A despenalização do aborto será votada na próxima semana. Crescem manipulações da opinião pública para relativizar a eliminação de filhos.A Conferência Episcopal da Argentina (CEA) convidou os fiéis católicos do país e do mundo todo a se unirem hoje, 7 de junho, em jejum e oração suplicando pela vida. A iniciativa ocorre a poucos dias da votação do projeto de despenalização do aborto na Argentina, marcada para 13 de junho.
Debates e testemunhos
Os debates sobre o projeto de aborto começaram em 10 de abril na Câmara dos Deputados, com exposições a favor e contra a prática e as suas consequências individuais, familiares e sociais.
No entanto, apesar das centenas de pessoas que tiveram a oportunidade de argumentar antes da votação do projeto na Câmara, cada vez menos deputados assistiram a estas sessões.
Além disso, a mídia argentina deu muito mais atenção e espaço aos defensores do aborto do que aos defensores da cultura da vida, conforme denúncias como a da advogada e contadora Karina Estrella Etchepare, ela própria uma quase-vítima do aborto: concebida após um estupro sofrido por sua mãe aos 14 anos de idade, Karina foi entregue à adoção e hoje é uma das centenas de sobreviventes que defendem que outras crianças tenham a mesma chance que elas tiveram.
Caso semelhante é o de Cristian, um dos cidadãos argentinos que apresentaram seus depoimentos ao parlamento do país. Também adotado, ele conta a sua busca pela mãe biológica, violentada desde a infância, para lhe agradecer por não tê-lo abortado. Leia aqui o seu arrepiante testemunho e apelo pró-vida:
“Quero que você saiba que eu procurei você para agradecer por não ter me abortado”
Oração e jejum
O objetivo desta jornada de oração e jejum, segundo o episcopado argentino, é pedir “ao Senhor que nos dê a luz e a sabedoria em nossos corações para que sejamos cidadãos que cuidam da vida desde a sua concepção até o fim”.
Os bispos comentam:
“Pedimos que o Senhor ilumine o pensamento e o coração das pessoas que devem legislar a respeito do valor e do significado da vida humana.
A Igreja nos ensina que o jejum é uma oportunidade para dominar o nosso orgulho, reconhecer e agradecer os dons que vêm de Deus e imitar a sua generosidade, compartilhando os nossos bens com os mais necessitados”.