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Dom António Marto, o novo cardeal de Fátima, é parente dos pastorinhos?

Cardeal António Marto e pastorinhos
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Reportagem local - publicado em 28/06/18
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Com o mesmo sobrenome de Francisco e Jacinta, videntes de Nossa Senhora, o agora cardeal admite: não acreditava muito nas aparições de Maria!Dom António Marto é o bispo de Leiria-Fátima, diocese portuguesa onde os três pastorinhos testemunharam as aparições de Nossa Senhora em 1917.

Ele acaba de ser criado cardeal pelo Papa Francisco – e afirma o seguinte sobre esta nova responsabilidade:

“Que seja um sinal de Deus para nós. Para mim, não contava com isto, dispensava bem isto, mas ponhamos isso no projeto de Deus para a diocese”.

Mas, afinal, ele é parente dos santos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto?

Há muitos que dizem que ele é sobrinho dos pequenos videntes, já canonizados. Mas, na verdade, o sobrenome é apenas uma feliz coincidência. O próprio Dom Marto esclareceu, em entrevista de abril de 2017 ao jornal português Diário de Notícias:

“É uma coincidência curiosa. O meu pai chamava-se Serafim Augusto Marto e era de Vimioso, da aldeia de Santulhão. É a única família que conheço no Norte com este apelido. Perguntam se tenho algum parentesco com os pastorinhos, mas que saiba não. Quando foi da minha nomeação para bispo de Fátima, alguém intitulou: ‘Nossa Senhora foi buscar o quarto pastorinho’ (…) Gostei, é um humor saudável. O humor é o sorriso do amor. Li isto uma vez e concordo”.

Confira mais alguns fatos curiosos sobre o novo cardeal português:

1 – Ele não era devoto de Fátima e ainda criticava a religiosidade popular

Dom António Marto se considerava “racionalista”. Após fazer em Roma o seu doutorado em teologia, voltou a Portugal recusando muitas expressões populares da fé católica, tais como peregrinações e procissões. Sobre as aparições em Fátima, dizia não dar muita importância:

“Eu conheci a mensagem como criança e ficou essa imagem de criança. Não via grande interesse”.

2 – Foi aluno do cardeal Ratzinger

O futuro Papa Bento XVI lhe deu aulas num curso de preparação para o doutorado, em Roma.

“Era um ótimo professor, muito acessível, muito delicado, muito atencioso”.

Certa vez, o cardeal se pôs a tocar piano antes de lhe dar as explicações particulares que ele havia solicitado, revelando-se muito espontâneo e afável. Anos mais tarde, quando o Papa Bento visitou o Santuário de Fátima, dom António ouviu da sua boca:

“Não há nada como Fátima em toda a Igreja Católica no mundo!”

3 – Superou o racionalismo após ouvir o próprio pai em confissão

O pe. António não queria ser confessor de seu próprio pai, que, no entanto, insistia muito:

“Tenho um padre em casa, por que é que hei de andar a procurar outro?”

E foi tanta a insistência que ele acabou aceitando – e ficando muito impactado com “a delicadeza de consciência daquele homem”:

“Eu não tinha essa delicadeza nem essa autenticidade. Era mais racionalista, mas, depois, na prática da vida, não tinha. Isso foi como cair as escamas dos olhos”.

Foi a partir de então que ele começou a dar mais importância ao valor da religiosidade popular.

4 – Trabalhou em fábrica durante um ano para entender a vida dos operários

António Marto terminou a licenciatura aos 22 anos, mas a idade mínima para ser ordenado padre eram 24. Nesse ínterim, ele e outros dois colegas se juntaram à missão dos padres operários, um movimento francês que visava a recuperação dos fiéis operários recrutados pelo marxismo. Chegou a fazer peças para motores de carros e aviões – e a ficar com uma lesão permanente em um dedo. Essa experiência o ajudou, segundo ele, “a perceber os problemas dos operários, do mundo do trabalho, do mundo sindical”.

5 – Aprofundou sua conversão ao refletir sobre a Eucaristia na mensagem de Fátima

Mesmo depois de abandonar o racionalismo, ele ainda não se interessava muito pelas aparições de Nossa Senhora em seu próprio país. Até que foi convidado a dar uma conferência sobre o papel da Eucaristia na mensagem de Fátima.

Em preparação, leu as Memórias da Irmã Lúcia, que, na infância, tinha testemunhado as aparições junto com os primos Francisco e Jacinta Marto.

“Fiquei de facto impressionado. Impressionado pela seriedade do que tratava a mensagem, que era a grande causa da paz e da humanidade ameaçada na sua sobrevivência. E isso convenceu-me. Pensei que estávamos ali diante de algo muito sério, muito mais sério do que eu imaginava”.

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Com informações de Observador.pt

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