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A amizade em tempos de redes sociais

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Miriam Diez Bosch - publicado em 15/06/18

"A amizade é um tesouro. É o maior presente que podemos receber"

Jaume Aymar (Barcelona, ​​1957) – professor de filosofia na Universidade da Catalunha – afirma que “se uma amizade for autêntica, durará para sempre”. Ele conversou com a Aleteia sobre o tema “amizade e ressentimento”. Segundo ele, a “traição” é o posto da amizade.

A amizade é face a face

É um paradoxo que, em um mundo com tantas redes, contatos e mídia, tenhamos uma falta tão dramática de comunicação.

“Algo deu errado. A amizade é fundamentalmente face a face. Novas tecnologias podem ajudar a manter ou mesmo recuperar amizades, mas a amizade é individual e face a face”, disse ele.

Amizades devem ser cuidadas

“O que mais se opõe à amizade é a traição; é antiamizade. Cristo diz aos apóstolos: ‘Vós sois os meus amigos’, e um dos amigos o trai. Se você já experimentou a traição, sabe que isso causa um tremendo impacto. Há um salmo que diz: ‘Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar’”, acrescentou.

“Amizades devem ser cuidadas. Você tem que nutri-las porque elas podem definhar”, ele recomenda. “Se uma amizade é verdadeira, acredito que é para durar para sempre. Uma amizade quebrada pode ser restaurada, mas não é fácil. Isso pode ser feito, mas o ressentimento pode ser um obstáculo”.

A ajuda da mediação

Uma amizade é prejudicada, por exemplo, quando você não pode falar, quando o diálogo falha.

“Hoje existem terapias de mediação que podem ajudar as pessoas a lidar com um conflito. O mediador estabelece uma distância que pode ajudar os dois lados a entender melhor o que está acontecendo”, disse Aymar.

“A mediação tem que ser consensual. Se ambos os lados aceitarem, então não é uma imposição; em vez disso, o mediador se torna um árbitro para quem ambos apresentam suas questões. A mediação é o primeiro passo para a reconciliação”.

Primeiro a pessoa, depois as ideias

“Na amizade, você se concentra primeiro na pessoa, depois nas crenças. É claro que as crenças não são secundárias, pois também condicionam o modo de pensar da pessoa. Mas se você realmente valoriza a pessoa, então você pode superar as diferenças na maneira como você pensa”.

“Acho que temos que ser muito claros e deixar que cada um fale de sua própria identidade, sabendo que há questões sobre as quais não concordaremos, mas que em muitas outras podemos estabelecer um objetivo comum e enriquecer um ao outro”, disse ele.

Confrontos podem ser positivos

“Recuperei algumas amizades da infância, mas a maioria dos amigos fiéis estava presente na minha juventude e na idade adulta”, ele reconheceu. “A amizade é um tesouro. É o maior presente que podemos receber, o máximo relacionamento que as pessoas podem ter. Mesmo quando pensamos de forma diferente, quando somos amigos, podemos dizer isso livremente”.

Ele acrescenta: “Na amizade há momentos em que nos confrontamos, e isso é positivo. Isso nos ajuda a suavizar as coisas. É uma tarefa contínua e uma linda aventura que temos que alimentar”.

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