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Aumentou o número de católicos no mundo. Mas e a autenticidade?

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Primeiras Comunhões - Iraque e Africa

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Reportagem local - publicado em 14/06/18
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As estatísticas são mais complexas do que parecem – e mesmo elas deixam claro que o desafio para a Igreja é imediato e crescenteA Tipografia Vaticana publicou nesta semana o Anuário Pontifício 2017 e o Anuário de Estatísticas da Igreja 2015, que apresentam os números consolidados mais recentes sobre a presença católica no mundo.

Dados em destaque

NO MUNDO – Existe 1 bilhão e 299 milhões de católicos, que equivalem a 17,67% da população mundial. Há um aumento de 14 milhões em relação a 2015, quando o número era de 1 bilhão e 285 milhões.

POR CONTINENTES – 48,6% estão nas Américas; 22% na Europa; 17,6% na África; 11% na Ásia; 0,76% na Oceania.

ÁFRICA NA CABEÇA – O continente africano é atualmente o responsável pelo aumento do número de católicos no mundo. Os católicos da África passaram de cerca de 185 milhões em 2010 para mais de 228 milhões em 2016, uma variação de 23,2% em 6 anos. Os países africanos que lideram a lista são a República Democrática do Congo (mais de 44 milhões) e a Nigéria (28 milhões).

BRASIL – Com 173,6 milhões de católicos, ainda é o país com mais católicos no mundo. Os brasileiros representam 13,3% do total mundial e 27,5% do total de católicos na América do Sul. No entanto, em termos percentuais, o país tem sofrido diminuição do número de católicos em relação ao total da sua própria população, com o aumento de adesões a igrejas evangélicas e com o crescimento numérico dos que se declaram sem religião.

SACERDOTES – Há 414.969 padres católicos no mundo, sendo 67,9% do clero diocesano e 32,1% de ordens e congregações religiosas. Houve uma diminuição em relação a 2015: 687 padres a menos em comparação com os 415.656 que havia naquele ano.

Dados complementares

O instituto norte-americano de pesquisas estatísticas Pew Research Center publicou em 2015 um estudo que quantificava os cristãos (incluindo os católicos) em 2,3 bilhões, os muçulmanos em 1,8 bilhão e os que se declaravam sem religião em 1,2 bilhão de habitantes (este número é particularmente elevado por causa da China, gigante de cerca de 1,4 bilhão de habitantes, no qual o regime comunista implantou durante décadas a obrigatoriedade oficial do ateísmo, perseguindo religiões de modo brutal. Hoje a perseguição é menos explícita devido a pressões internacionais, mas o ateísmo continua sendo oficial e a maioria da população continua com medo de declarar em público algum tipo de crença religiosa, principalmente se for uma fé considerada “estrangeira” – caso do cristianismo).

O mesmo estudo do Pew Research Center previa que, em 2035, os muçulmanos deverão superar os cristãos em número de nascimentos, com 235 milhões contra 224 milhões.

A verdadeira questão vai além dos números

A fé, porém, não se mede em quantidade, mas em autenticidade.

O Papa Bento XVI, por exemplo, chegou a declarar que é melhor uma redução numérica e um aumento genuíno da convicção e da prática da fé do que grandes números meramente de fachada.

Cabe a nós, católicos, testemunhar a fé cristã de modo genuíno mediante o exemplo, que arrasta mais do que as palavras, além de rezar pela graça da fé, seja para que nós mesmos nos aprofundemos e perseveremos nela, seja para que aqueles que não a têm possam conhecê-la e livremente abraçá-la.