Toda a verdade sobre o Santo Sudário: surpresas e constataçõesHá 100 anos, em 1898, um devoto do Santo Sudário, o advogado italiano Secondo Pia, não imaginava que um simples e despretensioso gesto seu iria mudar substancialmente a história daquela sagrada relíquia.
Sendo fotógrafo amador, foi ele quem pela primeira vez fotografou o venerável tecido durante uma exposição pública, no período de 25 a 28 de maio daquele ano.
Qual não foi sua surpresa ao constatar, quando revelou o filme, ter aparecido no negativo a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo, imperceptível na observação direta do pano.
Diante desse acontecimento, o Santo Sudário saiu do quase anonimato, a que estava reduzido, para a glória. A descoberta foi considerada como “a revelação de fim de século”, reacendendo o antigo fervor na devoção ao Sagrado Linho.
Esta devoção, até então apenas popular, passou a ser um verdadeiro desafio à ciência. Pesquisadores dos mais diversos países acorreram a Turim e debruçaram-se sobre o misterioso lençol para tentar decifrar o seu enigma.
Afinal, qual a origem daquele tecido? O que ele representava? Como foi estampada aquela figura na foto?
Para a piedade católica, porém, não havia dúvidas. Aquela imagem impressa no negativo era a prova mais evidente da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. E por isso a relíquia era digna de toda veneração.
O primeiro estudo sobre o Sudário que se tornou público foi a análise médico-científica feita pelo Dr. Pierre Barbet, em 1932. As conclusões, descritas no livro A paixão de Cristo segundo o cirurgião (Ed. Loyola, São Paulo, 1976), foram impressionantes:
‒ na face havia sinais de contusões, o nariz estava fraturado e a cartilagem descolada do osso;
‒ no corpo foram contados 120 sinais de golpes de açoite, produzidos por dois flageladores, um de cada lado da vítima;
‒ o flagelo utilizado foi o que se usava no Império Romano, composto de duas ou três correias de couro, terminando em pequenos ossos de pontas agudas, ou em pequenas travas de chumbo com duas bolas nas extremidades;
‒ duas chagas marcavam o ombro direito e o omoplata esquerdo;
‒ o peito muito saliente denotava a terrível asfixia suportada durante a agonia;
‒ os pulsos apareciam perfurados, tendo o prego perfurante secionado em parte o nervo mediano, fazendo contrair o polegar para dentro da palma da mão;
‒ pela curvatura das pernas e as perfurações nos pés, tem-se a nítida impressão de que o esquerdo foi sobreposto ao direito e presos ao madeiro por um único prego;
‒ os dois joelhos estavam chagados;
‒ havia um sinal de sangramento, produzido por grande ferida, no lado direito do tórax;
‒ por fim, havia 50 perfurações na fronte, cabeça e nuca, compatíveis com uma coroação de espinhos…
Era uma constatação científica, totalmente coerente com a descrição evangélica da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tratava-se realmente do Santo Sudário que envolvera o corpo do Redentor, quando este foi descido da cruz para ser sepultado.
seria anterior ao ano 70 d.C.
Enterro de Cristo. Spencer Collection Ms 151, f155v |
O cientista francês Thierry Castex descobriu recentemente mais uma inscrição no Santo Sudário, informou o diário “La Stampa”, o mais importante de Turim, cidade onde se encontra a relíquia.
A escrita está em aramaico, a língua dos primeiríssimos cristãos.
Não é novo que se descubram inscrições do I século no Sudário. Em 1978, um professor de latim da Universidade Católica de Milão detectou algumas delas pela primeira vez.
Em 1989, o professor Messina, especializado em hebraísmo identificou outra inscrição que dizia “O rei dos Judeus”.
Os novos caracteres agora achados suscitaram polêmica. E isso é freqüente no ambiente científico. Dentro dos limites da objetividade é benéfico, pois o novo achado fica submetido à crítica adversa. Se resiste, fica consolidado.
A historiadora do Arquivo Secreto do Vaticano Barbara Frale foi convocada para analisar a nova descoberta. Suspeitava-se ser uma inscrição feita pelos templários no tempo em que eles custodiavam o Santo Sudário.
Mas Frale descartou a hipótese dos templários. Frale é especialista no estudo dessa Ordem de Cavalaria hoje extinta.
Jesus na sepultura. Via Sacra de Lourdes O fato dos caracteres serem aramaicos nos leva direto aos tempos de Nosso Senhor, explicou Frale, pois “depois do ano 70 não se falava mais aramaico nas comunidades cristãs. E o próprio São Paulo escrevia em grego”.
“Há muitos indícios, eu diria uma infinidade, que apontam no sentido de relacionar o Santo Sudário com os primeiros trinta anos da era cristã”, acrescentou.
Interrogada se achava que a escrita é anterior ao ano 70, respondeu: “tudo o que sabemos do mundo antigo nos obriga a formular essa hipótese”.
Numa entrevista difundida pela Radio Vaticana, a historiadora disse que segundo o cientista Thierry Castex, responsável pelo achado, pode se ler claramente a palavra “encontrado” e há uma palavra junto, que ainda tenta se decifrar, mas que pode significar “temos encontrado”.
A frase pode ser aproximada a expressão do Evangelho de São Lucas, onde o evangelista refere o motivo pelo qual Jesus Cristo foi levado diante do governador romano.
Enterro de Cristo. Petites Heures de Jean de Berry |
São Lucas (23, 2) diz: “Temos encontrado este homem excitando o povo à revolta, proibindo pagar imposto ao imperador e dizendo-se Messias e rei.”
Em entrevista ao diário “La Stampa”, o filólogo italiano Luciano Canfora tentou desclassificar o achado de Castex e a interpretação de Frale.
Porém, Canfora apelou para uma retórica cáustica, num nível apenas pessoal, sem fornecer qualquer argumento científico.
O entrevistador do jornal manifestou no fim o vazio que lhe produziam os comentários ácidos e ocos do Prof. Canfora.
Em mais uma entrevista a “La Stampa”, a historiadora Frale apontou a ausência de argumentos de Canfora, e relembrou um recente achado do especialista no Sudário Raymond N. Rogers.
Rogers trabalha no laboratório de Los Alamos (da Universidade da Califórnia), e submeteu fibras do Santo Sudário a testes específicos para o linho (o tecido original é linho puro).
Rogers constatou então que as fibras se comportavam do mesmo modo que amostras recolhidas no sitio arqueológico de Qumran, perto do Mar Morto. Portanto, de modo muito diferente dos tecidos medievais.
Enterro de Nosso Senhor. Jaime Huguet |
Qumran é um dos sítios arqueológicos mais ricos e interessantes para o período de transição do Antigo Testamento para o Novo.
Os achados lá atingem um número e uma variedade estonteante. Há muitos cientistas debruçados em intensos e custosos estudos sobre os objetos de Qumran.
Frale anunciou ainda que as misteriosas escritas do Sudário serão reproduzidas por inteiro num livro de sua lavra que será publicado pela editora Il Mulino, em novembro, na Itália.
Quando era criança e ouvia falar do Santo Sudário de Turim, o Dr. Pierluigi Baima Bollone, professor de Medicina Legal na Universidade de Turim, ficava empolgado.
Ele não imaginava que uma comissão de especialistas haveria de levantar a hipótese da presença de traças de soro no Santo Lenço e que ele seria o primeiro patologista capaz de analisá-las.
Foi em 1978, avaliando uma dúzia de fios tirados do Sudário e uma micro-crosta de fracções de milímetros extraída por uma equipe de cientistas suíços.
“Assim descobri que se tratava de sangue humano. Depois, com a ajuda de alguns especialistas de DNA, eu pude identificar algumas de suas características”, disse o professor em entrevista para o site Vatican Insider.
“Eu era um jovem médico forense que se interessava por microvestígios. O Pe. Coero-Borga me perguntou se eu conseguiria esclarecer se as manchas do Santo Sudário eram verdadeiramente de sangue”, conta ele.
O médico aceitou o desafio e analisou as amostras com microscópio ótico, depois com um outro eletrônico, e assim chegou à maravilhosa descoberta.
“Foi um momento que jamais poderei esquecer. Estava com outros médicos patologistas na biblioteca do Palácio Real, que tinha as janelas bloqueadas com sacolas negras que tínhamos posto.
“O Sudário estava estendido sobre uma grande mesa, iluminado por uma luz rasante com uma inclinação de 45 graus para retirar os fragmentos de pano, e nos sentávamos um por vez sobre um cavalete.
“Quando foi minha vez, tive a impressão de que a imagem virava um corpo. Era como se eu a visse em três dimensões, e pensei que meus olhos estivessem me aprontando uma feia”.
Pierluigi Baima Bollone, professor de Medicina Legal
na Universidade de Turim.Desde então, os estudos do prof. Bollone sobre o Sudário nunca cessaram.
“Com a ajuda de Grazia Mattutino, uma das mais importantes criminologistas, meus estudos estão indo para frente, acrescentou.
“Há certo tempo conseguimos individuar partículas de ouro e de prata que devem ter pertencido ao relicário que continha o Santo Sudário durante o incêndio acontecido em Chambéry em 1532.
“O Santo Sudário para mim é mais de que um simples objeto de estudo. Além de contribuir para minha formação humana, condicionou positivamente toda minha atividade profissional posterior.
“Minha educação e meu senso da espiritualidade não tem nada a ver com minhas convicções sobre o Santo Sudário.
“Por motivos racionais e científicos, estou convencido de que o Lençol de que estamos falando é o próprio que envolveu a Jesus Cristo há dois mil anos.
“Eu diria isto ainda que fosse ateu. E entre os pesquisadores que acreditam na autenticidade do Santo Sudário, encontram-se numerosos hebreus, protestantes e agnósticos.”
Diante de alguém que diz ser uma falsificação, o Prof. Bollone explica que respeitaria sua convicção, mas “lhe diria que está enganado, enunciando-lhe detalhadamente todas as razões que postulam sua absoluta veracidade.
“Até porque, pelo cálculo de probabilidades, a chance de o Santo Sudário ser falso é uma em 225 bilhões”.
“Ecce Homo”, disse Pilatos à multidão que pedia a morte de Jesus |
“O Homem do Santo Sudário sofreu uma flagelação terrível que não era normal acontecer antes da crucifixão”, explicou a especialista Emanuela Marinelli ao Vatican Insider.
A Dra. Marinelli, do Centro Romano di Sindonologia, acaba de publicar, juntamente com Marco Fasol, o livro Luce dal sepolcro. Indagine sull’autenticità della Sindone e dei Vangeli (Luz do Sepulcro. Inquérito sobre a autenticidade do Santo Sudário e dos Evangelhos, editora Fede & Cultura).
“Foi uma flagelação extremamente longa, infligida como punição suficiente em si mesma.
“Logo depois veio a dolorosa coroação com um capacete de espinheiros, fato único na História, e que foi inventado pelos soldados para escarnecer o Rei dos Judeus”, prosseguiu.
“Depois ainda vieram o doloroso carregamento do patibulum (a trave horizontal da Cruz), as trágicas quedas ao longo do percurso, a perfuração dos pregos da crucifixão enfiados nos pulsos e nos pés sem apoio algum, a perfuração da lancetada post-mortem.
“Tudo coincide perfeitamente com a narração evangélica, inclusive o envolvimento durante algumas horas numa Mortalha preciosa em lugar de enterrar numa fossa comum, que era o destino de todos os crucificados.
“A consequência é que o Homem do Sudário pode ser identificado: é Jesus de Nazareth”.
A especialista falou com tanta segurança que o jornalista voltou a insistir na dúvida e recebeu uma resposta categórica.
“A senhora não acha arriscado dizer que o Santo Sudário ‘confirma’ os Evangelhos?”
Último livro da Dra. Emanuela Marinelli |
“Não é arriscado – respondeu a professora Marinelli –, é obrigatório, porque com excessiva frequência foi posta em dúvida a credibilidade das narrações evangélicas, tentando fazê-las passar como narrações simbólicas.
“Um exemplo entre muitos: ‘o sangue e a água’ que São João viu sair da chaga do lado. O Santo Sudário confirma que daquela ferida saíram, separados, sangue já parcialmente coagulado e soro”.
O jornalista do Vatican Insider, fazendo seu o desqualificado teste do Carbono 14 que tentou provar que o Sudário de Turim era uma fraude medieval, voltou à carga com o realejo.
Mas a professora não arredou o pé, e prosseguiu:
“Numerosas objeções ao resultado do teste do Carbono 14 foram postas por vários cientistas, que julgam insatisfatórios tanto os métodos usados para colher as amostras quanto à credibilidade daquele aplicado sobre tecidos que passaram pelas mesmas vicissitudes por que passou o Santo Sudário.
“Particularmente, no canto de onde foram retiradas as amostras, há algodão que prova tratar-se de um canto onde foi feito um remendo pelas freiras clarissas de Chambéry após o terrível incêndio que danificou gravemente o Lenço em 1532. Sobre este assunto permito-me sugerir a leitura de um trabalho específico meu sobre o assunto”. CLIQUE AQUI PARA VER O PDF
Por que, segundo a senhora, o Santo Sudário continua fascinando e atraindo milhões de pessoas? – perguntou, por fim, o jornalista.
“O Santo Sudário é um Evangelho escrito com o próprio sangue de Cristo”, diz a Dra. Marinelli. |
“O Santo Sudário é um Evangelho escrito com o próprio sangue de Cristo. Por isso, contemplar suas chagas, meditar sobre seu amor por nós, não pode nos deixar indiferentes.
“É o maior amor, como nos lembram as próprias palavras da Exibição deste ano (2015). Todos nossos sofrimentos, todas as nossas dores se explicam e estão sublimadas nos sofrimentos e nas dores de Jesus, livre e voluntariamente aceitas para nossa salvação. É o mistério do nosso destino, que é um destino de amor. É isto o que fornece um sentido à nossa vida”.
― Inviabilizada a conjetura de falsificação
Continua inexplicável para as ciências humanas a formação da imagem de Jesus Cristo no Santo Sudário de Turim.
Até agora ninguém conseguiu reproduzi-la de modo satisfatório, explicou ao Vatican Insider o Dr. Nello Balossino, professor de Informática da Universidade de Turim,vice diretor do Centro Internazionale di Sindonologia de Turim e especialista em elaboração de imagens.
Mais ainda, ele revelou que o Santo Sudário contém “informações tridimensionais”.
O Prof. Balossino esclareceu que a formação de uma imagem de tipo fotográfica é produzida por uma energia luminosa sobre uma superfície sensível como um filme ou um sensor digital.
Normalmente a impressão é superficial, por isso um negativo fotográfico não possui informações tridimensionais.
Mas é bem isso o que não acontece no Santo Sudário de Turim.
Nele, a imagem reage como um negativo fotográfico sob certos aspectos, mas, na verdade, não é um negativo no sentido da fotografia.
Explica o especialista:
“Trata-se de uma representação na qual foram constatadas evidentes matizações cromáticas tendentes ao vermelho que modelam um corpo, conferindo-lhe uma dimensão tridimensional. Podemos obter uma figura que conserva o relevo como se estivéssemos observando-a na realidade.
“O negativo fotográfico tradicional não reproduz informações tridimensionais. Porém, a imagem do Sudário possui essas informações, codificadas numa série de matizes.
“Em outras palavras, encontramo-nos diante de uma imagem fruto de um processo de criação 3D, que ainda até agora não foi explicado, mas que se consegue simular na prática para gerar imagens semelhantes ao Sudário.
“A diferença de tonalidades entre as cores claras e as cores escuras da imagem é de tal maneira pequena que o olho só consegue perceber as feições de um rosto humano na sua globalidade, mas não identifica facilmente os detalhes.
Prof. Nello Balossino, professor de Informática
da Universidade de Turim.“A imagem nos apresenta um rosto com uma distribuição de luminosidade que é exatamente a oposta do que percebemos na realidade, com as partes salientes mais escuras do que as afundadas. O processo de inversão torna visível o rosto de um homem como numa observação real.”
O Vatican Insider perguntou então ao professor Balossino o que seria necessário fazer para reproduzir o Sudário.
Ele respondeu: “Eu examinei as várias tentativas daqueles que procuraram reproduzir o Sudário de Turim com técnicas diversas.
“Porém, em caso algum as imagens obtidas duravam no tempo, nem continham as informações tridimensionais do Sudário, nem as características próprias da imagem, como a superficialidade das variações cromáticas das fibras de linho e sua integridade.
“Essas particularidades tornam por certo mais árdua a explicação que pretende atribuir à imagem da mortalha do Sudário uma falsificação medieval.”
O Dr. Peter Soons se declara profundamente impressionado com as imagens holográficas em 3D, hologramas, que ele tirou do Santo Sudário com seus colaboradores do Dutch Holographic Laboratory de Eindhoven, Holanda.
diz estudiosa do Santo Sudário
“É como olhar no umbral do mistério da Ressurreição”, diz a Prof.a Emanuela Marinelli que estuda o Santo Sudário há 38 anos |
A professora Emanuela Marinelli estuda o Santo Sudário de Turim há 38 anos. Reproduzimos alguns excertos da entrevista sobre a matéria que ela concedeu à revista italiana Tempi.
Mais da Dra. Emanuela Marinelli: “Santo Sudário: a imagem completa de um homem cruelmente crucificado (1)” e “Santo Sudário: a imagem completa de um homem cruelmente crucificado (2)“.
Emanuela Marinelli: Estudei o Sudário durante 38 anos, desde que vi pela TV uma reportagem do trabalho de Max Frei, diretor do laboratório científico da polícia de Zurique.
O Dr. Frei era botânico e havia descoberto no Santo Sudário grãos de pólen provenientes de plantas desérticas que florescem em épocas diversas na Palestina, de plantas do leste da Turquia, das vizinhanças de Constantinopla, e ainda de outras espécies existentes na França e na Itália.
A descoberta confirmou a verossimilhança da migração do Sagrado Lençol em diversas etapas históricas.
Frei identificou 58 espécies diferentes, 38 das quais crescem em Jerusalém e não existem na Europa. Dessas 38, 17 são típicas e proliferam em Jerusalém e cercanias.
Isso prova a origem palestina do lençol.
Deve-se destacar a importância da presença no Santo Sudário do Zygophillum dumosum, que só cresce a partir de Jerusalém até o sul de Israel, bem como numa parte da Jordânia e no Sinai.
As análises de Frei foram confirmadas depois por outros botânicos. A palinóloga [da parte da Botânica que estuda os grãos de pólen] Márcia Boi analisou a lista dos pólens encontrados no Sudário por Frei.
Ela notou a presença das plantas mais usadas na destilação de caros bálsamos que eram empregados nos antigos ritos funerários do Oriente Médio.
Como eu me graduei em Ciências Naturais e Geológicas, percebi quão importantes são os pólens para identificar a proveniência de um objeto.
Prof.a Emanuela Marinelli: perita em Ciências Naturais e Geológicas Interessou-se nos microvestígios presentes no Santo Sudário. |
O meu interesse pelo Sudário começou com esta pesquisa.
Emanuela Marinelli: Eu me interesso muito pelos microvestígios presentes no tecido. Na altura da ponta do nariz e do joelho esquerdo foram encontrados fragmentos de pó do chão. Isso confirma as quedas do Homem do Sudário ao longo da estrada.
Em outras amostras de material terroso tiradas do Sudário, na altura dos pés foi identificada aragonita com algumas impurezas; amostras recolhidas nas grutas de Jerusalém resultaram ter composições muito semelhantes, pois continham também aragonita com as mesmas impurezas.
Além do mais, foram identificadas no Sudário algumas partículas de aloés e de mirra, sobretudo nas zonas manchadas com sangue. Trata-se de substâncias perfumadas que se usavam em grande quantidade para a sepultura no ambiente judaico.
Também a datação do tecido apresenta campo para aprofundamento. Segundo os exames com o método do Carbono 14, o Sudário proviria da Idade Média, de um período entre 1260 e 1390 d. C.
Porém, vários cientistas opuseram numerosas objeções ao resultado desse teste, por julgarem insatisfatórios os procedimentos de colheita das amostras e a confiabilidade do método no caso de tecidos que atravessaram vicissitudes como as do Sudário.
Especialmente um remendo feito pelas freiras clarissas de Chambéry após o terrível incêndio que danificou gravemente o lençol em 1532.
Existem, contudo, outros testes para verificar a antiguidade de um tecido. Três novos exames, feitos em 2013 na Universidade de Pádua, datam o Sudário na época de Cristo.
Emanuela Marinelli: O sangue presente naquele Lenço é o aspecto mais comovedor. Ele nos narra as torturas sofridas pelo Homem do Sudário, as quais coincidem plenamente com as narrações evangélicas.
É sangue de uma pessoa fortemente traumatizada, que sofreu uma terrível flagelação com um flagrum romano, uma dolorosa coroação com um casco de espinhos, o exaustivo transporte do patibulum (a trave horizontal da Cruz), as trágicas caídas ao longo do percurso, o desgarramento produzido pelos pregos da crucifixão cravados nos pulsos e nos pés sem nenhum sustentáculo, o furo da lançada post-mortem.
Flagrum romano, açoite usado pelos algozes do Homem do Sudário |
Dessa ferida saiu sangue parcialmente coagulado e soro por separado: o “sangue e a água” descritos por São João.
Com base no estudo do Sudário alguns médicos forenses deduziram que pouco antes da morte ainda fluía sangue das feridas e que o corpo foi envolto no lençol não muito depois de duas horas e meia após a morte.
Para obter um decalque do sangre sobre o pano, como se observa no Sudário, o corpo deve ter ficado em contato com o lençol por volta de 36-40 horas.
Nesse tempo a fibrinólise, que provoca a degradação dos coágulos, deve ter tido um papel importante.
Não há vestígios de putrefação. É inexplicável como o contato entre o corpo e o lençol possa ter se interrompido sem alterar os decalques que se haviam formado.
Não há riscos ou manchas que deveriam ter sido causados pela movimentação do cadáver.
Emanuela Marinelli: Teorias extravagantes as há e várias, e infelizmente esses absurdos fascinam muito as pessoas desavisadas, que não se informam em fontes sérias.
Houve quem lançasse a hipótese de que a imagem presente foi provocada por um raio ou um terremoto.
Há também quem sustente que foi obra de um artista, acenando até com Leonardo da Vinci, sem sequer considerar a absoluta ausência de pigmentos pictóricos sobre o pano.
Além do fato de a existência do Sudário na França estar documentada cem anos antes do nascimento de Leonardo…
Inclusive é insustentável, à luz das análises feitas diretamente sobre a mortalha, o fabrico da imagem do Sudário com um baixo-relevo aquecido e carregado de pigmentos ácidos.
Há até quem sustente que o Homem do Sudário não morreu, mas só entrou em estado de coma e, portanto, que a ressurreição de Jesus teria sido uma simples cura.
Porém, nenhum defensor desta teoria jamais se apresentou para um experimento submetendo-o às torturas sofridas pelo Homem do Sudário, inclusive com a oferta de uma câmara de reanimação que, aliás, não existia na época de Cristo.
Emanuela Marinelli: Polêmicas eu tive que fazer e muitas, nas minhas conferências ou na TV, porque sempre há quem ainda negue a existência de sangue humano sobre o Sudário!
Infelizmente há os que têm respeito humano do Sudário e queiram negá-lo a todo custo, para não se sentirem obrigados a uma mudança de vida, que é a consequência natural de uma autêntica conversão.
Emanuela Marinelli: O mistério mais difícil de resolver é o da origem da imagem humana. É certo que a mortalha envolveu um cadáver. Mas é igualmente certo que aquele cadáver não chegou a apodrecer no lençol.
Além do mais, e este é um fato único e inexplicável, deixou impressa uma espécie de fotografia de si próprio.
A imagem resulta de uma desidratação e oxidação do pano, sem o contributo de outras substâncias. A imagem ficou impressa no Sudário de maneira extremamente superficial: penetra só 200 nanômetros nas fibras.
No transcurso das últimas décadas tentaram-se muitas vias para explicar a imagem do Sudário com suas características peculiares. De modo especial, a superficialidade da imagem e sua ausência sob as manchas de sangre privilegiaram a hipótese de que uma explosão de luz pudesse estar na origem.
Muitas provas experimentais foram feitas com esta finalidade, com vários tipos de laser, mas só ultimamente a utilização de poderosos excimer laser com pulsações de breve duração forneceram resultados interessantes.
De fato, com excimer laser que emitem na faixa ultravioleta, foi obtida uma coração amarelada compatível com as imagens do Sudário e com suas características.
Porém, jamais saberemos como é que um cadáver pôde formar uma imagem que só se pode explicar com uma explosão de luz…
Emanuela Marinelli: Diante do Sudário tem-se a sensação de observar furtivamente através do umbral do mistério da Ressurreição de Cristo. O Sudário é o ícone da misericórdia de Deus, que entrega seu Filho pela salvação da humanidade. Aquele corpo torturado é a fotografia do amor doado, do pecado expiado, da salvação completada.
O Sudário antes e depois da Ressurreição. O corpo saiu sem desamarrar as faixas. Foto exposição ‘O homem do Sudário’, em Curitiba. |
Ele nos tratou segundo sua misericórdia, segundo a grandeza de sua graça (Isaías 63,7). Aquele rosto tumefacto, mas sereno, garante a doçura do perdão. Não é possível ficar indiferente diante do sacrifício do Filho de Deus, testemunhado pelo Sudário com a linguagem cruenta de um documento ensangüentado.
“O maior Amor”, lema da ostensão do Sudário 2015, se refere diretamente às palavras de Jesus: “Ninguém tem um amor maior do que este: dar a vida pelos próprios amigos” (João 15,13).
O Senhor deixou a impronta indelével da sua misericórdia sobre um simples linho, frágil testemunha do evento que mudou a História.
Eis o sentido profundo do Sudário; eis, desvendado, o mistério do apelo a milhões de pessoas: o Sudário não deixa pessoas passivas, o Sudário engaja quem o observa num diálogo silencioso que muda o sentido da vida, mostrando a única força que vence a dor e a morte.
Diante do venerando Linho podemos repetir com mais força ainda as palavras da multissecular oração, bordada hoje sobre o tecido que envolve a teca do Sudário:
“Tuam Sindonem veneramur, Domine, et Tuam recolimus Passionem”, “Veneramos o Teu Sudário, ó Senhor, e meditamos na Tua Paixão”.
Alessandro Paolo Bramanti é especialista em engenharia eletrônica na Universidade de Pavia, Itália, onde fez o doutorado em investigação. Posteriormente doutorou-se em física da matéria na Universidade de Salento.
Ele trabalha para uma multinacional no campo da nanotecnologia, publicou numerosos trabalhos e é co-inventor de patentes internacionais em sua especialidade.
Também estudou o Santo Sudário e no ano 2010 publicou com o Dr. Daniele De Matteis o livro Sacra Sindone. Un mistero tra scienza e fede (Santo Sudário: um mistério entre ciência e fé).
Em entrevista ao jornal “La Croce”, ele argumentou em favor da afirmação de que “o homem do Santo Sudário é Jesus de Nazaré”.
Alessandro Paolo Bramanti: o Santo Sudário é um testemunho mudo da Ressurreição |
Alessandro Paolo Bramanti: O milagre é uma exceção às leis da natureza. E, posto que todo o mundo material deve obedecer às leis naturais sem possibilidade de ignorá-las ou modificá-las, o milagre postula uma intervenção superior, quer dizer, da parte do autor das próprias leis naturais.
A ciência é como um explorador, livre para se mover num país – o das leis naturais – que é grande, mas não infinito, porque está rodeado por um muro que ela não pode superar com suas forças.
Mas se o explorador, por causa dessa incapacidade, afirmasse que não há nada além do muro, adotaria uma conduta irracional e, em último caso, um pouco ridícula.
Consideremos o Santo Sudário. É um objeto material e, enquanto tal, obedecendo sem dúvida alguma às leis naturais… incluindo as de envelhecimento e sensibilidade ao calor, por exemplo, como infelizmente constatamos na cor amarelada do linho e nas queimaduras dos incêndios a que esteve exposto ao longo dos séculos.
Sem embargo, também está marcado por uma intervenção exterior; algo que não provém da matéria, inclusive onde os fatores materiais deixaram uma marca profunda. Essa dupla imagem sanguínea é inexplicável à luz de qualquer fenômeno físico conhecido.
Imagem holográfica do Santo Sudário |
Um corpo sem vida aparece como que “fotografado” no Santo Sudário. E sem dúvida é assim, pois apresenta os sinais do rigor mortis (rigidez da morte), excluindo qualquer hipótese de coma ou morte aparente.
Mas um corpo sem vida não pode deixar pegadas, nem sequer algo vagamente similar a isso. E em toda a natureza não há nada de comparável. Por essa razão, muitos cientistas admitem honestamente o inexplicável do Santo Sudário.
Até agora todas as tentativas de imitação do Santo Sudário resultaram em fiasco, inclusive, portanto, uma análise superficial, sendo muito interessante observar a obstinação dos céticos.
Eles caçoam da credulidade daqueles que acreditam que o Santo Sudário é autêntico, mas logo perdem muito tempo e recursos tentando fabricar um igual, só para demonstrar que é falso! Dir-se-ia que no fundo eles estão carcomidos pela dúvida.
Bramanti: Se o Sudário não é autêntico, deve ter sido feito por um falsificador experiente, desejoso de se enriquecer com o comércio de relíquias falsas.
Aliás, esta é a teoria daqueles que negam a autenticidade do Santo Sudário: um fabricante imaginário de relíquias, que se mantém no anonimato por razões óbvias, forjou o objeto em sua oficina para vendê-lo logo, talvez junto com muitos outros, numa espécie de mercado negro do sagrado, fazendo acreditar que é genuíno.
Esse personagem provavelmente considerava o Sudário como sua obra-prima, a culminação de sua carreira como falsário sacrílego!
Mas o engenheiro é uma espécie de inventor especializado: sua atitude é de quem desenha e constrói aplicando as leis naturais em seu benefício…
Diante do Santo Sudário, tenta imaginar qual foi o engenhoso método de fabricação por meio do qual o falsificador conseguiu imprimir sobre o linho a imagem de um crucificado.
Especialmente o engenheiro doutorado em física, ligado ao mundo do microscópico e do nanoscópico, é motivado especialmente pela curiosidade…
Como é que a imagem do Sudário foi criada por uma mudança na estrutura das fibras têxteis?
Com quais instrumentos e através de que fenômeno físico se pode causar semelhante modificação?
No último século, abundantes estudos científicos sobre o Santo Sudário apresentaram muitas hipóteses teóricas, realizaram experimentos para denunciar sua falsidade e tentaram reproduzi-lo. Mas ninguém obteve resultados satisfatórios… A ciência reconhece-se vencida…
Porém, fica sempre uma pergunta: se parece inconcebível fabricar um objeto tão refinado com o conhecimento atual, qual é a possibilidade de que tenha existido um suposto falsificador?
Pergunta: Alguns no entanto sustentam que não somos capazes de reproduzir muitas obras de arte do passado, e nem por isso se diz que sejam milagres …
Imagem holográfica do Santo Sudário, detalhe |
Bramanti:Há uma diferença profunda. Conhecemos bem a natureza física dessas obras de arte: elas são “simplesmente” capas de substâncias coloridas depositadas sobre o lenço, ou “simplesmente” blocos de pedra entalhada, modelada. A singularidade dessas obras é de ordem artística, não científica. Porém nós não sabemos qual é a natureza física do Santo Sudário.
Bramanti: O físico considera a teoria científica que seja capaz de explicar todos os dados. Mas neste caso a ciência encontra-se na escuridão, anda às apalpadelas.
Então, só ficam duas atitudes possíveis.
Primeira. O físico adota a objeção clássica dos céticos: talvez de futuro possamos explicar a existência do Sudário de modo científico. Então constataremos que ele foi o resultado de uma combinação de elementos físicos muito pouco provável, mas inteiramente natural. Pode ser…
Este “pode ser” na mente de muitos céticos converte-se até num cômodo “sem dúvida”, com o qual eles se aferram à ilusão de ter liquidado o problema.
Segunda. O físico que considera os dados como um todo. Então percebe que o Sudário foi estudado mais do que qualquer outro objeto no mundopor um número impressionante de especialistas de diferentes disciplinas. E que todos os dados convergem para dizer que a gente está diante do autêntico lençol que envolveu a Cristo…
Neste ponto, se a mente do físico não é suficiente, ele deve assumir a mente do homem cuja capacidade supera com superioridade a mera ciência.
O homem do Santo Sudário é Jesus de Nazaré. Esse homem é o único de quem se anunciou durante mais de dois mil anos até hoje que ressuscitou.
E sua ressurreição, por tudo quanto se sabe, não foi discutida, nem logo após a sua morte. O anúncio foi feito antes [no antigo Testamento]. Isso é assim e de tal maneira, que naquela noite, no túmulo, soldados romanos fizeram guarda para evitar um simulacro de ressurreição.
O Santo Sudário de Turim leva a impronta desse homem, uma marca que fala não só de sua morte, mas também de uma misteriosa subtração à morte.
É a imagem de um cadáver que desapareceu antes de se corromper, deixando uma marca indelével. É uma imagem física única, tão única como o próprio homem.
Mas se, mesmo diante das provas, a mente humana recusa a priori a possibilidade de o Santo Sudário ser um testemunho mudo da Ressurreição, ela age por uma escolha deliberada que nada tem a ver com a ciência.
com o especialista Alessandro Paolo Bramanti:
O prof. Giulio Fanti mostra uma fibra do Santo Sudário vista num microscópio atômico |
O Santo Sudário que envolveu o corpo de Jesus Cristo no Santo Sepulcro foi submetido a dezenas de estudos e pesquisas pelas mais variadas especialidades científicas e métodos de análise.
Os resultados vêm sendo espantosamente convergentes.
Quando se diria que tantos testes e análises esgotaram tudo o que se podia saber do sagrado linho, que volta a mostrar mistérios assombrosos que jamais puderam ser explicados.
Desvendam-se novos aspectos que consolidam um formidável acúmulo de dados científicos que dizem: o Santo Sudário envolveu o Jesus dos Evangelhos.
Mais recentemente foi a vez do Istituto Officina dei Materiali (IOM-CNR), de Trieste, e do Istituto di Cristallografia (IC-CNR), de Bari, que trabalharam em parceria com o Departamento de Engenharia Industrial da Universidade de Pádua, todos sediados na Itália, segundo narrou o site Aleteia.
A conclusão desses institutos é de que as manchas achadas no tecido não podem ser de tinta.
Mais: elas são de sangue humano, e não de um sangue “qualquer”.
Os pontos mais pequenos são partículas de tamanho nanométrico
que cercam uma fibra do Santo SudárioA análise das partículas do tecido teve resolução atômica e apontou “que a fibra de linho está cheia de creatinina, [com partículas] de dimensões entre 20 e 90 nanômetros, ligadas a pequenas partículas de hidrato de ferro de dimensões entre 2 e 6 nanômetros, típicas da ferritina”.
Assim explicou Elvio Carlino, coordenador da pesquisa.
Um nanômetro equivale a um milionésimo de milímetro, ou seja, pegue um milímetro, divida-o em um milhão de partes iguais e você terá que cada uma delas mede um nanômetro.
Essa foi a precisão dos equipamentos usados e, obviamente, do resultado.
O Prof. Giulio Fanti, da Universidade de Pádua, complementou que as partículas observadas, “pela dimensão, tipo e distribuição, não podem ser uma obra realizada séculos depois no tecido do Santo Sudário”.
As investigações confirmaram que o tecido realmente entrou em contato com o sangue de um homem morto que tinha sofrido múltiplas e graves feridas.
Segundo o Prof. Fanti, “a ampla presença de partículas de creatinina unidas a partículas de ferridrita não é uma situação típica de soro sanguíneo de um organismo humano em estado normal de saúde.
“Um alto nível de creatinina e ferritina tem relação com pacientes que sofreram um politraumatismo severo, como a tortura.
“A presença dessas nanopartículas biológicas indica que o homem que foi envolvido no sudário de Turim sofreu uma morte violenta”.
Imagem de uma nanopartícula grande presente nas fibras do Santo Sudário |
As conclusões do estudo foram publicadas na revista científica norte-americana PlosOne com o título New Biological Evidence from Atomic Resolution Studies on the Turin Shroud (Novas evidências biológicas a partir de estudos de resolução atômica sobre o Sudário de Turim).
Texto completo do estudo Novas evidências biológicas a partir de estudos de resolução atômica sobre o Sudário de Turim. CLIQUE AQUI
O estudo confirma o que outras pesquisas e análises já tinham apontado décadas atrás.
Sobretudo, ele constitui uma nova e impactante prova em favor da afirmação de que o Santo Sudário é verdadeiramente o pano mortuário que envolveu o corpo morto de Nosso Senhor Jesus Cristo, de acordo com os usos tradicionais judaicos.
Duas análises anteriores, realizadas paralelamente em 1978 por Baima Bollone na Itália e por Heller e Adler nos Estados Unidos, por exemplo, já haviam detectado a presença de bilirrubina nas manchas sanguíneas do Sudário.
Elvio Carlino escreve que agora os estudos se concentraram nas partes das fibras que não podem ser acessadas pelos microscópios ópticos tradicionais.
As fibras foram examinadas com resolução atômica segundo um método recentemente criado pelo referido Istituto Officina dei Materiali (IOM-CNR), de Trieste.
A seta amarela assinala o local exato de onde foi extraída a fibra cujo estudo foi publicado em PlosOne. A fibra oi colhida por B. M. Schwortz em 1978. Veja “Cientista incrédulo estudou 37 anos o Santo Sudário |
O Prof. Giulio Fanti, da Universidade de Pádua, sublinhou que “as partículas observadas, em virtude de sua dimensão, tipo e distribuição, não podem ter sido aplicadas por obra humana sobre o tecido do Santo Sudário”.
Segundo o vaticanista Andrea Tornielli, ficam mais uma vez desmentidas muitas pretensas reconstruções montadas para dizer que o Santo Sudário seria um objeto pintado na Idade Média.
Os pesquisadores e coautores Liberato De Caro e Cinzia Giannini do IC-CNR também assinam a conclusão.
O Prof. Carlino, chefe da equipe, afirma que ela trabalhou “baseando-se nas evidências de experimentos de microscopia eletrônica com resolução atômica, tomando como ponto de referência recentes estudos médicos sobre pacientes que sofreram fortes politraumatismos e tortura”.
“Nas fibras ficou registrado em nível nanométrico um cenário violento, a vítima foi envolta depois no tecido fúnebre. Estas provas só podiam ser reveladas com os métodos criados recentemente no campo da microscopia eletrônica de resolução atômica”.
Imagem obtida com microscópio óptico. As setas apontam ‘manchas hemáticas’. O novo estudo focou zonas carentes de qualquer detalhe visível com microscópio óptico. |
Esses métodos são denominados Transmission Electron Microscopy (TEM) e Wide Angle X-ray Scanning (WAXS) Microscopy.
Hoje não pode haver mais dúvida do ponto de vista científico de que o Santo Sudário revestiu o cadáver de um homem torturado e morto com os mesmos procedimentos descritos nos Evangelhos sobre a crucificação de Jesus, conclui Tornielli.
Inscrições identificadas no Santo Sudário: 1. (I)esou(s) = Jesus; 2. Nnazarennos = Nazareno; 3. (o)pse kia(tho) = preso no início da noite; 4. in nece(m) = à morte; 5. pez(o) = eu executo. |
Desde 1978, um grupo de especialistas vinha identificando letras em torno do rosto do Santo Sudário. Essas foram sendo registradas e fotografadas.
Mas só nos últimos anos foram objeto de um estudo sistemático por especialistas abalizados.
Em 1978 o engenheiro químico Pietro Ugolotti identificou alguns sinais de geometria precisa que evocavam caracteres alfabéticos e pareciam formar palavras.
O cientista tirou imagens desses sinais e as submeteu à analise de um especialista de escrituras antigas, o professor Aldo Marastoni da Universidade Católica de Milão.
O professor Marastoni confirmou a intuição do engenheiro Ugolotti, acrescentando que o estilo era de um escrito muito antigo provavelmente da época romana.
No ano 1994, Marcel Alonso e Eric de Bazelaire, membros do Centre International d’Études sur le Linceul de Turin, de Paris, apresentaram o problema ao Institut d’Optique Théorique et Appliquée d’Orsay, na própria Paris.
Eles se dirigiam a André Marion, especialista em ótica que havia desenvolvido uma tecnologia capaz de reconhecer escritos apagados em Códices sobre os quais foram escritos outros textos.
Nesses casos os escritos originais deixaram de ser visíveis pelo olho humano, mas a tecnologia de Marion permitia recupera-los.
Marion e Anne-Laure Courage que era engenheira na École Supérieure d’Optique de Paris e investigadora no Institut d’Optique d’Orsay, publicaram os resultados de suas pesquisas em 1998 (“Discovery of Inscriptions on the Shroud of Turin by Digital Image Processing”, in OE, vol. 37, n. 8, agosto 1998, págs. 2308-2313).
Os resultados confirmavam por meio do processamento informático que aquelas inscrições no Santo Sudário são efetivamente restos de algo escrito.
Tratava-se de sequencias de letras gregas, latinas e hebraicas que não pareciam ter sido inscritas sobre o véu de linho. Presumivelmente foram registradas em fitas coladas ao Santo Sudário cujos contornos parecem ser perceptíveis pelo olhar humano.
As inscripções não são visíveis pelo olho humano; e foi preciso recorrer à informática. |
A suposição é de que aquilo que estava escrito embebeu o tecido de linho.
Elas podem ser visualizadas trabalhando o negativo fotográfico e aumentando o contraste com computador.
Os trabalhos que aprofundaram a tridimensionalidade da imagem do Homem do Sudário tornaram mais fácil reconhecer as letras nos anos seguintes. Cfr 30Giorni.
Mas, a final, o que diziam essas palavras?
Barbara Frale, historiadora medieval no Arquivo Secreto Vaticano, conseguiu decifrá-las.
Trata-se de palavras em grego, latim e aramaico (a língua falada por Jesus). A matéria foi objeto de uma reportagem de “Rome reports” visualizável no fim do post.
Para compreender mais exatamente o que essas palavras queriam dizer, a especialista estudou a legislação romana e judaica vigente na Palestina nos anos 30, década da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor.
As inscrições identificadas no Santo Sudário significam (ver imagem no início do post): 1. (I)esou(s) = Jesus; 2. Nnazarennos = Nazareno; 3. (o)pse kia(tho) = preso no início da noite; 4. in nece(m) = à morte; 5. pez(o) = eu executo.
Bárbara Frale concluiu: “O significado dessas palavras alude à morte de um personagem chamado Iesoys Nnazarennos, que é o mesmo nome que encontramos nos quatro Evangelhos”.
Esse certificado de óbito tem uma razão de ser precisa e era comum naquele tempo.
Frale explica que “os condenados a morte não podiam ser enterrados no túmulo de sua família. Eles tinham que passar 12 meses na sepultura pública, que era administrada pelo tribunal de Jerusalém.
“Só após esses 12 meses é que o corpo podia ser entregue à família, para que esta o enterrasse junto com os parentes”.
No caso de Nosso Senhor, São José de Arimateia e São Nicodemos – discípulos de Jesus e ricos membros do Sinédrio, máxima autoridade religiosa dos judeus no tempo – pediram ao governador romano Pôncio Pilatos que o corpo não fosse posto na fossa comum.
E propuseram que fosse enterrado no túmulo que José de Arimateia tinha mandado cavar para sua família. Esse é o atual Santo Sepulcro, onde se operou o milagre da Ressurreição.
A especialista explica que “foi necessário ‘etiquetar’ o cadáver, porque naquele sepulcro outros membros da família de José de Arimateia poderiam vir a ser enterrados, e o corpo de Jesus devia ser entregue a seus familiares após os 12 meses prescritos pela lei”.
Foi por isso que após o cadáver do Redentor ser envolto na rica vestimenta mortuária disposta por Nossa Senhora, que incluía o Santo Sudário, foram coladas em torno da cabeça algumas faixas de papiro nas quais estava escrito com letras grandes quem era o defunto.
Mais ainda, “estava escrito o nome do defunto, o dia da morte, o motivo da condenação e a data em que os restos do corpo podiam ser entregues à família, assim que fosse completada essa peculiar sanção post-mortem”.
Esses dados coincidem plenamente com os dos Evangelhos, diz a autora do pormenorizado estudo.
Segundo ela, as faixas de papiro ficaram coladas ao Santo Sudário durante alguns séculos e, em virtude de reações químicas, alguns restos da tinta acabaram passando ao sagrado lençol.
“A tinta com que foram escritas as palavras devia incluir algum elemento metálico que entrou em interação química com a celulose do linho e ficou impresso no Santo Sudário”.
Bárbara Frale não se limitou a seus estudos, mas os submeteu a uma crítica externa. E solicitou o parecer de um grupo de paleógrafos sobre a data em que ditas palavras foram escritas, sem lhes dizer de onde procediam.
A Paleografia é a ciência que estuda os textos manuscritos antigos e medievais, a origem, a forma e a evolução da escrita, independentemente do tipo de suporte físico, do material utilizado para proceder ao registro, do lugar onde foi usada, do povo que a utilizou e dos sinais gráficos que adotou.
Os paleógrafos responderam que dita caligrafia é de por volta do primeiro século, confirmando assim que as inscrições são da época de Nosso Senhor.
Ficou desse modo resolvido mais um mistério do Santo Sudário em consonância com o imenso caudal de conhecimentos científicos que vêm se acumulando nas últimas décadas.
Painel da amostra O Homem do Sudário. |
O que se passou naquele túmulo perto de Jerusalém por volta do ano 30 da era cristã, quando Jesus ressuscitou? Como é que sua imagem ficou impressa no precioso Sudário, hoje em Turim?
A ciência pena em responder a essas e outras perguntas conexas, mas não arreda o pé – e faz bem –, procurando alguma pista que permita uma explicação. Pois até o momento ela se confessa incapaz sequer de entender o fenômeno.
Também por isso, a imprensa vai atrás dos especialistas em sindologia, nome da especialidade que estuda o Santo Sudário.
O presidente do Centro Internacional de Sindologia de Turim, professor Bruno Barberis, foi procurado incontáveis vezes a propósito do apaixonante tema. E respondeu mais recentemente à Rádio Vaticano:
Prof. Barberis – Certamente se tem progredido no estudo do Santo Sudário para saber como foi feito, mas no momento atual tudo é insuficiente para responder a esta interrogação, que continua sendo o enigma mais significativo e fascinante do Lençol.
Fizeram-se muitas hipóteses nos últimos 100 anos, mas todos os experimentos e tentativas de reproduzir num pano uma imagem com as mesmas características resultaram insatisfatórias.
Aos que supuseram que pudesse tratar-se efetivamente de uma marca deixada por um cadáver, foi-lhes necessário antes de tudo individuar o fenômeno físico ou químico que permitiria a um cadáver gerar uma impressão desse tipo. Até agora nada conseguiram.
Outros levantaram a hipótese de tratar-se de uma obra pictórica realizada por algum artista do passado.
Porém, nos pontos coloridos do Santo Sudário não foram encontrados nem pigmentos nem corantes de qualquer tipo.
Foi encontrado sangue e nós sabemos que é sangue humano do grupo AB.
Prof. Bruno Barberis, presidente do Centro Internacional de Sindologia, Turim. Hoje ainda, o Santo Sudário deve ser definido como uma imagem irreproduzível. Isto não quer dizer que o seja de modo absoluto.
A ciência e a Fé convergem no Santo Sudário porque ele fala aos dois. O Santo Sudário relembra efetivamente e de modo inequívoco, com uma precisão verdadeiramente surpreendente, todas as características da Paixão de Cristo que os Evangelhos descrevem de modo literal.
Mas eu diria que é uma “provocação à inteligência”, sublinhando que, não obstante os estudos feitos e os conhecimentos científicos e tecnológicos do terceiro milênio, a imagem continua sendo inexplicável.
De fato, a ciência e a Fé não estão em oposição. Pelo contrário, são dois aspectos complementares para este objeto, o Santo Sudário, e caso se misturarem podem criar confusão e levar a afirmações desprovidas de sentido.
Mas, se cada uma se mantiver separada e trabalhando em paralelo, nos permitirão verdadeiramente adquirir uma noção de amplo espectro do objeto estudado.
Este fato nos permite chamar o Santo Sudário de “Quinto Evangelho” ou de “O espelho do Evangelho”. Aqui reside verdadeiramente o fascínio mais profundo que emana do Lençol de Turim.
Santo Sudário, foto frontal tridimensional processada pelo engenheiro geofísico Thierry Castex. Radio Vaticano – A análise de 1988 do Carbono 14 fixa uma data entre 1260 e 1390 d.C. Quais são os pontos fracos dessa análise e por que ela deveria ser refeita?
Prof. Barberis – Os pontos criticáveis não se referem tanto ao método, que é o que temos de melhor no momento atual para datar objetos de origem biológica, portanto contendo carbono, como é o caso de um tecido.
O pano oferece 100% de sua superfície à poluição ambiental. Aquela datação é anacrônica sob muitos pontos de vista.
Seria obviamente necessário refazê-la, mas somente no momento em que nossos conhecimentos físico-químicos, sobretudo do Lençol, e também biológicos, sejam de molde a nos permitir reconhecer os pontos mais adequados para extrair uma amostra.
E, em segundo lugar, conhecer bem o tipo de contaminações que possam existir para empreender a calibração do resultado.
No momento atual esses conhecimentos ainda não existem. Eis por que não é ainda oportuno repetir essa analise.
Radio Vaticano – Quais são os seus conselhos para perscrutar e ler o Santo Sudário?
Prof. Barberis – Antes de tudo, para poder lê-lo bem é necessário conhecê-lo previamente.
Por tanto, eu aconselho a todos aqueles que se aproximam do Santo Sudário, de aprender a conhecê-lo – utilizando obviamente os textos e os sites que falam do Santo Sudário.
E depois, ficando de frente daquela imagem, eu diria que é necessário deixá-la falar, é necessário deixar-se olhar por ela.
Quem se encontra diante do Santo Sudário se dá conta de que está sendo olhado, e então, nesse momento, é necessário pôr de lado o desejo de entender a fundo as características, os pontos essenciais, não procurar reconhecer aquilo que as descrições feitas por outros nos tinham fornecido.
É necessário que haja um diálogo entre essa imagem e aquele que a observa. Eu garanto a todos os que tentarem esta experiência, que no final de tudo eles se sentirão verdadeiramente interpelados.
E aí está o grande fascínio, o grandíssimo fascínio do Santo Sudário, que em cada exposição atrai milhões de peregrinos.
e hoje tem certeza: é autêntico!
Barrie Schwortz: o descrente especialista em fotografia que se rendeu à evidência: o Santo Sudário é autêntico! |
Barrie Schwortz é uma das maiores autoridades mundiais sobre o Santo Sudário. Como técnico em fotografia, ele participou no primeiro grande exame em profundidade dessa preciosa relíquia em 1978, na equipe do famoso Shroud of Turin Research Project (STURP).
O STURP inaugurou uma longa série de análises e aprofundamentos do ponto de vista das mais variadas ciências, que revelou – aliás, continua revelando – detalhes surpreendentes e nunca antes imaginados sobre o Homem do Sudário.
A convergência dos resultados dessa imensa série de exames é tão espantosa que ficou muito difícil negar que o Homem do Sudário não seja outro que Nosso Senhor Jesus Cristo.
Barrie Schwortz é um hebreu não praticante que aceitou com relutância participar do STURP. Ele estava plenamente convencido de que o Santo Sudário era alguma fraude montada na Idade Média.
Exposição extraordinária do Santo Sudário começou no dia 19 de abril e vai durar até 24 de junho de 2015. |
Mas após muitos anos de pesquisa e reflexão, passou a acreditar em sua autenticidade.
Preocupado com a informação imprópria veiculada pela mídia sobre o Sudário de Turim, ele criou um site onde difunde a verdadeira história da relíquia e os resultados dos testes de que ela vem sendo objeto.
Barrie Schwortz concedeu uma entrevista com valiosas informações ao Catholic World Report (CWR). Reproduzimos alguns excertos:
Barrie Schwortz:“Durante mais de 17 anos eu me recusei a aceitar que o Santo Sudário fosse autêntico”.
“Não é que uma só evidência prova a autenticidade do Sudário. Mas todo o conjunto das evidências sim, prova isso”.
“A explicação mais plausível é de que o Sudário foi usado para envolver o corpo de Jesus”.
“O Sudário é, literalmente, um documento da Paixão e da tortura que Jesus sofreu”.
Barrie Schwortz: Há 37 anos, quando fui à Itália com a equipe do STURP, eu achava que era algo falso, algum tipo de pintura medieval. Mas após apenas 10 minutos de análise, percebi que não era uma pintura.
Enquanto fotógrafo profissional, fui procurar as pinceladas. Mas não havia tinta nem pinceladas!
Durante mais de 17 anos eu me recusei a aceitar que o Santo Sudário fosse autêntico. O argumento que me fez mudar de ideia está relacionado com o sangue.
O sangue no Sudário é avermelhado. Porém, o sangue num pano de roupa, em poucas horas fica marrom ou preto.
Eu conversei pelo telefone com Alan Adler, um químico especialista em sangue, e manifestei-lhe minhas reservas. Ele ficou chocado e perguntou: “Mas você não leu o meu estudo?”
Ele havia detectado uma alta proporção de bilirrubina no Sudário, fato que explica por que o sangue ficou vermelho.
Se um homem é ferido e não bebe água, seu fígado começa a produzir bilirrubina. Isso faz com que o sangue fique vermelho para sempre.
Para mim foi como achar a última peça do quebra-cabeça. Eu não tinha mais argumentos contra.
Para Schwortz é ‘um documento da Paixão e da tortura que Jesus sofreu’. Foto da exposição ‘O homem do Sudário’, Curitiba |
Essa foi a evidência final que me convenceu. Não é que uma só evidência prova a autenticidade do Sudário. Mas todo o conjunto das evidências sim, prova isso.
Um dos meus testemunhos favoritos em favor da autenticidade do Sudário é de minha mãe, que é judia. Ela veio da Polônia e só estudou na escola. Ela assistiu a uma de minhas palestras. Depois, voltando de carro para casa, após ficar em silêncio um longo tempo, eu lhe perguntei:
– Mãe, no que está pensando?
Ela respondeu:
– Barrie, é evidente que é autêntico. Eles não o teriam conservado durante 2.000 anos se não fosse.
Pela lei judia, um sudário manchado de sangue devia ser mantido no túmulo. Tirando-o dali, você de fato assumiria o risco de violar a lei.
Para mim, a explicação mais plausível sobre o Sudário, do ponto de vista da ciência e de meus fundamentos pessoais judeus, é de que o pano foi usado para envolver o corpo de Jesus.
Schwortz: Tomaria horas compor essa lista. Parece existir uma cacofonia constante de insensatez funcionando contra o Sudário.
Schwortz: Ele é, literalmente, um documento da Paixão e da tortura que Jesus sofreu. Seu rosto foi duramente golpeado, está inchado sobretudo em volta dos olhos.
Eu sou fã de boxe profissional. A imagem do Sudário me lembra de um boxeador que perdeu a luta.
O homem foi severamente açoitado. Isso se observa não só nas feridas nas costas, mas podem-se ver as tiras de couro que o atingiram, envolvendo o corpo, e que bateram pela frente também.
De um ponto de vista forense, a imagem do Sudário fala mais do que as representações comuns que vemos na arte.
Ele tem um ferimento de lança no lado. Suas pernas não estão quebradas, como era geralmente o caso quando os homens eram crucificados.
Sua cabeça e o couro cabeludo estão cobertos de feridas.
Mais uma vez: na arte muitas vezes vemos a coroa de espinhos como se fosse um pequeno círculo que se assemelha a folhas de louro em torno da cabeça de Cristo. Mas isso não é realista.
Os soldados na verdade puseram um espinheiro sobre sua cabeça e o esmagaram sobre ela.
Vemos a parte externa de uma mão, indicando que os pregos não foram cravados pelo centro da palma da mão, mas uma polegada mais perto do pulso.
Isso faz sentido para um soldado romano crucificando 20 ou mais pessoas ao mesmo tempo. É o lugar perfeito para se colocar um prego que vai segurar, e então você pode passar para a sua próxima vítima.
Em relação aos pés, é impossível para nós julgar se foi usado um único prego para ambos os pés, ou se foi usado um em cada pé.
Nós temos os restos reais de duas vítimas da crucifixão, e nesses casos foram usados dois pregos, um em cada pé.
e como mudou de opinião em favor da autenticidade da sagrada mortalha:
não há nada como o Santo Sudário!
Barrie Schwortz: era incrédulo, estudou 37 anos o Santo Sudário e hoje tem certeza que é autêntico! |
Barrie Schwortz: A evidência forense nos diz que seus braços poderiam ter sido esticados a ponto de sofrerem uma luxação. Nós observamos que sua barba está divida ao meio, o que indica que ela poderia ter sido arrancada.
No fim, a evidência forense indica que a narração do Evangelho é uma descrição exata do que aconteceu durante a Paixão de Cristo.
Schwortz: Ele era um homem bem constituído, que hoje poderíamos descrever como um homem belo. Tinha um busto forte, um peito profundo e ombros de bom tamanho.
Isso faz sentido, já que era um carpinteiro. Naquele tempo ele tinha de ir para fora a fim de cortar uma árvore, serrá-la e dividi-la, coisas que exigem muita força física.
A respeito de sua altura, é difícil dizer. Não há nenhum limite definido na imagem. O pano também pode ter sido afetado pela umidade ou esticado. Dito isto, o nosso melhor palpite é 1,78 ou 1,80 m de altura.
Assim, ele seria um homem bem alto para a época, mas não tão alto que os escritores do Evangelho tivessem mencionado o fato. Na verdade, temos os restos de judeus da época que mediram mais de 1,83 metros.
Barrie Schwortz:“A narração do Evangelho é uma descrição exata do que aconteceu durante a Paixão de Cristo.
“Não há nada como o Santo Sudário.
“O Sudário reacende a fé desfalecida em muitos.
“A fé não se baseia num pedaço de pano, mas é um dom de Deus que reanima os corações daqueles que olham para Ele”.
Schwortz:Parece certo que sim. Os judeus ortodoxos da época usavam o cabelo comprido.
Schwortz: É um pano de alta qualidade que um homem de alta estatura teria possuído. Provavelmente foi feito na Síria e levado a Jerusalém no lombo de um camelo. Posto que foi importado, deveria ser caro.
Isto é coerente com o relato evangélico, o qual indica que José de Arimatéia era um homem rico. Provavelmente ele era o dono e estava planejando usá-lo para si.
Antes de meu pai judeu morrer, ele planejou todo o seu funeral. É razoável acreditar que José de Arimatéia tenha feito o mesmo. Quando Cristo morreu, ele lhe deu a sua própria mortalha, planejando comprar uma outra para si em algum momento posterior
Schwortz: Nós chegamos uma semana antes com 80 caixas de equipamentos, que foram seguradas durante cinco dias pela alfândega italiana. Inicialmente pedimos 96 horas para estudá-lo, mas fomos autorizados a vê-lo por volta de 120 horas.
A equipe do STURP trabalhando: “No final, só podíamos dizer como é que [o Sudário] não foi feito” |
Estávamos lá para coletar dados, não para tirar conclusões. Estávamos lá para responder a uma pergunta simples: como é que se formou a imagem?
Nos três anos seguintes produzimos trabalhos que foram submetidos a revistas conferidas por cientistas de igual qualificação.
No final, só podíamos dizer como é que [o Sudário] não foi feito. Não foi uma pintura, não foi uma queimadura, e não era uma fotografia.
Nossa equipe era composta por peritos de uma variedade de crenças, desde católicos até totalmente céticos.
Havia mórmons, cristãos evangélicos e judeus. Nossa crença religiosa não foi critério para integrar a equipe.
Na verdade, como judeu eu não me senti confortável na equipe e tentei sair duas vezes. Um dos meus amigos na equipe do STURP era Don Lynn, que trabalhou para o Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA e era um bom católico. Quando eu lhe disse que queria sair porque era judeu, ele me perguntou: “Você se esqueceu que Jesus era judeu?”
Eu lhe disse que não sabia muito sobre Jesus, mas sabia que ele era um judeu. Então me perguntou: “Você acha que ele não iria querer alguém do povo eleito em nossa equipe?”
Ele me falou para ir a Turim e fazer o melhor trabalho que pudesse, e não me preocupasse porque sou judeu.
Schwortz: Não há nada como ele.
Schwortz: Eu observei um vasto leque de reações. Alguns não reagem, mas em muitos outros o Sudário reacende a fé desfalecida.
Porém, afinal de contas, a fé não se baseia num pedaço de pano, mas é um dom de Deus que reanima os corações daqueles que olham para Ele.
FIM
Prof. Juan Manuel Miñarro explica seu trabalho |
Diversos leitores do blog pediram as fotos deste impressionante Crucificado em tamanho maior, exprimindo o desejo de fazer um poster ou outra forma de reprodução.
Em atenção aos pedidos re-publicamos este post com as fotos ampliadas, e mais duas acrescentadas no fim.
Basta clicar na foto desejada e ela aparecerá na tela no tamanho máximo possível. Depois é só salvar na pasta preferida.
Aplicamos a maior resolução que um blog permite técnicamente, e que nem para todos será a ideal.
Para quem desejar as mesmas fotos com ainda maior definição e tamanho, recomendamos a página do Prof. Juan Manuel Miñarro: http://cofrades.pasionensevilla.tv/photo/albums/cristo-sindonico-de-minarro
O escultor espanhol e catedrático da Universidade de Sevilha, Juan Manuel Miñarro estudou durante dez anos o Santo Sudário de Turim.
Como resultado esculpiu um Crucificado que, segundo o artista, seria uma reprodução científica do estado físico de Nosso Senhor Jesus Cristo depois de sua morte.
Jesus Crucificado segundo o Santo Sudário: estreita concordância com as imagens tradicionais |
O autor não visava provar a existência de Jesus de Nazaré, mas destacar os impressionantes acertos anatômicos constatados no estudo científico do Santo Sudário.
O professor Miñarro disse à BBC Brasil que, embora tenha privilegiado a “exatidão matemática”, “essa imagem só pode ser compreendida com olhos de quem tem fé”.
“A princípio, ela pode chocar pelo realismo, mas ela reproduz com fidelidade a cena do Calvário”, completou. Miñarro levou mais de dois anos para concluir sua obra.
O escultor não trabalhou só. Ele presidiu o trabalho de um grupo de cientistas que levaram adiante uma investigação multidisciplinar do Sudário de Turim.
O crucificado é o único “sindônico” no mundo, pois reflete até nos mais mínimos detalhes os múltiplos traumatismos do corpo estampado no Santo Sudário.
A imagem representa um corpo de 1,80 metros de altura, de acordo com os estudos no Sudário feitos pelas Universidades de Bolonha e Pavia. Os braços e a Cruz formam um ângulo de 65 graus.
A Coroa de Espinhos tinha forma de casco, cobrindo toda a cabeça, e foi feita com jujuba “ziziphus jujuba”, uma espécie de espinheiro cujas agulhas não se dobram.
Coroa de espinhos segundo o Santo Sudário |
A pele apresenta exatamente o aspecto de uma pessoa morta há uma hora. O ventre aparece inchado por causa da crucifixão.
O braço direito aparece desconjuntado pelo fato do crucificado se apoiar nele à procura de ar durante a asfixia sofrida na Cruz.
O polegar das mãos está virado para dentro, reação do nervo quando um objeto atravessa a munheca.
A escultura reflete também a presença de dois tipos de sangue: o vertido antes da morte e o derramado post mortem. Também aparece o plasma da ferida do costado, de que fala o Evangelho.
A elaboração destes pormenores foi supervisionada por hematologistas. A pele dos joelhos está aberta pelas quedas e pelas torturas.
Há grãos de terra incrustados na carne que foram trazidos de Jerusalém.
As feridas são típicas das produzidas pelos látegos romanos, que incluíam bolas de metal com pontas recurvadas para rasgar a carne.
Foram necessários 10 anos de estudo |
Não há zonas vitais do corpo atingidas pelos látegos porque os verdugos poupavam essas partes para que o réu não morresse na tortura.
A maçã do rosto do lado direito está inchada e avermelhada pela ruptura do osso malar.
A língua e os dedos do pé apresentam um tom azulado, característicos da parada cardíaca.
Por fim, embaixo da frase em hebraico “Jesus Nazareno, rei dos judeus”, a tradução em grego e em latim está escrita da direita para a esquerda, erro habitual naquela época e naquela região.
A escultura esteve exposta na igreja de São Pedro de Alcântara, Córdoba, Espanha, e saiu em procissão pelas ruas da cidade durante a Semana Santa.
Com os mesmos critérios e técnicas, Miñarro está criando outras imagens que representam a Nosso Senhor em diferentes momentos de sua dolorosa Paixão.
Isaías 53
Cristo de Miñarro venerado em igreja,
São Pedro de Alcântara, Córdoba, Espanha“Ele subirá como o arbusto diante dele, e como raiz que sai de uma terra sequiosa; ele não tem beleza, nem formosura; vimo-lo, e não tinha aparência do que era, e por isso não tivemos caso dele.
“Ele era desprezado, o último dos homens, um homem de dores; experimentado nos sofrimentos; o seu rosto estava encoberto; era desprezado, e por isso nenhum caso fizeram dele.
“Verdadeiramente ele foi o que tomou sobre si as nossas fraquezas, e ele mesmo carregou com as nossas dores; nós o reputamos como um leproso, como um homem ferido por Deus e humilhado.
“Mas foi ferido por causa das nossas iniqüidades, foi despedaçado por causa dos nossos crimes; o castigo que nos devia trazer a paz, caiu sobre ele, e nós fomos sarados com as suas pisaduras.” (53, 2-5).
Santo Sudário: montagem tridimensional por Thierry Castex |
Na Universidade de Milão, conhecida também como la Statale, o Prof. Giampietro Farronato leciona Ortodontia. À frente de uma equipe de especialistas – que incluiu Bruno Barberis, Louis Fabrizio Rodella, John Pierucci Labanca; Mauro, Alessandra e Massimo Majorana Boccaletti – o professor fez uma autopsia do Santo Sudário.
O resultado do trabalho foi publicado num livro rico e intrigante: “Autopsia do Homem do Sudário”, editado por Elledici (Leumann [Turim] 2015), apresentado na igreja de San Gottardo em Corte, no evento “Escola Catedral” promovido pela confraria-empresa responsável há séculos pela manutenção da catedral de Milão.
O Prof. Farronato, em entrevista concedida ao jornalista Marco Respinti, declarou que “a medicina forense ainda não havia dito tudo sobre o caso. Então nós decidimos agir”.
A medicina forense analisa os sinais que podem ser encontrados no corpo ou no cadáver, para que depois a polícia e o juiz ajam com base no laudo médico legal.
O Professor prossegue: “A ideia de realizarmos um estudo anatômico profundo do Sudário remonta a uns três anos, a partir de fotografias tomadas por Secondo Pia em 1898 e os resultados dos estudiosos que vieram antes de nós”.
Indagado sobre a ideia que ele e sua equipe fizeram do crime, o Prof. Farronato respondeu:
“Obviamente o cenário do assassinato não existe mais. Nós investigamos o crime apenas através das marcas deixadas no cadáver. O que hoje é muito.
O Dr Giampietro Farronato respondeu
pela equipe de médicos legistas que fez a autopsia.“A anatomia do corpo foi reconstruída por nós com dados morfológicos registrados no linho. Fizemos uma reconstituição total e completa da face”.
E assim, o professor foi descrevendo o seu fascinante trabalho:
“Praticamente tratamos a imagem do Sudário como a ‘máscara’ forense que habitualmente se monta para descrever os ferimentos no corpo, vivo ou morto.
“Eu e Alessandra Majorana exploramos as pegadas tornando-as mais legíveis para examiná-las melhor medicamente. Com o software de gestão de imagens mais inovador disponível, nós mudamos a orientação direita-esquerda, o claro e o escuro”.
Depois, ele aplicou os métodos utilizados para tornar legível a tomografia computadorizada Cone Beam, a ressonância magnética e outros exames tridimensionais para a obtenção de um diagnóstico odontológico legal completo, campo em que a sofisticação e a precisão atingem os detalhes mais diminutos.
Aquilo que poderia parecer science fiction, na verdade, para Farronato trata-se de um método científico, não de um filme, capaz de realçar detalhes que conduziram a sua equipe a medições muito precisas.
Perguntado pelo jornalista se ao estudar uma imagem num desgastado pano, velho de séculos, se se podia analisar o rosto como se fosse um cadáver de carne, o professor respondeu:
“Foi como se estivéssemos diante de um paciente que vai ser submetido a uma correção terapêutica de tipo ortodôntico ou cirúrgico, como pontes, implantes dentários, operações maxilofaciais, coisas assim.
“Para o rosto estudado por meio da aplicação, pela primeira vez, de métodos científicos, como cefalometria craniana, que destaca as alterações estruturais presentes no Homem do Sudário, os dados obtidos foram: assimetria nos seios frontais, no osso zigomático; desvio do septo nasal; e assimetria da mandíbula com um deslocamento atribuível a traumas ocorridos num período próximo ao decesso”.
Autopsia dell’Uomo della Sindone: o livro com os resultados da autopsia. |
À pergunta sobre o que diz a ciência do Homem do Sudário que é objeto de uma disputa antiga, às vezes até veemente, o Prof. Farronato responde:
“A ciência diz que se trata de uma impressão deixada pelo cadáver de um homem verdadeiramente submetido antes de morrer a torturas, flagelações e espancamentos, coroado de espinhos e, finalmente crucificado.
“Isso determinou a morte daquele homem com uma correspondência total às narrações dos Evangelhos, até na sucessão do tempo em que foram infligidas as torturas, inclusive a natureza da lança post-mortem cravada em seu lado (cf. Jo. 19:33-34)”.
O professor informou ainda que estudos científicos realizados em março de 2015, coordenados pelo Prof. Giulio Fanti e processados pela Universidade de Pádua, acompanhado de três métodos de datação químicos e mecânicos, levaram a uma nova datação do linho: entre 283 a. C. e 217 d. C. período compatível com a vida de Jesus na Palestina.
Mas o modo de formação da imagem permanece um mistério indissolúvel.
Inquirido se se tratava de Jesus, ele respondeu com espírito:
“O homem de fé não pode dirigir à ciência perguntas para as quais a ciência não pode dar respostas”.
Por sua vez, Alessandra Majorana, professora da Universidade de Brescia, em declarações para o site especializado Ortodontia33, explicou que foi a primeira análise do Santo Sudário do ponto de vista morfológico e traumatológico utilizando software de última geração2.
A professora Alessandra Majorana participou na autopsia “De nossa pesquisa – disse a professora – resultaram parâmetros e dados novos, únicos e inesperados sobre o tipo de trauma. Os exames odontológicos visaram os tecidos moles e a estrutura esquelética do rosto.
“Do ponto de vista odontológico, o homem jovem impresso no Sudário apresentava uma dentição completa. Do ponto de vista ósseo as medições cefalométricas revelaram uma mandíbula fortemente desviada para a esquerda muito provavelmente como resultado dos espancamentos antes da crucificação”.
Para a Profa. Majorana, o trabalho não levou em consideração a narração religiosa, mas numa passagem do Evangelho de S. João, relatando as horas que precederam a crucificação, o evangelista descreve os golpes no rosto de Jesus dados com uma vara:
“Na realidade, no Evangelho fala-se de uma bofetada, mas o original em aramaico fala-se de uma varada, corpo contundente compatível com o pesado trauma constatado por nossa análise”.
Ela constatou ainda outras consequências dos golpes, como a fratura da cartilagem nasal, trauma também confirmado pela análise da imagem elaborada graficamente para isolar as marcas de líquidos orgânicos como o sangue e o suor impressos no tecido.
“Da imagem processada resulta que não há sinais de sangramento nasal, pelo que se pode supor que a fratura da cartilagem aconteceu pelo menos um par de horas antes da morte”, concluiu a especialista.
Luigi Garlaschelli numa burlesca apresentação |
Membros de um inidôneo Comitê Italiano para Verificação de Alegações Paranormaisgarantiram ter provado que o Santo Sudário de Turim é um falso medieval.
Eles foram financiados pela União de Ateus Agnósticos Racionalistas, da Itália.
Luigi Garlaschelli, professor de Química da Universidade de Pavia, descreveu ao jornal “La Repubblica” como conseguiu fazer um sudário “idêntico” ao de Turim com materiais baratos e métodos disponíveis no século XIV.
David Rolfe, produtor de longos documentários sobre a relíquia, apontou que a simples descrição do método usado depõe contra Garlaschelli e mostra que ele nem conhece o Sudário.
Diversos cientistas altamente qualificados desmontaram com um peteleco a burlesca obra.
Por exemplo, o presidente do Centro Mexicano de Sindonologia, Adolfo Orozco, especializado no Santo Sudário, qualificou a ação de “truque para atacar o Sudário” e mostrou furos técnicos que desqualificam o experimento, informou a Agencia Católica Internacional.
O Dr. Orozco explicou que no Sudário “o sangue ficou impresso no pano em primeiro lugar, e só depois ficou gravada a imagem e não o contrario como fez o suposto ‘reprodutor’”.
Além do mais, acrescentou o Dr. Orozco, como foi largamente comprovado pela comunidade científica, “a imagem do Sudário não se formou por contacto. Há partes do tecido que tem imagem e nunca estiveram em contato com o corpo”. Entretanto, a primitiva tentativa trabalhou esfregando um pano sobre um corpo.
Acresce que as análises médicas, segundo o Dr. Orozco, “demonstraram que os coágulos não foram semeados, mas são clinica e patologicamente corretos com detalhes desconhecidos no século XIII”.
O especialista sublinhou o lado ridículo dos imitadores pretendendo reproduzir as queimaduras do incêndio de 1532 e as marcas deixadas pela água que nada têm a ver com a imagem original.
Ainda constata-se que as “imagens” agora fabricadas “não têm as propriedades tridimensionais” típicas do Sudário”. Esta ausência desqualifica a tentativa de reprodução.
Por sua vez, o especialista peruano Rafael de la Piedra, sublinhou que as manobras frustradas dos italianos reforçam ainda mais a idéia de que a relíquia “continua sendo um objeto único, irreproduzível e inimitável”, noticiou ACIPrensa.
Para o Dr. de la Piedra, a recente imitação “visualmente é muito parecida com o original. Digamos que é melhor que a cópia que fez McCrone ou que a horrorosa tentativa de Joe Nickell; ou a de Picknett-Prince e sua suposta fotografia medieval de Leonardo Da Vinci; ou que a fantasiosa foto-experimental do sul-africano Nicholas Allen”.
Para o especialista, “uma amostra parecida com a de Garlaschelli não resiste às conclusões multidisciplinares tiradas ao longo de mais de 100 anos por cientistas de todos os credos e especialidades”.
À luz desta tentativa falha, de la Piedra conclui que “podemos afirmar com alto grau de certeza, que o Santo Sudário de Turim continua sendo um objeto único, irreproduzível e inimitável. Esta é a verdade interna do Santo Sudário”.
O especialista norteamericano John Jackson do Turin Shroud Center de Colorado observou: “as propriedades tridimensionais da imagem (…) a presença de sangue humano com índices altíssimos de bilirrubina, o pólen de mais de 77 plantas que marcam o percurso histórico do Sudário até quase o século I de nossa era e, entre outros, o mecanismo de transferência da imagem de um crucificado com todas as feridas descritas nos Evangelhos a um pano”.
John e Rebecca Jackson com um modelo tridimensional do Sudário |
O Dr. Jackson criticou a falta de técnica de Garlaschelli e explicou que o sangue do Sudário não é sangue inteiro, mas já separado do soro, proveniente de verdadeiras feridas.
Além do mais, o sangue que há neles é próprio “de um fluxo post mortem”.
Jackson observou que do ponto de vista da tridimensionalidade a imagem agora feita “aparece bastante grotesca. As mãos estão incrustadas no corpo e as pernas estão em posição pouco natural”.
Jackson também observou que segundo a prática científica séria os resultados de Garlaschelli deveriam ter sido compulsados por outros cientistas antes da publicação.
É o que se chama “peer-review” ou “revisão do trabalho por pares”.
Porém, Garlaschelli parece ter temido a crítica e fugiu dela. O autor recebeu 2.500 euros da União de Ateus Agnósticos Racionalistas para semelhante serviço. A cifra fala contra a hipótese de um trabalho científico de vulto e mais parece uma gorjeta em pago de uma zombaria anticatólica.
Entretanto, alguns jornais eivados de decadente anticlericalismo espalharam a grosseira manobra.
No episódio não houve conflito entre a ciência e a religião. Antes bem, uma resposta digna da ciência a uma tentativa burlesca anticlerical.
A capela em chamas |
Na noite de 11 para 12 de abril de 1997, pavoroso incêndio ameaçou destruir para sempre uma das mais preciosas relíquias do mundo católico: o Santo Sudário de Turim, mortalha que envolveu por três dias o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, após sua Crucifixão até sua Ressurreição.
Só depois de longo e extenuante combate do corpo de bombeiros, o sacrossanto Linho pôde ser salvo das chamas. Além do Palácio Real, o incêndio destruiu quase completamente a capela de Guarino Guarini — contígua à Catedral de Turim — onde se encontrava a relíquia.
Alguns órgãos da imprensa italiana levantaram suspeitas de o incêndio ter sido criminoso.
Naquele momento dramático, em que tudo parecia perdido, assistimos a uma das mais belas cenas de heroísmo: o bombeiro Mario Trematore lançou-se destemidamente entre as chamas, e com uma grossa barra de ferro golpeou repetidas vezes o vidro à prova de bala que protegia a relíquia, recuperando-a em seguida. Instantes depois, a cúpula inteira da capela desabou.
Com o recuo de uma década, e tendo presente a comoção do mundo católico em vista daquela tragédia que quase se consumou, Catolicismo pediu a seu correspondente em Milão, Sr. Roberto Bertogna, que entrevistasse o Sr. Mario Trematore, a fim de que este narrasse a nossos leitores o emocionante resgate, bem como as lembranças mais significativas que tal acontecimento deixou vincadas em sua alma.
___________
* * *
Mario Trematore com a precisosa relíquia salva do fogo |
Catolicismo — O Sr. poderia descrever para nossos leitores o motivo que o levou a enfrentar o incêndio, sabendo bem que corria risco de morte atroz em meio às chamas?
Mario Trematore — Na vida, o cristão tem como obrigação principal dar testemunho de sua fé e reconhecer em Jesus Cristo a sua salvação, a presença que transforma o precário acontecer da existência humana na História. Presença reavivada cada dia pela lembrança de que, morrendo na Cruz, Jesus Cristo envolveu todos aqueles que crêem n’Ele. Cristo morre crucificado cada dia nos tantos acontecimentos que compõem a história do mundo, para ressurgir sempre mais presente no mistério da fé aos olhos dos homens.
Sua mão providente nos acompanha sempre. E foi essa mão que me moveu a enfrentar as chamas que ameaçavam a mais preciosa relíquia do mundo cristão. Com efeito, naquela afanosa noite passada na catedral, lutando contra as chamas para salvar o Santo Sudário, a força que me compelia a cumprir aquela missão emanava de uma voz interior, que seguramente provinha do Alto.
Catolicismo —O que o Sr. pensava no momento em que golpeava o resistente vidro do relicário que protegia o Santo Sudário?
Lotando sob o fogo para salvar a relíquia |
Mario Trematore —Naquele apuro, quando tudo parecia perdido e a força do fogo tornava impotente todo recurso humano, continuava a esperar até o fim, e o pensamento transformava-se em ação. De uma parte, surge inesperadamente o medo de morrer, e por um breve tempo vêm à memória as pessoas mais caras e as mais belas recordações: a doçura de minha mulher Rita, o sorriso de meu filho Iacopo, a graça de minha filha Chiara.
De outra, pensava também naquele Lençol e o dever de salvá-lo. Jesus Cristo o havia deixado para a humanidade como um extraordinário sinal do mistério do Verbo encarnado e do Deus que assume toda a condição humana. Prova convincente de um significado: do amor que responde ao amor, e não da dor e daquilo que custa. Um testemunho visível da Sua Ressurreição e do infinito amor de Deus ao homem.
Catolicismo — Enquanto deparava com as chamas, o Sr. chegou a pensar que a salvação do Sudário poderia depender da fé e da coragem de alguém, e que aquela obrigação recaía sobre o Sr.?
Mario Trematore — Na noite de 11 de abril de 1997, não podia certamente pensar que tocava a mim, com os meus colegas, salvar o Santo Sudário. Naquele momento eu sentia a angústia e a preocupação de milhões de fiéis. A capela do Guarino ruía em pedaços, sob o incessante calor das chamas.
Uma das pilastras principais que sustentava a cúpula já havia se esmigalhada ao calor do fogo. Não havia muito tempo para pensar. De um momento para outro podia cair a cúpula. Precisava fazer alguma coisa. O quê?
Cada tentativa para apagar aquele maldito fogo fracassava, e assim não me restou senão rezar uma oração que havia aprendido num passado longínquo, um passado de menino com os olhos grandes e os cabelos encaracolados: “Pai Nosso, que estais no Céu…”
O modo pelo qual Deus escolhe seus instrumentos é sempre surpreendente e insondável. Deus quer ter necessidade de nossos braços e de nossas mãos para cumprir sua obra. Fico pasmo como Ele tenha querido ter necessidade dos meus braços e das minhas mãos para salvar o Santo Sudário.
Recordando aqueles momentos dramáticos, estou convencido de que o homem, reconhecendo o amor de Deus, lança-se sobre Ele com uma sensibilidade que nasce da consciência de um dever: que a grande evidência daquela Face não se perca pela fragilidade de quem crê, mas permaneça sinal de esperança para todos, pois disto tem necessidade cada homem.
Catolicismo — O Sr. teve o reconhecimento de tantas pessoas importantes e menos importantes, inclusive de João Paulo II. Sente-se um herói?
Mario Trematore — O homem não se basta a si mesmo e tem necessidade de Cristo. Falar de heroísmo pode satisfazer meu ego, mas favorece o orgulho, uma falta de confiança no Criador. Não podemos esquecer o exemplo de Jesus Cristo no Domingo de Ramos. O Filho de Deus, Ele mesmo Deus, entrou em Jerusalém montado num burrico, e não num carro dourado puxado por bonitos cavalos de raça.
O preciosíssimo relicário é tirado do inferno de fogo |
Quem nos criou decidiu cada coisa, ainda que para nós nem tudo seja compreensível. Ainda que –– com a força das minhas mãos e uma barra de ferro, além da ajuda de meus colegas –– tenha salvo o Santo Sudário, Jesus Cristo teria reemergido daqueles escombros conosco ou sem nós.
Catolicismo — Hoje, qual o papel de Nosso Senhor Jesus Cristo em sua vida?
Mario Trematore — Eu O sinto ao meu lado, como um companheiro de viagem, mesmo nas coisas mais simples que faço. Quando caminho pela rua, faço compras, passeio pelo centro de Turim — nesses últimos anos, ainda mais bonito —, quando vou pegar os filhos na escola e quando trabalho.
A Ele faço minhas confidências, peço conselhos, junto a Ele eu me indigno com os males do mundo, e Ele me carrega quando os pés já cansados não conseguem caminhar.
Aprendi e tenho certeza de que nunca estou só. Diante do que possa acontecer em minha vida, haverá sempre Alguém com o qual poderei contar. É nessa presença constante de Nosso Senhor Jesus Cristo que encontramos a própria condição que torna o homem completamente livre.
O encontro com Nosso Senhor Jesus Cristo, através do resgate do Sudário, foi uma experiência extraordinária e me permitiu entrar em uma relação íntima com Ele. Trata-se de uma relação humanamente difícil, imperiosa, e por vezes dolorosa, pois é capaz de colocar em discussão muitas certezas.
Compreender o mal e rejeitar a indiferença para com ele a cada dia de nossas vidas, enfrentando nosso egoísmo, nossos impulsos e paixões desregradas. Amar Nosso Senhor Jesus Cristo não nos impede de sofrer. Em Lourdes, a Virgem Maria disse a Santa Bernadette: “Nesta vida prometo-lhe ensinar a amar, mas não necessariamente a ser feliz”.
É esclarecedora a passagem do Evangelho na qual Cristo foi tentado pelo demônio a transformar pedra em pão. Com efeito, Ele tinha três modos de proceder:
1º) Transformar o demônio em pedra, e com isso teria resolvido todos os problemas, seus e nossos;
2º) transformar a pedra em pão, mas desse modo Ele não teria agido como Filho de Deus, pois o verdadeiro senhor teria sido o demônio, cuja ordem Cristo teria obedecido;
3º) Cristo respondeu escolhendo o caminho mais difícil e mais doloroso, isto é, o martírio e a crucifixão, para não criar qualquer fissura que traísse o Seu amor pelo Pai.
A fragilidade do homem não recusa o pecado, aliás o pecado aliena a liberdade humana e separa o homem do encontro com Deus.
Cada cristão é submetido a essas fraquezas muitas vezes em sua vida. Não é o caso de desanimar, mas de lutar para não nos separarmos de todo o bem que Cristo nos ensinou: aprender a amar, não através dos olhos da própria cultura, mas com o coração aberto a Nosso Senhor Jesus Cristo e ao próximo.
Catolicismo — O que o Sr. recomenda aos leitores de Catolicismo para aumentar a devoção ao Santo Sudário?
Mario Trematore — Não é verdade que o racionalismo, o uso da razão como medida da realidade, seja o modo mais correto para nos aproximar da fé. Pelo contrário, quando a razão é usada de modo autêntico, escancara a alma à percepção de algo de grande que há em nós, de um mistério do qual tudo depende.
É esta “abertura do coração” que gostaria de sugerir a todos. Finalmente, peço a Nossa Senhora que todos encontrem uma ocasião, talvez um feriado prolongado, para virem a Turim venerar o Santo Sudário, mesmo que ele não seja visível (não há um ostensório solene para ele ficar exposto), mas encontra-se numa capela da nave lateral da catedral, dignamente guardado para a veneração de todos. Temos a mesma necessidade: tocar com as mãos, como São Tomé, para que o cêntuplo seja realizado, aqui e agora, e transforme as nossas vidas.
Gostaria de lembrar o que disse o Papa João Paulo II a respeito do Santo Sudário, por ocasião de sua visita a Turim: “Uma relíquia insólita e misteriosa, singularíssima testemunha — se aceitamos os argumentos de tantos cientistas — da Páscoa, da paixão, da morte e da ressurreição. Testemunha muda, mas ao mesmo tempo surpreendentemente eloqüente!”.
Catolicismo — Hoje sabemos que o Sr. não é mais um bombeiro…
Mario Trematore — Ser bombeiro era a minha paixão. Mas os anos passam e o corpo envelhecido não suporta mais o estresse e o cansaço de trabalho tão pesado e perigoso. Assim, em outubro de 2003 deixei o Corpo de Bombeiros.
Como sou diplomado em arquitetura, retomei a profissão de arquiteto, ocupando-me de projetos arquitetônicos, com especialização em segurança nos setores de risco correlatos à construção e ao curso das obras, no cargo de diretor técnico externo da Engineering Boesso, além de diretor didático do setor formativo regional da Apitforma de Turim, órgão credenciado junto à região do Piemonte, que opera nas tipologias formativas pós-universitárias.
Mas no fundo de meu coração resta um sonho, e espero que o Senhor me ajude a realizá-lo: projetar uma igreja. Cada igreja é uma casa de Deus, e não pode ser senão bela, como afirmava em 1400 Leon Battista Alberti, renomado arquiteto italiano, no seu “De re aedificatoria”.
Santo Sudário, fotografia tridimensional |
O Professor Avinoam Danin, catedrático emérito do Departamento de Evolução sistemática e ecologia da Universidade Hebraica de Jerusalém continuou suas investigações no Santo Sudário.
As imagens obtidas que apontavam uma corda no Sudário comprovaram que ela foi feita com fibras vegetais segundo um antigo método empregado durante milhares de anos em Jerusalém.
Julga-se que essa corda tinha sido a própria com a qual a Cruz foi amarrada sobre Nosso Senhor durante a Paixão.
Danin afirma que não está no mais mínimo interessado no significado religioso de suas descobertas. Ele fala como um cientista hebraico, unicamente apaixonado pela botânica.
Esta atitude do cientista, reafirmada por escrito ao então Núncio Apostólico em Jerusalém, reforça a isenção de animo da análise por ele efetivada.
“Se eu não fosse judeu, mas cristão, poucos teriam acreditado em mim”, escreveu ao representante vaticano.
Após anos de pesquisa, Danin está convencido que o santo lençol utilizado na sepultura de Nosso Senhor já existia pelo menos no século VIII. Desta maneira, apresenta mais um testemunho científico contra a falsa idéia de uma origem medieval.
Santo Sudário e Cristo Pantocrator (mosteiro de Santa Catarina, Sinai, século V) |
O professor também sublinha “a grande semelhança do rosto do Homem do Sudário com o ícone do Pantocrator conservado no mosteiro de Santa Catarina no Sinai”, concordância que, segundo ele, revelaria que o Sudário já era bem conhecido por volta do ano 550.
Danin também participou na “era holográfica” da sindonologia (ciência do santo Sudário) iniciada em 2007.
Os hologramas são fotografias em três dimensões.
Nessa nova era das investigações destaca-se o papel do Dr. Petrus Soons, criador de hologramas tridimensionais do Sudário junto com seus colaboradores do Dutch Holographic Laboratory (Laboratório Holográfico Holandês), em Eindhoven.
Trabalhando nessas fotografias tridimensionais, Danin constatou a existência de “um tapete quase homogêneo” de mais de trezentas corolas de flores dispostas de modo ordenado em volta da sagrada cabeça do Homem do Sudário.
Santo Sudário, hologramas |
Uma outra descoberta obtida com a colaboração do Dr. Soons, foi da presença de literalmente um elmo de espinhas, e não apenas de uma coroa circular, que foi empregada para torturar a Nosso Senhor.
Soons explicou que “quando criou hologramas em tamanho natural e os expos no Pontifício Ateneu Regina Apostolorum, em Roma, alguns pegaram uma escada para observar a parte superior da cabeça. Esta parte do corpo do Homem do Sudário jamais tinha sido vista por ninguém”.
Então, Soons observou muitas pequenas feridas que tinham sangrado e que não eram visíveis pela frente.
Rerpodução do STURP |
Em 1977 foi descoberta a tridimensionalidade do Santo Sudário pelo grupo de cientistas do Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim (STURP).
Reprodução holográfica |
Dois oficiais da Força Aérea norte-americana, John Jackson e Eric Jumper, analisando o Sudário perceberam que a figura foi impressa de maneira tridimensional.
Este fato, inexcogitável para a ciência e as artes do século I, permite conhecer a distância entre o tecido e as diversas partes do corpo de Nosso Senhor, o que não acontece numa fotografia comum.
Partes do Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo que não estiveram em contato com o tecido também se achavam misteriosamente impressas na mortalha.
Mas só está técnica permitiu revelá-las
Normalmente os cientistas só conseguem reconstituir uma imagem tridimensional a partir de fotos, quando tiradas de enormes distâncias, como as de planetas longínquos, ou de ângulos diversos.
De tal modo que a distância possa influenciar, de maneira mensurável, a intensidade de luz recebida ou refletida pelos objetos.
Reprodução do STURP |
Para a reconstituição da tridimensionalidade, os especialistas utilizaram um aparelho chamado VP-8.
Jackson e Jumper tomaram uma simples fotografia do Santo Sudário e a introduziram no aparelho.
Qual não foi o seu espanto ao constatar que se constituiu uma imagem tridimensional da Sagrada Face de Nosso Senhor!
Holografia |
Entretanto, a técnica tridimensional mais avançada aplicada no Santo Sudário é a reprodução holográfica.
Ela projeta sobre duas placas de vidro paralelas uma reconstituição do corpo de Nosso Senhor em tamanho natural como estava na sepultura.
A imagem pode ser vista de pé, pela frente e pelas costas. Tem-se a impressão de estar em presença do próprio Corpo Sagrado de Nosso Senhor.
Um exemplo disso foi exibido na extraordinária exposição sobre o Santo Sudário de Turim que sob o título “Homem do Sudário”, realizou-se em Curitiba e em outras cidades brasileiras.
Os estudos mais exigentes sobre o Santo Sudário de Turim não têm respiro. Técnicas das mais avançadas aplicam-se continuadamente sobre ele ou sobre suas amostras.
E quanto mais sofisticadas, tanto mais surpreendentes são os resultados.
É o caso dos estudos concluídos pelo ENEA italiano, Agência Nacional para as Novas Tecnologias, a Energia e o Desenvolvimento Econômico sustentável, noticiados pelo blog “The Vatican Insider” do jornal “La Stampa” de Turim
O ENEA publicou um relatório com os resultados de cinco anos de experimentos. Estes aconteceram no centro do instituto em Frascati.
O objetivo foi analisar os “tingimentos semelhantes aos do Sudário em tecidos de linho por meio de radiação no extremo ultrarroxo”.
Em termos mais simples, procurou-se entender como é que ficou impressa a imagem de Cristo no pano de linho do Sudário de Turim.
Quer dizer, “identificar os processos físicos e químicos que podem gerar uma coloração semelhante à da imagem do Sudário”. O resumo de relatório técnico em PDF pode ser baixado AQUI.
Os responsáveis do trabalho foram os cientistas Paolo Di Lazzaro, Daniele Murra, Antonino Santoni, Enrico Nichelatti e Giuseppe Baldacchini. Eles tomaram como ponto de partida o único exame interdisciplinar completo realizado pela equipe de 31 cientistas americanos do STURP (Shroud of Turin Reasearch Project) em 1978, um dos mais importantes e respeitados jamais feitos.
ENEA: equipamentos da unidade de Frascati |
O relatório do ENEA desmente com muita superioridade e clareza a hipótese desprestigiada de que o Sudário seja produto de um falsário medieval.
E chega a taxativa conclusão: “A dupla imagem (frontal e dorsal) de um homem flagelado e crucificado, visível com dificuldade no lençol de linho do Sudário, apresenta numerosas caraterísticas físicas e químicas de tal maneira peculiares que tornam impossível no dia de hoje obter em laboratório uma coloração idêntica em todos os seus matizes, como foi mostrado em numerosos artigos citados na bibliografia. Esta incapacidade de reproduzir (e portanto de falsificar) a imagem do Sudário impede formular uma hipótese digna de crédito a respeito do mecanismo de formação da imagem”.
Resumindo com nossas palavras:
1) É impossível, mesmo em laboratório, produzir uma imagem como a do Santo Sudário.
2) Não somente é impossível copiá-lo, mas não dá para saber como é que foi feito.
Dr. Paolo di Lazzaro explica inexplicabilidade do Sudário |
Os 31 cientistas do STURP não tinham achado em 1978 quantidades significativas de pigmentos (corantes, tintas), e nem mesmo marcas de algum desenho.
Por isso concluíram que não foi pintada, nem impressa, nem obtida por aquecimento. Além do mais, a coloração da parte mais externa e superficial das fibras que constituem os fios do tecido é irreproduzível.
As medidas mais recentes apontam que a parte colorida mede um quinto de milésimo de milímetro.
O STURP também verificou que o sangue é humano, mas que debaixo das marcas de sangue não há imagem;
– que a difusão da cor contém informações tridimensionais do corpo;
– que as fibras coloridas são mais frágeis que aquelas não coloridas;
– que o tingimento superficial das fibras da imagem deriva de um processo desconhecido que provocou a oxidação, desidratação e conjugação da estrutura da celulose do linho.
Ninguém jamais conseguiu reproduzir simultaneamente todas as características microscópicas e macroscópicas da relíquia.
“Neste sentido, diz o relatório do ENEA, a origem da imagem ainda é desconhecida. A ‘pregunta das perguntas’ continua de pé: como é que foi gerada a imagem corpórea do Sudário?”.
Um dos aspectos que intrigou os cientistas italianos é que há “uma relação exata entre a difusão dos matizes da imagem e a distância que vai do corpo ao pano”.
“O homem do Sudário”, curitiba 2011. Clique para agrandar. |
Acresce que a imagem foi gerada até em partes em que o corpo não esteve em contato com o pano. Por exemplo, na parte de cima e de baixo das mãos ou em volta da ponta do nariz.
“Em consequência, podemos deduzir que a imagem não se formou pelo contato do linho com o corpo”.
Outra consequência dessas sábias minucias é que as manchas de sangue passaram ao pano antes mesmo que se formasse a imagem.
Portanto, a imagem se formou em algum momento posterior à deposição do cadáver no túmulo.
Mais ainda, todas as manchas de sangue têm contornos bem definidos, pelo que se pode supor que o cadáver não foi carregado com o lençol.
“Faltam sinais de putrefação que correspondam aos orifícios das feridas, sinais esses que se manifestam por volta de 40 horas após a morte. Por conseguinte, a imagem não depende dos gases da putrefação e o cadáver não ficou dentro do Sudário durante mais de dois dias”.
Uma das hipóteses mais aceitas para tentar explicar a imagem era a de uma forma de energia eletromagnética que pudesse produzir as características do Sudário: a superficialidade da coloração, a difusão das cores, a imagem das partes do corpo que não estiveram em contato com o pano e a ausência de pigmentos.
“O homem do Sudário”, curitiba 2011. Clique para agrandar. |
Por isso, foram feitos testes que tentaram reproduzir o rosto do Homem do Sudário por meio de radiação. Utilizaram um laser CO2 e obtiveram uma imagem num tecido de linho passável em nível macroscópico.
Porém, o teste fracassou quando analisado no microscópio. A coloração era profunda demais e muitos fios estavam carbonizados. Todas essas características são incompatíveis com a imagem de Turim.
Os cientistas do ENEA aplicaram ainda uma radiação brevíssima e intensa de VUV direcional e puderam reproduzir muitas das características do Sudário.
Porém eles constataram que “a potencia total da radiação VUV requerida para corar instantaneamente a superfície de um lençol de linho correspondente a um corpo humano de estatura média [deveria ser] de 34 bilhões de Watt, fato que torna até hoje impraticável a reprodução de toda imagem do Sudário”, uma vez que até agora não foi construído um equipamento de tal maneira potente.
E concluem: “Estamos compondo as peças de um puzzle científico fascinante e complexo”.
O enigma da origem do Santo Sudário continua ainda para a ciência como “uma provocação à inteligência”.
E, para as almas de Fé, um poderoso estímulo à adoração entusiasmada e racional, bem como uma confiança sem limites em Deus Nosso Senhor.
O Dr Paolo di Lazzaro ao trabalho no ENEA. |
A Agência Nacional da Itália para Novas Tecnologias, Energia e Desenvolvimento Econômico Sustentável – ENEA, após cinco anos de experimentos em seu Centro de Frascati, não conseguiu imitar “a cor que se encontra no tecido de linho do Santo Sudário”.
Os cientistas tentaram produzi-la sem sucesso, apelando para raios ultravioletas.
Em palavras simples, escreveu o “Vatican Insider”, não foi possível “identificar os processos físicos e químicos capazes de produzir cores semelhantes às que formam a imagem do Sudário”.
Os cientistas Di Lazzaro, Murra, Santoni, Nichelatti e Baldacchini partiram do último e único exame completo interdisciplinar do sagrado lençol, efetivado em 1978 pela equipe de cientistas americanos do STURP (Shroud of Turin Reasearch Project).
O novo relatório do ENEA desmente, quase sem esforço e com muita clareza, a hipótese de que o Santo Sudário possa ser uma falsificação medieval.
Hipótese que já se tentou veicular com insucesso explorando uma análise com Carbono 14 marcada por erros de procedimento e cálculo.
O documento do ENEA aponta outras circunstâncias que constituem um quebra-cabeça até hoje insolúvel:
“A dupla imagem (frontal e dorsal) de um homem flagelado e crucificado, fracamente visível no tecido de linho do Sudário de Turim, tem muitas características físicas e químicas de tal maneira peculiares, que tornam impossível obter em laboratório uma cor idêntica em todos os seus matizes, como já foi discutido em vários artigos e está listado nas referências bibliográficas.
“Esta incapacidade de replicar (e, por conseguinte, de falsificar) a imagem impede que se possa formular uma hipótese crível sobre o seu mecanismo de formação.
“De fato, até hoje a ciência ainda não é capaz de explicar como se originou a imagem do corpo no Sudário”.
Os especialistas Daniele Murra, Paolo Di Lazzaro e Giuseppe Baldacchini que participaram nos trabalhos |
As primeiras análises experimentais das propriedades físicas e químicas da imagem do Santo Sudário foram realizadas em 1978 por 31 cientistas do projeto STURP.
Eles trouxeram dos EUA instrumentos de vanguarda de valor milionário no campo da espectroscopia de infravermelho, ultravioleta e visível, fluorescência de raios X, termografia e pirólise, espectrometria de massa, análise de micro-Raman, transmissão de fotografia, microscopia, remoção de fibrilas e teste microquímico.
Essas análises não encontraram quantidades significativas de pigmentos, como corantes ou vernizes, nem restos de desenhos. Por isso concluíram que a imagem não está pintada, nem impressa, nem foi obtida por aquecimento.
Acresce que a coloração da imagem reside apenas na parte mais externa e superficial das fibras constitutivas dos fios do tecido de linho. Medições recentes demonstram que a espessura da parte com cor é extremamente sutil.
Quer dizer, por volta de 200 micrômetros (= 200 milionésimos de metro), ou um quinto de milésimo de milímetro. Isto equivale à parede celular primária de cada fibra de linho. Cerca de 200 dessas fibras constituem um fio do tecido.
Trata-se de uma espessura quase impalpável, embora perceptível ao olho humano e captada tecnicamente com segurança.
Mais outros dados constatados pela equipe do STURP:
1) Há sangue humano no Santo Sudário, mas onde ele está presente não há imagem; portanto, não há imagem sob as manchas de sangue;
2) As nuances da cor contêm informações tridimensionais do corpo;
3) As fibras coloridas da imagem são mais frágeis que as coloridas;
4) A coloração superficial das fibras da imagem provém de um processo desconhecido que causou oxidação, desidratação e conjugação da estrutura da celulose do linho.
Santo Sudário: montagem tridimensional por Thierry Castex |
“Em outras palavras, a coloração é consequência de um processo de envelhecimento acelerado do linho”, escreve o ENEA.
Até hoje fracassaram todas as tentativas de reproduzir uma imagem com as mesmas características sobre um pano de linho.
Alguns cientistas conseguiram reproduzir alguns efeitos, mas ninguém logrou obter o conjunto de características do original.
“Neste sentido, a origem da imagem do Sudário hoje é desconhecida.
“Esse é o ponto central do chamado ‘mistério do Sudário’: independente de sua data ou dos documentos históricos (…)
“a ‘pergunta das perguntas’ continua sendo a mesma: como foi gerada a imagem do corpo do Sudário?”.
E há ainda mais.
1) Há uma relação precisa entre a intensidade das nuances da imagem e a distância entre as partes do corpo e o tecido que o cobriu.
Porém, há partes do corpo retratadas na imagem que não podiam estar em contato com o tecido como se verifica acima e abaixo das mãos.
2) não estão presentes as deformações geométricas típicas de um corpo de três dimensões posto em contato com um lençol de duas dimensões. “Portanto, podemos deduzir que a imagem não se formou por contato do linho com o corpo”.
Estas características somadas à “extrema superficialidade da cor e a ausência de pigmentos (…) torna extremamente improvável obter uma imagem semelhante por meio de métodos químicos de contato, seja num laboratório moderno, ou com maior razão por obra de um hipotético falsificador medieval”.
O fato de não haver imagem sob as manchas de sangue significa que as manchas se formaram antes da imagem.
Portanto, a imagem do Santo Sudário se formou após a deposição do cadáver no Sepulcro.
Acresce que as manchas de sangue possuem contornos bem definidos, pelo que se pode pensar que o cadáver não foi carregado com o lençol.
“Faltam sinais de putrefação perto dos orifícios corpóreos. Esses sinais aparecem por volta de 40 horas depois da morte. Em consequência, a imagem não ser atribuída aos gases da putrefação, pois o cadáver não permaneceu no tecido durante mais de dois dias”.
Uma hipótese aventa a possibilidade de uma forma de energia eletromagnética (como seria um relâmpago de luz de onda curta), que poderia reproduzir as características do Sudário.
Porém, as tentativas de reproduzir uma imagem como a do Sudário usando raios laser foram frustras.
Santo Sudário: montagem tridimensional por Thierry Castex O ENEA tentou outra via, usando um flash de radiação direcional ultravioleta, obtendo resultados em algo comparáveis ao Santo Sudário.
Porém, advertem os cientistas do ENEA, “deve-se sublinhar que a potência total de radiação ultravioleta necessária para colorir instantaneamente a superfície de um tecido com o tamanho de um corpo humano de estatura média equivale a 34 trilhões de watts.
“Essa potência torna impraticável a reprodução da imagem por inteiro, porque ela não pode ser produzida por fonte alguma construída até os dias de hoje. As mais potentes que se podem encontrar alcançam alguns bilhões de watts”.
34 trilhões de watts equivalem à produção total da hidrelétrica de Itaipu durante 20 minutos no ápice de seu funcionamento (103.098.355 Megawatts por hora em 2016).
O trabalho do ENEA encerra dizendo que “não chegamos a uma conclusão, estamos compondo as pecinhas de um quebra-cabeça científico fascinante e complexo”.
Enquanto os cientistas continuam debatendo, nós, pobres homens, com toda a nossa ciência e tecnologia, ficamos maravilhosamente postos na nossa dimensão de criaturas diante da infinitude de poder de Deus e da imensidade do milagre espiritual e material da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
John e Rebecca Jackson com modelo tridimensional do Homem do Sudário |
A Santa Igreja não teme a ciência.
Pelo contrário, abre possibilidades para que ela, usando seus métodos de pesquisa e análise, diga o que lhe compete para comprovar a veracidade de um fato ou a autenticidade de um objeto.
Assim como São Tomé só acreditou na Ressurreição de Nosso Senhor quando meteu o dedo no lugar dos cravos e a mão na chaga aberta pela lança, o mesmo aconteceu com a ciência a propósito do Santo Sudário.
Partindo da hipótese de que poderia ser uma falsidade, os cientistas ocuparam-se em estudá-lo.
E a cada progresso nas pesquisas, novas maravilhas foram sendo descobertas.
Nos Estados Unidos, formou-se um grupo de investigação denominado Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim (STURP).
Em 1978 uma equipe de cientistas desse grupo efetuou uma série de exames num total de 120 horas.
Dentre os vários testes aplicados, cumpre destacar fotos e microscopia eletrônica, raio-X, espectroscopia, fluorescência ultravioleta, termografia e análises químicas.
Os resultados dos exames laboratoriais demonstraram que o desenho que aparecia no pano não poderia ter sido feito por mãos humanas e que não se tratava de uma pintura.
As manchas de sangue marcaram o tecido de modo diverso do que seriam as produzidas por um cadáver comum.
Quando a impressão se produziu, tudo leva a crer que o tecido não estava comprimido pela pressão do corpo.
Tratava-se realmente de sangue humano, de tipo sangüíneo AB.
Um criminologista e botânico suíço, Max Frei, identificou células de pólen de quarenta e nove plantas diferentes presentes no tecido, sendo algumas delas européias e trinta e três originárias da Palestina e da Turquia.
Este fato confirma o percurso do Santo Sudário de Jerusalém a Turim nos seus vinte séculos de existência.
Dois físicos da Força Aérea norte-americana notaram a presença de objetos circulares colocados sobre os olhos e levantaram a hipótese de que fossem moedas.
Francis Filas, professor da Universidade Loyola, de Chicago, comprovou por análise de computador que se tratavam realmente de moedas de Pôncio Pilatos, cunhadas entre os anos 29 e 32 de nossa era.
Estudos arqueológicos em cemitérios judaicos confirmam que os judeus no primeiro século costumavam colocar moedas sobre os olhos dos mortos para manter as pálpebras cerradas.
quem não quer mudar de vida
Primeiro plano: Cristo jazente segundo reconstituição do professor Juan Manuel Miñarro. Fundo: o Santo Sudário. Veja também: Professor faz Crucificado segundo os dados do Santo Sudário |
Em maio de 2015, a agência Zenit entrevistou ao Dr. Juan Francisco Sánchez Espinosa, presidente da Comissão de Sanidade das Cortes [Legislativo regional] de Castela-La Mancha. Este médico espanhol pertence à Sociedade Espanhola de Sindonologia, que estuda o Santo Sudário.
Há vários anos, ele faz palestras sobre esse tecido inigualável da Cristandade. Eis os principais pontos:
ZENIT: O que é o Santo Sudário?
Dr. Juan Francisco Sánchez Espinosa: É um lençol funerário. Alguns afirmam que a sua origem remonta ao século I antes ou depois de Cristo, pelo tipo de estrutura que ele tem.
O vocábulo grego “síndon”, que significa tecido, originou a palavra atual com que chamamos o Santo Sudário, a “Síndone” de Turim. E a sindonologia é o estudo desse tecido tão singular para toda a cristandade.
Dr. Sánchez Espinosa, presidente da Comissão de Sanidade
do Legislativo regional de Castela-La Mancha, Espanha,
membro da Sociedade Espanhola de Sindonologia.ZENIT: O que podemos ver na Síndone?
Dr. Sánchez Espinosa: Vemos uma imagem dorsal e frontal de um homem que foi morto mediante a crucificação.
Vemos múltiplas feridas disseminadas por todo o tórax, pelo abdome, pelos membros superiores e inferiores, do que parecem açoites; lesões na cabeça, mais de 600 feridas. E também feridas de transfixação nos pulsos e nos pés.
ZENIT: Como o senhor descreveria a imagem que podemos ver na Síndone?
Dr. Sánchez Espinosa: Você precisa estar a mais de um metro e meio de distância para conseguir visualizá-la. Não se sabe onde começa e onde acaba.
É uma imagem que se formou na superfície do linho de 4 ou 5 micras de profundidade por uma desidratação da celulose do linho.
Não existe nenhum resto de pigmento, como foi demonstrado em um dos exames feitos em 1978.
É algo extraordinário, porque, com toda a tecnologia do século XXI, não somos capazes de saber realmente como a imagem se formou.
Alguns falam dela como a imagem impossível, porque não tem explicação científica.
ZENIT: Também aparecem restos de sangue no Santo Sudário, não é?
Dr. Sánchez Espinosa: É curioso que o sangue seja prévio à formação da imagem. E é curiosíssimo porque algumas partes do tecido foram raspadas e ficou comprovado que não há imagem.
Então podemos concluir que a imagem se formaria depois do sangue incrustado no tecido. O que sabemos é que se trata desangue do grupo AB.
Mais ou menos 16% da população semítica ou hebraica tem esse tipo de sangue. E, curiosamente, o sangue detectado no Santo Sudário de Oviedo também é do grupo AB.
Um detalhe importante é que, no sangue, aparece uma grande quantidade de bilirrubina; e isso acontece quando a morte é causada por muito estresse.
ZENIT: Por que o Santo Sudário é um “negativo fotográfico”?
Dr. Sánchez Espinosa: O primeiro que notou foi o fotógrafo italiano Secondo Pia, em 1898.
Alguns estudos dizem que essa imagem pôde surgir por causa de uma radiação ortogonal; ou seja, que sai verticalmente do corpo e produz a imagem. É como se o corpo tivesse emitido uma radiação; mas, realmente, não se sabe exatamente como aconteceu.
ZENIT: Em 1988, foi feito o exame de carbono 14 e alguns opinam que o resultado não é determinante para precisar a idade do tecido. Por quê?
Dr. Sánchez Espinosa: Essa prova tem uma confiabilidade de 67% e a única coisa que ela faz é medir o número de átomos de carbono 14 que existem nesse organismo. O carbono é gerado pelos raios cósmicos que formam o nitrogênio.
Deram quatro mostras do Sudário, mas todas cortadas do mesmo pedaço. E era o pedaço que foi chamado de “remendo fantasma”, porque nele existem misturas.
Isso é um erro de metodologia, porque o lógico teria sido pegar vários pedaços de diferentes partes do Santo Sudário.
Quando se diz que a Síndone é da Idade Média, é porque nas mostras que foram dadas às universidades que a estudaram havia tecido medieval mesclado com o tecido original. É o que acabou sendo chamado de “entretecido francês”, que é algodão tingido.
ZENIT: Que aspectos da imagem o senhor ressaltaria do ponto de vista médico?
Dr. Sánchez Espinosa: É uma imagem que me diz o tipo de morte que aquele homem sofreu; que ele teve um sofrimento brutal, que sofreu perfuração nos pulsos e nos pés.
Isso tem que ter causado uma dor horrorosa, porque, provavelmente, atingiu o nervo mediano; por isso o dedo polegar ficou puxado para dentro.
As costas de Jesus Cristo após a Flagelação, segundo o Santo Sudário.
Trabalho do professor Juan Manuel Miñarro.
Veja: Professor faz Crucificado segundo os dados do Santo Sudário
Também há mais de 600 lesões que devem ter causado no homem do Santo Sudário um sangramento descomunal, com uma perda de sangue muito grande.
Há lesões de chicotadas compatíveis com o “flagrum taxilatum”,que era uma espécie de chicote formado por tiras de couro terminadas nos chamados “taxil”, formados por pedaços de ossos ou de chumbo que se cravavam na carne.
De fato, há pedaços de músculo que foram recolhidos do Sudário, na altura das costas da imagem. Deve ter sido um espancamento selvagem.Esse tipo de tortura podia destroçar a musculatura intercostal, lesionar órgãos internos, etc.
ZENIT: Alguns estudiosos falam do pólen como prova de que o Sudário veio de Jerusalém, não é?
Dr. Sánchez Espinosa: Sim, porque, nos estudos, foi descoberto que muitas mostras de pólen que ficaram no tecido vêm da área de Jerusalém.
Concretamente, quatro ou cinco espécies que são próprias da região do Mar Morto e de Jerusalém.
Alguns pesquisadores judeus da Universidade Hebraica de Jerusalém, como Uri Baruh, concluíram que o Santo Sudário esteve em Jerusalém: na primavera e aproximadamente 2000 anos atrás.
ZENIT: O Santo Sudário é um milagre?
Dr. Sánchez Espinosa: Para mim, sim, é um milagre. Eu acredito que Deus deixa rastros neste mundo e um deles é o Santo Sudário, porque não há explicação científica.
O Santo Sudário interpela você porque, se é verdade que ele fala de Jesus Cristo morto e ressuscitado, o que a Igreja Católica diz também é verdade e, portanto, você precisa mudar de vida.
E se para você não interessa mudar de vida, então não interessa ouvir isto.
Numa igreja de Argenteuil, cidade hoje absorvida pela grande Paris, venera-se uma túnica que, segundo tradição milenar da Igreja, foi tecida por Nossa Senhora para o Menino Jesus.
Seria a mesma que Nosso Senhor usou na sua Paixão. A mesma, portanto, que os algozes romanos, vendo que era inconsútil – isto é, formando uma só peça, sem costuras – lançaram à sorte, para não ter que dividi-la entre eles.
Utilizando equipamentos os mais avançados, a ciência moderna foi analisar a relíquia.
O professor André Marion, pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique – CNRS (Paris) é especialista no processamento numérico de imagens, leciona na Universidade de Paris-Orsay e é autor de numerosas publicações científicas e técnicas.
Ele já fez descobertas surpreendentes a respeito do Santo Sudário de Turim, com base em métodos ótico-digitais. Ele publicou suas conclusões sobre a túnica de Argenteuil no livro “Jesus e a ciência – A verdade sobre as relíquias de Cristo” (foto embaixo).
Para o trabalho, o Prof. Marion localizou nos arquivos da Diocese de Versailles chapas tiradas em 1934. Estavam bem conservadas.
Sobre elas aplicou as técnicas de digitalização de imagens, baseadas em scanners e computadores poderosos. É de se salientar a precisão do método, que chega a ser de 10 a 20 milésimos de milímetro.
Assim ele pôde mapear as manchas de sangue, que não são facilmente perceptíveis num primeiro olhar.
Por fim, comparou o mapa obtido com as manchas de sangue – aliás, minuciosamente estudadas – do Santo Sudário de Turim.
Porém, desde logo surgia uma dificuldade. O Santo Sudário envolveu o Corpo de Nosso Senhor esticado e imóvel no Santo Sepulcro, enquanto a Santa Túnica de Argenteuil fora portada por Ele vergado sob a Cruz, caminhando com passo cambaleante, desequilibrando-se e caindo na ruela pedregosa, imensamente enfraquecido por desapiedadas torturas.
Se ainda imaginarmos Nosso Senhor segurando com suas mãos a extremidade da Cruz na altura do ombro, é fácil supormos que a Túnica deve ter formado pregas.
Essas pregas raspavam nas chagas abertas nas divinas costas, enquanto a parte da frente da Túnica ficava solta por efeito da curvatura geral do corpo. Todos esses fatores faziam com que o sangue se espalhasse no pano de um modo irregular.
O Prof. Marion solicitou então a ajuda de um voluntário com as proporções anatômicas do Santo Sudário. Ele simulou os movimentos da Via Crucis, utilizando uma túnica do mesmo tamanho da de Argenteuil. Os movimentos foram repetidos várias vezes e em várias formas, tendo sido sistematicamente fotografados.
A seguir, com base nessas fotos e por métodos computacionais, o Prof. Marion criou um primeiro modelo virtual do corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo carregando a Cruz. No monitor do computador esse modelo aparece como o desenho de um manequim.
Sobre ele aplicou então as imagens da Túnica de Argenteuil. Dessa maneira reproduziu as pregas, que naturalmente se formam pelo ajuste ao corpo, e a difusão das manchas de sangue provocada pelos movimentos dolorosíssimos sob a Cruz.
Da mesma maneira, aplicou a imagem da Santa Túnica a um segundo modelo virtual feito com base no Santo Sudário de Turim.
E eis a admirável surpresa!
Na primeira experiência, a distribuição das manchas sanguíneas na Túnica correspondeu perfeitamente aos ferimentos e às posturas próprias ao carregamento da Cruz.
Na segunda, as manchas ficaram posicionadas de modo a se superporem exatamente com as chagas do Santo Sudário.
Em ambas as experiências, na tela do computador aparecem as feridas – as mais sangrentas de todas – provocadas pelo madeiro, bem diferenciadas das horríveis dilacerações dos açoites da flagelação, indicando com precisão a posição da Cruz.
Até pormenores históricos que intrigavam os cientistas ficaram esclarecidos. Um deles é que os romanos – executores materiais da Crucifixão, sob a pressão do ódio judeu – não costumavam obrigar o condenado a carregar a Cruz inteira. Eles já deixavam o tronco principal encravado no local do suplício – no caso, o Calvário –, mas forçavam o sentenciado a levar a trave da Cruz, chamada patibulum.
Em sentido contrário, os quatro Evangelhos não falam do patibulum, mas só da Cruz: “Et baiulans sibi crucem exivit in eum” (Jo 19, 17).
São Mateus, São Marcos e São Lucas mencionam o cruzeiro no episódio em que o Cireneu foi obrigado a ajudar Nosso Senhor Jesus Cristo a carregá-lo.
Ora, na análise computadorizada das fotografias da Túnica aparecem com toda clareza possível as chagas e tumefações provocadas por uma cruz, e não por um mero patibulum.
As manchas de sangue indicam que na Via Sacra os dois madeiros cruzaram-se na altura da omoplata esquerdo de Nosso Senhor.
Na iconografia tradicional, na Via Sacra Nosso Senhor aparece habitualmente com um cíngulo, ou cordão cingindo os rins.
Tal cordão não deixara nenhum vestígio conhecido. Mas, no ensaio digital, a presença do cordão, de que nos fala a tradição aparece perfeitamente identificada!
A conclusão do Prof. Marion é a seguinte:
“O procedimento praticado foi, de longe, muito mais preciso que os que tiveram lugar no passado. Segundo nossos antepassados, era necessário acreditar que um só e mesmo supliciado tinha manchado com seu sangue a túnica [de Argenteuil] e o Sudário [de Turim].
“Estas repetidas afirmações requeriam um estudo aprofundado: desejamos então verificar, por nós mesmos, se tal comparação pode se justificar. Os resultados aparecem entretanto perfeitamente conclusivos.
“A correspondência das feridas é um argumento a favor da autenticidade das duas relíquias, que devem se referir bem ao mesmo supliciado.
“É muito difícil imaginar que falsários tenham tentado correlacionar de modo tão perfeito os dois objetos…”
(via Ciência confirma Igreja)