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Fotos para sensibilizar o rico país que… aborta quase 100% dos bebês Down

Sigga Ella Síndrome de Down

Sigga Ella - Divulgação

Sempre Família - Reportagem local - publicado em 22/06/18

Riqueza, segurança, qualidade de vida... e preconceito, eugenia e "exemplo de erradicação" de seres humanos

A fotógrafa islandesa Sigga Ella tem uma tia com síndrome de Down. Isto é muito significativo num país em que o índice de abortos de bebês diagnosticados com a condição se aproxima de 100%.

Para combater o preconceito e a eugenia de que os portadores da síndrome têm sido alvos na rica Islândia, Sigga Ella resolveu produzir uma série de retratos chamada First and foremost I am – “Antes de tudo e mais do que tudo, eu sou”.

síndrome de Down Islândia
Sigga Ella - Divulgação

A fotógrafa clicou 21 portadores de síndrome de Down com idades entre 9 meses e 60 anos. O número 21 é simbólico, já que a condição se origina de uma trissomia no cromossomo 21. Ela espera que as fotos ajudem a destacar “a beleza e a diversidade da humanidade” e façam pensar: será que um futuro sem essa diversidade é mesmo desejável?

síndrome de Down Islândia
Sigga Ella - Divulgação

O título da série veio de um artigo escrito por Halldora Jonsdottir, uma portadora da síndrome, publicado em um jornal do país. Jonsdottir, de 30 anos, aparece em uma das fotos de Ella. As fotos foram tiradas em 2013 e 2014, estiveram em exposição num museu da capital islandesa, Reykjavik, e depois foram apreciadas em outros museus da Europa.

síndrome de Down Islândia
Sigga Ella - Divulgação

Exportando o horror eugenista

O caso islandês chegou a ser citado como “exemplo” num país relativamente vizinho e de nome parecido: a Irlanda. Em janeiro de 2017, o obstetra Peter McParland, diretor do National Maternity Hospital, elogiou a Islândia por alcançar uma quase “erradicação” da síndrome de Down através do aborto e declarou que esse é o “futuro” que aguarda também a Irlanda.

A espantosa e indignante declaração foi feita durante uma conferência na Assembleia Cidadã, um órgão consultivo que produz informes para uso do Parlamento.

Pouco mais de um ano após essa aberrante exposição de eugenia e preconceito, que passou impune e quase indolor, a Irlanda ampliou o assim chamado “direito” ao aborto há poucas semanas, em maio de 2018, mediante referendo popular.

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A partir de publicação de Sempre Família

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