toda a culpa em tú mesmo. Afinal, você vai falar o que agora? Sempre conto dizendo que ou você era muito nova, ou muito boba ou muito apaixonada. Mas eu sei que cada coisa que viveu foi verdadeira na sua cabeça, e desculpa aí, se olhando agora à distância, tudo parece tão fugaz.

Eu gostaria de te contar várias coisas, nossa! Mesmo. Talvez se você não comesse tantos carboidratos!!!E tá, eu sei que você não faz ideia do que seja isso. Nem deveria saber. Aproveite tudo!

Quanto a mim, acho que estou indo bem! Temos um teto pra morar, comida no prato, pileques ainda rolam (menos, mais rolam) e o coração tá bem, querida! Isso é uma coisa que eu sei que te incomodava. Então fique sussa! Ah! Descobrimos uma coisa pra fazer que não nos mata de tédio. Mata só um pouquinho vai, mas vale a pena! O nome disso é trabalho. Mas você ainda vai demorar um pouco pra sacar essa história!

Vai valer a pena, vai ser louco, e você não vai acreditar. Vai ser tudo isso e mais um pouco. Vai ser você e vai ser eu. Até breve!

(via Obvious)

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