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Prédio em São Paulo ocupado de forma irregular desaba após incêndio

FIRE AT ZIMNYAYA VISHNYA SHOPPING MALL IN KEMEROVO

PRESS-SERVICE OF RUSSIAN EMERGEN / SPUTNIK / AFP

Agências de Notícias - publicado em 01/05/18

Um edifício de 24 andares ocupado por pessoas sem-teto desmoronou no centro de São Paulo, depois que um incêndio consumiu rapidamente sua estrutura, deixando ao menos três desaparecidos.

Algumas pessoas que conseguiram escapar relataram que acordaram durante a noite cercados pelas chamas, mas foram capazes de sair do prédio com seus filhos antes que o edifício desmoronasse.

O corpo de bombeiros de São Paulo indicou que ainda não há um número confirmado de vítimas.

“Há algumas pessoas desaparecidas, umas três, e uma muito provavelmente morta”, declarou o comandante dos bombeiros, Ricardo Peixoto, à AFP. “Não sabemos quantas pessoas estavam no prédio, então não sabemos se encontraremos mais vítimas entre os escombros”.

Até o momento, 250 pessoas que moravam no local haviam se registrado após a tragédia, indicou o coronel José Roberto, da pasta de Segurança Urbana da prefeitura de São Paulo.

O incêndio começou durante a noite e se espalhou rapidamente, transformando o edifício em um verdadeiro inferno.

Imagens postadas no Twitter pelos bombeiros mostram as chamas devorando todo o prédio, que depois desabou.

Imagens da televisão também mostraram que uma igreja vizinha sofreu danos.

“Recebemos uma ligação por volta das 01h30, chegamos imediatamente e, alguns minutos depois, cinco andares do prédio estavam em chamas”, disse Peixoto. “Quinze ou 20 minutos depois, o prédio caiu”.

Um total de 57 veículos e 160 bombeiros foram enviados ao local do incidente, segundo o corpo de bombeiros.

São muitas as famílias sem-teto que ocupam edifícios abandonados ou constroem barracos em terrenos baldios em toda a cidade.

O presidente Michel Temer, cujo nível de aprovação não chega a dois dígitos, foi alvo de uma recepção hostil quando visitou brevemente o local da tragédia.

“Nós queremos casas!”, gritava a multidão.

Um dos sobreviventes, Henrique, de 26 anos, disse que conseguiu escapar do terceiro andar com sua amiga e seu cachorro.

“Saímos quando o prédio já estava em chamas”, disse ele. “Nós lutamos muito e agora perdemos tudo”.

Outro homem, José Antonio, descreveu a fuga frenética do sexto andar, onde morava com a esposa, três filhos e sua cunhada.

“Eu não sabia se meu filho estava com a minha filha mais nova”, disse Antonio, de 48 anos, à AFP. “Não tive tempo para pegar mais nada… não via ninguém em casa e fui atrás deles gritando seus nomes para saber se eles tinham saído”.

O governador de São Paulo, Márcio França, disse que era “uma tragédia anunciada (…) é um prédio que não tem a mínima condição de moradia. A União não podia ter deixado ocorrer essa ocupação”.

“Do ponto de vista da segurança, o prédio era uma bomba-relógio”, concordou Peixoto.

“Não havia segurança, a instalação elétrica não era adequada, não havia escada de emergência, o lixo estava amontoado, tudo o que era necessário para desencadear um incêndio enorme”, lamentou.

(AFP)

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