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Papa Francisco: pregar a pobreza não é comunismo

POPE FRANCIS GENERAL AUDIENCE

Antoine Mekary | ALETEIA | I.Media

Reportagem local - publicado em 24/05/18

O uso responsável da riqueza em prol do bem comum está no coração do Evangelho e não deve ser manipulado como bandeira ideológica

Durante a Missa celebrada na Casa Santa Marta na manhã desta quinta-feira, 24, o Papa Francisco lamentou as manipulações que identificam como “comunistas” aqueles que pregam o espírito cristão de pobreza no sentido de desprendimento material. Em suas palavras, “a pobreza está no centro do Evangelho” e não deve ser manipulada como bandeira de ideologias sócio-políticas.

Em sua homilia, o Papa nos exortou a “tomar distância das riquezas, porque estas nos foram oferecidas por Deus para doá-las aos outros“, e advertiu contra as riquezas “apodrecidas”, recordando as palavras de Jesus àqueles que se apegam aos bens materiais: “Ai de vós!“.

O Santo Padre observou que, muitas vezes, quando um sacerdote faz uma pregação contra os apegos materiais, “no dia seguinte aparece nos jornais: ‘Aquele padre é comunista!’. Mas a pobreza está no centro do Evangelho. A pregação sobre a pobreza está no centro da pregação de Jesus: ‘Bem-aventurados os pobres’ é a primeira das Bem-aventuranças!”.

Francisco disse que a pobreza “é a carteira de identidade com a qual Jesus se apresenta quando volta ao seu vilarejo, a Nazaré”. Na sinagoga, Ele anunciou:

“O Espírito está sobre mim. Fui enviado para anunciar o Evangelho, a Boa Nova aos pobres, o alegre anúncio aos pobres”.

Apesar disso, de acordo com o Papa, “sempre tivemos na história esta fraqueza de tentar deixar de lado esta pregação sobre a pobreza, acreditando que se trata de algo social, político. Não! É Evangelho puro, é Evangelho puro”.

O Papa ressaltou que quando Jesus clama contra os “ricos”, ele não se refere a quem tem dinheiro e o usa com solidariedade, responsabilidade e a serviço do bem comum, mas sim àqueles que fizeram das riquezas “uma idolatria”. Jesus destacou: “Não se pode servir a dois senhores. Ou você serve a Deus ou às riquezas”.

Quando se atribui uma “categoria de senhorio às riquezas, se vai contra o primeiro mandamento: amar a Deus com todo o coração”. Além disso, a idolatria das riquezas também atenta “contra o segundo mandamento, porque destrói a relação harmoniosa entre nós, homens: ‘estragamos a vida’, ‘estragamos a alma’”.

O Papa enfatizou sobre as riquezas idolatradas:

“Elas nos tiram a harmonia com os irmãos, o amor ao próximo, nos tornam egoístas. Também aqui, na Itália, para salvar os grandes capitais, deixam as pessoas sem trabalho. Isto vai contra o segundo mandamento. E quem faz isto: ‘Ai de vós!’. Não [sou] eu [que digo], é Jesus. Ai de vocês que exploram as pessoas, que exploram o trabalho, que pagam de maneira informal, que não pagam a contribuição para a aposentadoria, que não dão férias. ‘Ai de vós!’”

Francisco prosseguiu:

“Fazer ‘economias’, fraudar o que se deve pagar, o salário, é pecado, é pecado! ‘Não, padre, eu vou à missa todos os domingos e participo daquela associação católica e sou muito católico e faço a novena disso…’ Mas você não paga? Essa injustiça é pecado mortal. Você não está nas graças de Deus. Não sou eu que estou dizendo, é Jesus, é o apóstolo Tiago. Por isso as riquezas nos afastam do segundo mandamento, do amor ao próximo”.

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A partir de matéria da agência ACI Digital

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